Arcade of the damned
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Arcade of the damned.

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Rayden Donovan
Larih Spencer
Murillo Assassyh
Narrador
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Mensagem por César Nickols Ter Mar 18, 2014 12:21 am

César Nickols

César ficou olhando para Murillo e para Miguel no chão, fez uma careta desconfiada, sabia muito bem que o Miguel havia deixado ele e Larih pra trás de propósito, mas ao mesmo tempo queria entender como Murillo tinha voltado do inferno, ele o tinha visto ser levado por Lilith.
Mas antes que pudesse fazer qualquer pergunta aquele motoqueiro estranho apareceu, dizendo ser de uma resistência e que falava em nome de um tal Raziel, César não sabia de nada daquilo, apenas apertou mais Aletus em seus braços tentando protegê-lo, o garoto estava desmaiado e cada vez mais fraco, precisava cuidar dele o mais rápido possível, então a rua se encheu de soldados vindo em caminhonetes pretas.

- Mas o que...

Então Rayden apareceu, do nada e com uma garota, César de um pulo pra trás por reflexo, mas Rayden parecia bem, só irritado. A garota disse que eles tinham que ter os olhos vendados, ela tinha um ar de demônio, só podia ser um demônios, ninguém mais faria aquilo. Ficou olhando para Rayden querendo uma explicação, mas no momento ele não parecia querer dizer nada, a garota o vendou e veio até César, ele ficou desconfiado e se abraçou mais a Aletus, a garota sorriu.

- Eu vi você lutando com a esposa de Caim, muito corajoso da sua parte.

César piscou sem entender o que tinha feito, não tinha matado a esposa de ninguém, ela vendou seus olhos e Aletus foi tirado de seus braços, não queria se afastar do garoto, precisava cuidar dele, mas contrariar todas aquelas pessoas armadas até os dentes e com um demônio, era loucura, então se deixou para dentro da caminhonete e ficou em silêncio.

-César... Larih foi levada...

De repente ouviu a voz de Rayden, baixa, sussurrando, virou a cabeça na direção da voz.

- O que?

Exclamou mais alto do que queria, achou que ela tivesse apenas fugido, tinha sido levada para onde? Como? Rayden não o deixou começar a enchê-lo de perguntas.

- Murillo estava com Miguel e por alguma razão nos traiu e entregou a Larih, eu não... não consegui impedir...

César ficou chocado, sem acreditar naquilo, Murillo jamais faria uma coisa dessas, não entregaria Larih aos demônios, ele estava atacando Miguel quando o encontrou, como podia fazer isso com Larih, devia ser algum engano...

- Isso pode ser um engano...

Sussurrou, mas Rayden não o deixou continuar.

- Não faça nada agora, nem fale disso perto dos demais, eu mesmo vou conversar com Murillo.

Ouviu aquele tom que encerrava uma conversa e ficou quieto, vendado numa caminhonete com um bando de gente armada e estranha e com alguém que podia ser um traidor no meio deles, suspirou e encostou a cabeça na parede de metal. Não sabe quanto tempo ficou parado no escuro, ouvindo os sons a sua volta, Rayden parecia ter pego no sono e não quis acordá-lo, de repente a caminhonete começou a chaqualar, não entendeu o que tinha acontecido e como aquela mudança brusca de caminho os tinha levado para algo, então o carro parou e disseram que els teria que continuar a pé.

- Acho melhor acordar.

Disse para Rayden enquanto ouvia a porta da caminhonete ser aberta.

- Vamos ter que andar.

Eles foram tirados da caminhonete, um guarda o segurava pelo braço para ajuda-lo a andar, estava num caminho de terra, tropeçava a toda hora, os machucados feitos na briga com aquele demônio estavam começando a reclamar, então chegaram a algum lugar e a venda foi tirada, estavam num acampamento grande, cheios de barracas, César olhou em volta curioso, achava quase impossível ter um lugar assim depois de tudo o que tinha acontecido. Mas ao olhar a quantidade de soldados e as armas que eles carregavam mudou de opinião.
O cara da moto, que se chamava Tori, começou a dar ordens, mandou Miguel para vigilância e Aletus para ser cuidado, olhou para o garoto e sentiu um aperto no peito, ele parecia muito mal, Rayden foi embora com a garota demônio, não queria que ficar longe dele também, toda vez que se separavam do grupo coisas ruins aconteciam, Tori levou a ele e a Murillo para algo que parecia uma enfermaria, haviam macas e médicos, uma mulher veio ajuda-lo e o colocou sentado em uma das macas, cuidou do seu ferimento no pescoço feito pelo chicote, ela limpou seu rosto com água fresca e aquilo ardeu, fez uma careta e a mulher sorriu.

- Sua pele está um pouco queimada, vou passar uma pomada para aliviar.

Ela trouxe um pequeno frasco e algodão, passou algo que refrescou sua pele de imediato, suspirou se sentindo melhor, ela examinou sua coxa e deu alguns pontos e depois de ter seu pescoço enfaixado foi liberado.
Murillo tinha sido colocado numa maca ao seu lado, mas não falou nada, em momento algum, as palavras de Rayden ficaram em sua cabeça, ele tinha mesmo sido capaz de entregar Larih aos caras que queriam mata-la? Que queriam matar todos eles? Tori ficou apenas os observando, será que ele também era um demônio igual a garota que tinha levado Rayden?
E quem era Raziel? Eram tantas as perguntas que nem sabia qual fazer. Tori não parecia o tipo de pessoa que responderia, ele recebeu uma pequena arma, que César reconheceu ser uma daquelas que costumava usar no hospital para aplicação de medicamentos, Tori aplicou no próprio braço e percebeu que César estava olhando.

- Uma dose por dia e fico saudável como um demônio.

César arregalou um pouco os olhos com aquela afirmação, abriu a boca para perguntar, mas aquela garota apareceu outra vez e dessa vez levou a ele embora, ele não queria ir, queria perguntar a Tori o que tinha naquela seringa, queria questionar Murillo sobre a acusação de Rayden, mas a tal garota o levou embora, então a seguiu sem muita vontade, mancando pela dor que ainda sentia na coxa, se sentia cansado, talvez dormir um pouco ou comer alguma coisa, nem pensou em banho, isso parecia bem fora de cogitação.

- Você deve estar bem curioso sobre nós certo?

César percebeu que ela estava falando com ele, ficou sem jeito de responder, devia estar dando muito na cara, encolheu um pouco os ombros e apenas continuou andando em silêncio. Eles pararam na frente de uma barraca, César olhou para ela, a garota sorriu.

- Ela é sua e do seu amigo Rayden. O outro amigo de vocês fica na barraca ao lado.

César olhou para dentro da barraca, não era muita coisa, duas camas dobráveis e duas mochilas grandes, uma caixa de papelão no pé de cada cama, devia ter comida e roupas ali dentro. Ficou imaginando como seria bom tirar um cochilo nela ou até mesmo no chão da barraca, qualquer coisa servia. Olhou para a garota sentada na entrada da barraca, ela não parecia a fim de levantar ou sair dali para deixa-lo descansar. Ela olhou para seu relógio de pulso, tirou uma seringa da blusa e aplicou no seu braço. Ficou olhando curioso, era a segunda vez, será que todos aplicavam injeções por aqui?

- Está curioso sobre isso? Viu meu irmão aplicando algo parecido não foi?

Então eles eram irmãos, eram demônios, pensou seriamente em sair correndo, pegar Rayden onde quer que ele estivesse e arrastar ele e Murillo daquele lugar. A garota levantou sorrindo e apontou com a cabeça para o acampamento.

- Venha, vamos almoçar e eu te conto uma história.

A palavra almoço surtiu efeito dentro dele, seu estômago roncou, praticamente implorou para que ele dissesse sim, César não tinha muita escolha, enquanto Rayden não aparecesse e Murillo fosse liberado da enfermaria não tinha muito o que fazer, além do mais não podia abandonar Aletus naquele lugar. Então deu de ombros.

- Pra qual lado?

A garota sorriu e o levou pelo acampamento outra vez, entraram numa das barracas grandes, parecia muito um refeitório escolar do seu tempo de escola, a garota o levou até uma mesa do canto e eles sentaram ali.

- Fique aqui.

Ela disse e se levantou, foi até a mesa maior no outro canto, onde um homem entregava bandejas, ela voltou com uma e colocou na frente de César, havia um lanche embalado, um pequeno pote com o que parecia ser frutas picadas e uma pequena garrafa com um liquido laranja.

- Coma.

Ela mandou, César não precisou ouvir pela segunda vez, pegou o lanche e começou a devorá-lo com vontade.

- Minha cidade foi uma das primeiras a sofrer o ataque, haviam enormes demônios cobra, com armaduras impenetráveis, eu e meu irmão fomos atacados, ele teve o braço arrancado, eu não sabia o que fazer quando vi aquilo.

César continuou comendo enquanto escutava as palavras dela.

- Mas eu não tive muito tempo para ajuda-lo, uma das cobras me atacou no pescoço, suas presas entraram tão fundo que seu veneno entrou quase todo em minha corrente sanguínea, seria questão de minutos até que eu e meu irmão fossemos mortos e transformados em virais.

- Vocês eram humanos?

César perguntou depois de engolir uma grande mordida do seu lanche. Ela olhou para ele com um leve sorriso.

- Difícil de acreditar? Se Raziel não tivesse nos salvado com toda certeza não estaríamos no time dos bonzinhos agora.

- E esse é o time dos bonzinhos?

Ela piscou antes de responder e começou a rir.

- Bem, somos o que sobrou deles.

César terminou seu lanche e olhou para as frutas picadas, seu estômago ainda implorava por comida, mas precisava conversar com ela.

- Mas como você não...pira?

Ela massageou seu pescoço pensativa antes de responder.

- Olha...Raziel sempre soube do que os demônios eram capazes, soube o que eles queriam fazer e começou desde o início a correr atrás de uma cura, quando ele nos encontrou fomos suas primeiras...bem...

- Cobaias?

César terminou a frase e ela pareceu ficar envergonhada.

- Escute, não nos vemos assim, ele nos ajudou, de verdade, ficamos mais fortes, sabemos lutar e enfrentamos o que os humanos normais não conseguem. Mas precisamos sempre disso aqui.

Ela colocou a seringa vazia em cima da mesa.

- É um composto de lágrimas de anjos, ambrosia e outras substâncias que só os anjos são capazes de conseguir, é graças a isso que conseguimos manter o controle, não estamos curados, é provável que para isso não exista cura, mas isso chega perto.

- Você quer dizer que Larih poderia...

César pegou a seringa nas mãos com todo o cuidado e analisou cada detalhe dela, aquilo podia salvar Larih, podia ajuda-la a se controlar. Olhou para Clary outra vez, estava maravilhado com aquilo, finalmente tinham encontrado o que estavam procurando, ela se aproximou um pouco mais dele, ainda sorrindo.

- O que acha César? Temos a cura para salvar a amiga de vocês.

Ele sorriu, esqueceu até da fome, começou a se sentir empolgado.

- Ela pode ter uma vida de novo, podíamos cuidar dela, podíamos...

Clary tirou a seringa de sua mão, ele olhou para ela.

- César, preste atenção, ela precisa de ajuda, mas para isso temos que tirá-la do inferno, antes que seja tarde para ela, você e seus amigos a conhecem melhor do que nós, confiaria em vocês, precisamos da ajuda de vocês se quiserem que a salvemos de lá.

César também se inclinou sobre a mesa, tinha um ar determinado.

- Quando começamos o plano?

Os dois ouviram uma bagunça vinda de lado de fora da barraca, Clary olhou para fora.

- O que está acontecendo?

Saiu da barraca e César a seguiu, alguns soldados corriam pra um canto atrás das barracas, César viu Rayden batendo em Murillo e correu para ajudar a separá-lo.

- Rayden! Para! Sai de cima dele!

Ele começou a gritar para ser solto, mas nem ele e nem o outro guarda o soltaram, Murillo começou a gritar.

- O que você queria que eu fizesse? Eles me disseram que se entregasse Larih teria minha filha de volta. E quer saber de uma coisa? Você faria o mesmo, seu pai também está lá!


César olhou para Murillo, então era verdade, ele tinha mesmo entregado Larih aos caras maus.

- Eles estão com o seu pai e com o irmão dela, ela está morrendo de uma coisa que nós nem sabemos o que é. Se pudesse salvar seu pai eu duvido que você não faria o mesmo.

Então ele deu as costas e disse que voltaria para a enfermaria, César ainda estava com a mão nos ombros de Rayden, olhou para Clary e Tori que estavam ali.

- Certo, vou leva-lo para a nossa barraca.

Disse e levou seu amigo para a barraca. Estava tão cansado, entrou na barraca e se largou na sua cama, olhou para Rayden.

- Eles tem como ajudar a Larih, Rayden. Podem cuidar dela, mas precisamos busca-la, temos que ajudar a trazer a Larih de volta do inferno.

Suspirou cansado.

- Eu não posso fazer isso sozinho, nem sei se posso contar com o Murillo, mas eu confio em você e sei que a Larih também confia, a primeira coisa que ela perguntou quando acordou na minha casa foi por você.

César apoiou os cotovelos na cama e ficou olhando para Rayden.

- Agora...o que vamos fazer?




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Mensagem por Narrador Qua Mar 19, 2014 7:45 pm

Atenção jogadores!

Nessa rodada vetarei a postagem de Amber Ludovik
Então começarei o novo turno.

Boa sorte jogadores!
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Mensagem por Narrador Qua Mar 19, 2014 9:18 pm

Narrador

Tori e Clary caminhavam pelo acampamento, fazendo seu turno enquanto os soldados jantavam nas grandes barracas que serviam como refeitório, o sol já havia se posto há algum tempo, as barracas estavam com suas lâmpadas de gás acesas, as coisas pareciam ter se acalmado.

- Pelo menos ele briga bem.


Clary comentou enquanto andava entre as barracas, Tori balançou a cabeça desaprovando.

- Clary, te pedi para não se meter com eles.

- Não me meti.

Ela se defendeu ofendida.

- E se tivesse me metido? Qual é o seu problema com isso?

- Sou seu irmão mais velho, tudo o que você faz é problema meu também.

Tori respondeu sério, ela revirou os olhos irritada, os dois atravessaram o acampamento indo na direção da barraca de Raziel.

- Clary não temos tempo pra isso, Raziel precisa de nós e deles inteiros, não coloque distrações na cabeça e não deixe que Raziel perceba isso.

Clary encolheu os humanos e não disse nada, podiam ouvir as risadas e as conversas animadas dos soldados no refeitório, nunca participavam disso.

- Que as coisas humanas fiquem para os humanos.

Murmurou a contra gosto e sabia que Tori tinha ouvido, mas apenas suspirou e não disse nada. Chegaram a tenda de Raziel, a postura mudou, ambos pareceram ficar mais sérios, com as costas mais retas e entraram. Raziel estava debruçada sobre uma mesa anotando algo, ele ergueu a cabeça e olhou para os dois.

- E então? Como estão nossos convidados?

Tori se aproximou um pouco da mesa.

- Eles vão nos ajudar, disso não temos dúvidas, Murillo Assassyh tem uma filha em poder dos demônios.

- César pareceu ter alguma ligação com a infectada.

Clary comentou, ela nunca se aproximava de Raziel.

- E Rayden pareceu seguí-los para onde quer que ele for, até mesmo pro inferno.

Raziel deu um pequeno sorriso satisfeito e voltou a se debruçar sobre a mesa anotando pequenas palavras numa folha que lembrava a planta de um prédio.

- Precisamos agir agora, a infectada já ficou tempo de mais com eles, pode ser tarde...

Ele ficou em silêncio um instante, olhando para a planta em cima da mesa.

- Rayden disse que ela está lutando contra o vírus, parece ter consciência do que está acontecendo, isso pode ser uma evolução boa para nós, mas uma oportunidade para eles. Temos que tirá-la de lá antes que eles possam usá-la contra nós.

Tori olhou para a planta desenhada em cima da mesa, Clary permaneceu afastada, Raziel explicara uma vez sobre o sentimento de autopreservação que o corpo deles desenvolvia quando estavam na presença de seres celestiais, era algo quase automático, ela se surpreendia com a capacidade de aproximação que seu irmão tinha.

- Vocês tem que ir essa noite.

A voz de Raziel a fez prestar atenção outra vez, olhou para o irmão, que parecia ter empalidecido.

- Essa noite...mas...

Raziel acenou com a mão pedindo silêncio.

- Se vocês não forem essa noite pode ser tarde de mais, Lúcifer já sabe que estou criando uma resistência e embora consiga proteger esse lugar, minhas barreiras não serão intransponíveis para sempre.

Tori e Clary se olharam em silêncio, não tinham como questionar Raziel.

- Clary vá buscar os humanos.

Raziel pediu, ela se virou para sair, mas seu irmão interveio.

- Pode deixar que eu vou.

- Não, preciso que separe todos os mapas do inferno para mim, Clary vá logo.

Tori deu uma olhada séria para a irmã mandando um recado para que ela se lembra-se da conversa entre eles, Clary deu de ombros e saiu. A noite tinha esfriado, uma brisa gelada balançava as copas das árvores, o acampamento estava em total silêncio agora, das barracas maiores as únicas iluminadas eram as da enfermaria, algumas barracas menores também tinham luz, os soldados já tinham se recolhido para dormir. Clary foi até as barracas dos visitantes, Murillo estava sentado na frente da dele.

- Raziel me pediu para chama-los, ele quer ver vocês.

Abriu a entrada da barraca dos outros dois.

- Toc toc.

Disse sorrindo para eles.

- Raziel quer vê-los, preciso que me acompanhem.

Olhou para Rayden e deu um pequeno sorriso.

- Espero que esteja um pouco mais calmo...vou esperar aqui fora.

Fechou a entrada da barraca e se afastou um pouco. Assim que os três estavam prontos ela pediu para que a seguissem e voltou para a barraca de Raziel. Quando o anjo viu os três deu um sorriso amigável.

- Rayden, é bom vê-lo outra vez, quanto aos outros dois é um prazer conhecê-los pessoalmente César e Murillo.

Clary permaneceu próxima a entrada em silêncio, Tori parecia estar prestando uma atenção excessiva num mapa que estava sobre a mesa, Raziel continuou.

- Creio que querem saber o motivo de eu os ter chamado a essa hora, peço desculpas pelo incômodo, mas estamos ficando sem tempo.

- Com Madara morta, Caim vai querer vingança, assim como Lúcifer e eles estão com a infectada e se o vírus dela estiver realmente evoluindo como vocês disseram, eles vão aproveitar a chance para usá-la como arma.

Tori explicou sem tirar os olhos do mapa.

- Temos que aproveitar a oportunidade, eles não estão esperando que alguma coisa aconteça agora, eles ainda não sabem que estão conosco.

Clary explicou olhando para Rayden.

- Por isso não vou designar soldados para irem com vocês, seria desperdício, serão vocês três, Tori e Clary, não temos condições de tirar todos de lá ainda, por isso a missão de resgate é para a infectada e sua filha.

Raziel terminou olhando para Murillo.

- Sei o que foi prometido a você e vamos ajuda-lo.

Clary se aproximou um pouco.

- O pai de Rayden também está lá.

Ela recebeu uma olhada feia de Tori, Raziel olhou para o mapa pensando.

- Não posso garantir que ele seja trazido de volta, no momento em que vocês entrarem terão pouco tempo para encontrar e resgatar a infectada antes que sejam notados e uma vez lá dentro não posso garantir a segurança de vocês.

- Mas vamos tentar.

Clary garantiu dando um sorriso, Tori parecia irritado.

- Se vocês se aproximarem, vou mostrar como vai funcionar o plano.

Disse de forma ríspida, quando eles chegaram mais perto Tori apontou para a planta em cima da mesa.

- As crateras que foram abertas funcionavam como uma passagem de ligação dimensional, uma vez que pularmos por ela seremos transportados para o inferno, mas depois do ataque essas passagens deixaram de ser vigiadas, então o nosso problema começa aqui.

Ele apontou para um cômodo redondo.

- A sala das seis portas, funciona como o Hall de entrada do inferno, geralmente quem cuida daqui é Cérberus, vocês já devem ter ouvido falar dele, tr~es canecas, dentes afiados, essas coisas...por sorte eu e Clary desenvolvemos um sonífero para cães demoniácos, a parte ruim é que o efeito dura uma hora, o que nos dá apenas esse tempo para entrar e sair de lá.

Ele apontou para a última porta da esquerda, de onde começava um desenho que lembrava um labirinto.

- Aqui fica a prisão, não fazemos idéia de onde a infectada está presa, sugiro que sejamos rápidos na procura, porque se ela não estiver aqui, nosso próximo passo é vir para cá.

Apontou para outra porta que dava para uma sequência de salas.

- Esses são os laboratórios de Lilith, a infectada pode ter sido levada para cá, o lugar é bem guardado pelos demônios dela, seria bem mais difícil conseguirmos obter êxito aqui.

Tori apontou para uma porta num canto oposto da sala.

- Crianças são importantes para eles, a melhor forma de obter um canal de possessão, Lúcifer gosta de tê-las mais próxima a ele, elas ficam em cômodos especiais, guardados pelos Aradnes, os demônios cobras, aqui o mais indicado é não chamar atenção porque estão muito perto de Lúcifer, geralmente as crianças são colocadas para dormir, então é só encontrar sua filha, pegá-la e sair.

Tori ergueu a cabeça e olhou para eles.

- Ser discreto e não chamar nenhum tipo será essencial para que ninguém morra ou para que o Hall não termine infestado de demônios. Clary vai com Murillo atrás da criança, eu e vocês dois vamos atrás da infectada. Não queremos encontrar com Caim ou com nenhum outro demônio maior, muito menos com Lúcifer, se vocês forem pegos lá podem esperar um destino muito pior que a morte.

Ele olhou para Raziel indicando que havia terminando, o anjo suspirou.

- Bem...Clary vai levá-los de volta para as barracas de vocês e vai explicar o que vocês precisam, espero vê-los em breve.

Clary fez um sinal para que eles saíssem e os acompanhou sobre um olhar de desaprovação de Tori.

- Eu sei que meu irmão tocou o terror em vocês, mas não se preocupem, não vai ser tão ruim quanto parece.

O acampamento inteiro dormia enquanto eles seguiam para as barracas, ela parou quando chegaram a barraca deles, ela tirou três pequenos frascos dos bolsos e entregou um para cada um deles.

- Isso deve ser usado só em último caso, se vocês virem que estão sozinhos e sem saída alguma, quebrem esses frascos com a mão, a água benta dentro deles trará vocês de volta para o acampamento imediatamente.

Ela olhou para as barracas.

- Melhor se aprontarem logo, peguem as mochilas, nas caixas vão encontrar várias armas e instrumentos santos, nada de armas de fogo, elas não serão úteis lá, vocês tem meia hora para nos encontrar na entrada do acampamento, vamos voltar para Lince.

Clary ficou olhando enquanto eles entravam nas barracas, então enquanto César entrava, ela puxou Rayden pelo braço e lhe deu um beijo.

- As vezes faz bem nos sentirmos humanos.

Sussurrou para ele com um sorriso, então se afastou e voltou na direção da barraca de Raziel.  

Jogadores

Esse turno será um pouco diferente, cada um terá direito a duas postagens, funcionará da seguinte maneira, o primeiro que postar volta como último, o segundo como antipenultimo e assim por diante, o último volta como primeiro. A ordem é a seguinte.

Larih

Rayden

César

Murillo

Amber nem sempre joga porque ela é um apoio do narrador, ela será a mediadora no final, antes que o último volte postando como o primeiro, lembrando que tudo isso será feito numa rodada. Agora vamos as dicas.

1 - A equipe que vai para o inferno voltará para Lince e entrará num dos buracos para o inferno.

2 - As armas que vocês vão encontrar dentro da caixa disponíveis a vocês são:

1) Facas de caça de tamanhos variados
2) Adagas de prata sagrada
3) Shorikens
4) Pequenas lâminas que podem atiradas
5) Frascos com água benta não teletransportadoras
6) Fios de prata com pequenos pesos, que enrolam pelo corpo quando atirados
7) Pequenos frascos que podem causar fumaças quando quebrados no chão

3 - Depois da postagem de Larih eu volto a postar a ação inicial antes dos outros jogadores.

Boa sorte.
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Mensagem por Larih Spencer Qui Mar 20, 2014 10:15 am

Larih Spencer

Larih estava deitada, não sentia muitas dores naquela posição, Luka acariciava seus cabelos, conseguia sentir cada movimento dele, as batidas do seu coração, cada articulação que se movia cada vez que ele acariciava seus cabelos, Larih já tinha sentido essa sensação uma vez, o coração acelerado, uma adrenalina que empurrava a dor para um canto esquecido do seu cérebro.

- Larih...

Luka se inclinou sobre ela quando ela ficou inquieta, o movimento foi involuntário, sua mão agarrou Luka pelo pescoço, ele não conseguiu ter tempo para uma reação, ela o derrubou no chão com força e quebrou seu pescoço de uma vez.

- Não!

Larih abriu os olhos engasgando, começou a tossir quando a voz não saiu, as dores vieram de uma vez, logo Luka estava do seu lado a ajudando a se sentar, sentiu o gosto de sangue na boca. Suas costelas quebradas esmagaram seus pulmões.

- Respire Larih.

Ouviu Luka murmurar, a um segundo atrás estava quebrando o pescoço dele, tentou se acalmar, fora assim que quase matara Rayden uma vez, não podia fazer o mesmo com Luka, ele tinha que se afastar dela.

- Luka...

Tentou falar, mas tudo o que conseguiu foi tossir mais, cuspiu um pouco de sangue, Luka a deitou de lado, apoiando sua cabeça nas pernas dele, todo seu corpo doía de forma absurda, talvez aceitar a proposta de Caim não fosse tão ruim, as dores acabariam. Fechou os olhos com força tentando afastar aqueles pensamentos. Estava fraca, não conseguia comer a um bom tempo, nem dormir, estava completamente esgotada e a cada dia perdia mais sangue, sentiu um calafrio percorrer seu corpo, estremeceu.
O outro homem colocou a mão em sua testa.

- Está com febre outra vez.

Sentiu uma dor aguda em seu estômago e se encolheu de dor, estava morrendo, só queria que aquilo acabasse logo.

- Se afastem dela.

Ouviu alguém dizer, sentiu Luka ficar tenso ao seu lado, abriu os olhos e Caim estava lá, Luka se colocou de forma protetora em volta dela.

- Não!

Ele disse.

- Já chega, não vai machuca-la mais!

Larih não conseguia se mexer, ficou deitada olhando Caim na entrada da cela, o olhar dele diante da afronta de Luka a encheu de medo, ele sorriu, de forma sádica, a voz dele ecoou em sua cabeça, ele mataria qualquer um que estivesse com ela.

- Bem...

Caim se aproximou, Larih quis gritar para que Luka se afastasse dela de uma vez, mas ele continuou onde estava, encarando Caim com toda a sua coragem, não houve nem luta, de repente Luka foi tirado de perto dela, Larih bateu a cabeça contra o chão e virou de costas para baixo, com o impacto, viu seu irmão sem os pés no chão, contra a parede e uma lâmina contra o pescoço dele, Caim deu uma risada.

- Acha mesmo humano, que ganha de mim? Que o seu não surte algum efeito?

Luka virou a cabeça um pouco de lado fazendo uma careta.

- Fique longe dela...

A ponta da lâmina correu a buchecha dele, fazendo um longo corte, aquilo foi de mais para Larih, ele não encostaria um dedo no seu irmão, de repente estava de pé, indo para cima de Caim, sem parar pra pensar, ele foi pego de surpresa, soltou Luka, que caiu sentado no chão e se defendeu de Larih, ela conseguiu acertá-lo no rosto, em resposta recebeu um safanão forte do lado da cabeça e caiu desnorteada, Caim parecia furioso, Larih achou que agora ele a mataria, mas então ele sorriu, um sorriso satisfeito que a assustou mais do que qualquer coisa, então percebeu o que tinha feito, tinha atacado Caim, alguém que a um minuto atrás estava literalmente morrendo.

- Muito bem...

Larih ficou cainda no chão sentindo as dores percorrerem seu corpo outra vez, levou um chute violento de Caim e se encolheu, ele deu uma risada.

- Você ainda surpreende. Levanta dai.

Ele a agarrou pelo braço e a puxou para fora da cela, a jogou no chão.

- Uma pessoa veio ver você.

Larih bateu o rosto contra o chão, havia outro homem ali, ele era mais velho, lembrava um pouco a Gabriel e Miguel, os cabelos eram prateados e um rosto até sereno, mas Larih não gostou de qualquer forma, ele se ajoelhou na frente dela.

- Nos encontramos outra vez, fico feliz que tenha vindo até a minha casa.

- Você...

Larih tossiu sem ar, Caim a ergueu do chão e a levou para dentro de uma cela vazia, Luka e o homem ficaram na cela de frente para ela, Caim prendeu seus pulsos com algemas pesadas na grade da cela, um pouco a cima da cabeça, a obrigando a ficar de joelhos, a dor nas costelas não a deixava respirar, ele apertou seus pulsos com força, os dedos quebrados estralaram, ela gemeu de dor.
Lucifer ficou ajoelhado em frente a cela, olhando para ela.

- Estava esperando sua resposta a proposta que eu te fiz.

Larih ficou com a testa encostada ao metal frio da grade, não sabia o que eles fariam com ela agora, olhou para a cela em frente, Luka olhava para ela assustado, ouviu um barulho atrás dela e de repente algo atingiu sua pele com força, pode sentir o corte se abrindo. Deu um grito de dor.

- Cade o frasco que eu te dei?

Lúcifer perguntou, sentiu outra batida contra suas costas e a dor subiu por sua espinha.

- Eu não sei!

Larih gritou, Lucifer balançou a cabeça.

- Não é essa a resposta que eu quero.

Outra batida e dessa vez nas costelas quebrados, Larih bateu a testa contra a grade da cela, sentiu as algemas afundarem na pele dos seus pulsos.

- Eu não posso dar a resposta que você quer.

Ela disse fechando os olhos quando foi acertada outra vez, queria que aquilo acabasse logo. Sentiu o sangue começar a escorrer por suas costas, Lúcifer se aproximou mais da grade.

- Mas pode me dar o que eu quero, é só aceitar a minha proposta.

Sentiu acertarem suas costas outra vez, mas a pele já estava começando a ficar dormente, não sentia mais. Não queria escutar Lúcifer, tentou pensar em outra coisa, se imaginou bem longe dali, em qualquer lugar que não fosse aquela cela. O sangue escorria por suas costas, pegando no chão, formando uma pequena poça. Lembrou de Murillo e de sua promessa.

- Não vou aceitar.

Disse quando seu corpo se retraiu no outro golpe. Lucifer sorriu.

- O que você está esperando? Que eles venham atrás de você? Seus amigos? Estão todos mortos.

Larih ergueu a cabeça e olhou para Lúcifer.

- É mentira!

O outro golpe acertou a lateral do seu rosto abrindo um corte profundo.

- Eles mataram um dos meus, achou mesmo que eu os deixaria viver?

Os olhos de Larih se encheram de lágrimas, olhando para Lúcifer, lembrou de Rayden naquela rua, com Miguel e a espada em seu pescoço, lembrou da visão dele com a garganta cortada, o próximo golpe pareceu atingir sue coração.

- Não...

Ela se sentiu sufocada, sem ar nenhum, pensou em César, quase morto quando chegaram a cidade. Os dois estavam mortos e por culpa dela. Perdeu todas as forças que tinham, não havia mais nada o que esperar. lúcifer continuou olhando para ela.

- Já chega.

Os golpes em suas costas pararam e Caim saiu da cela, ela viu que ele carregava um chicote, seus pulsos sangravam por causa das algemas, Lúcifer ergueu o rosto dela com a mão.

- Cansei de ser paciente, eu lhe dei uma opção e você não escolheu, agora farei a escolha por você.

Larih ficou olhando para ele em silêncio.

- Você vai se juntar aos meus e vai me obedecer, quer queria quer não.

Ele se levantou, Larih ficou presa a grade, com a cabeça encostada a ela, sem força nenhuma, a dormência em suas costas logo daria lugar a dor.

- Viremos busca-la em breve.

Lucifer disse, então se afastou e foi seguido por Caim, Luka se aproximou da grade de sua cela, desesperado.

- Larih...

Ela ficou em silêncio, de cabeça baixa, sentindo o sangue ir embora cada vez mais, não tinha forças para responder, não tinha forças pra chorar, nem pra mais nada, se deixou ficar lá parada, estava no limite e sabia disso, talvez agora morresse.

- Larih, por favor olha pra mim, fala comigo...

Fechou os olhos desejando com toda força que pudesse se reunir a César e Rayden em breve, mas havia a promessa de Lúcifer, em breve eles voltariam para busca-la, ela se tornaria um deles, então nada mais importaria, provavelmente nem saberia mais o que estava fazendo. Com sorte algum dos seres celestiais a matasse na primeira oportunidade.
Não conseguiu não pensar em Rayden e em César, em como eles deveriam ter morrido, aquilo doía mais do que qualquer coisa que Caim tinha feito com ela, deixou as lágrimas escorrerem, provavelmente era a última vez que choraria.
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Mensagem por Narrador Qui Mar 20, 2014 6:05 pm

Narrador

Lúcifer e Caim andavam pelo corredor de seus aposentos.

- Já usamos o experimento em algum humano já mais velho?

Lúcifer perguntou, Caim parou um instante para responder.

- Ainda não.

Lúcifer olhou para ele.

- Tem um homem já bem adulto na cela da humana infectada, leve-o para a Lilith, quero ver o que acontece num organismo já completamente formado, precisamos de um exército e logo.

Caim confirmou com a cabeça.

- Será feito, meu senhor.

Caim saiu dos aposentos de Lúcifer e voltou para a prisão, havia um demônios menor na porta, ele carregava um humano morto.

- Avise a Lilith que vou levar um presente para ela.

Ele entrou na prisão e foi até a cela, dois outros demônios menores o seguiram, olhou para a cela de Larih, ela parecia desmaiada, presa a grade, abriu a cela a sua frente, olhou para Phill Donovan e sorriu.

- Parabéns, você foi o escolhido.


Os dois demônios menores o ergueram do chão e o arrastaram para fora.

- Não!

Luka gritou e tentou impedí-los, Caim o segurou pelo pescoço e olhou para ele.

- Você não é o tipo de humano que nós queremos aqui.

E atravessou uma lâmina contra o seu peito, Luka cuspiu sangue e caiu de joelhos, Caim puxou a lâmina de volta e empurrou Luka com o pé contra o chão, ficou olhando para ele.

- Uma pena que ela não possa ver isso.


Disse com um sorriso olhando para Larih desacordada na outra cela, Luka engasgou com o próprio sangue. Caim deu uma última olhada para ele.

- Não se preocupe, morto você nos servirá muito melhor.

Deu as costas e saiu da cela.

****************

Clary e Tori esperavam os três humanos na saída do acampamento, tinham reunido tudo o que precisavam. Tori olhava para a irmã com uma cara de desagrado. A noite tinha esfriado mais, o vento estava mais forte, logo choveria. Clary puxou o capuz de sua jaqueta e cobriu a cabeça, enquanto os três chegavam.

- Espero que tenham pego tudo o que precisam.


Ela disse dando um leve sorriso, eles ouviram um trovão, Clary olhou para o céu escuro.

- Chuva...é um bom sinal.

Tori não olhou para eles, ficou fuçando em sua mochila, tirou uma lanterna prateada e entregou a irmã.

- Vá na frente, ilumine o caminho, os olhos humanos são diferente dos nossos.

Clary deu uma olhada de canto para Rayden, acendeu a lanterna iluminando seu rosto, fez uma careta divertida e se colocou na frente iluminando o caminho, Tori se colocou atrás dela e mandou que os outros o seguissem.
Eles fizeram a trilha até as caminhonetes de volta, Tori olhou para sua moto e suspirou.

- Você não vai nela.

Clary disse abrindo a porta traseira de uma caminhonete para que os outros entrassem. Ele entrou no banco do motorista, ela fechou a porta de trás e foi para o banco do carona. Tori deu a partida e eles foram rumo a Jericoh. A chuva começou a cair no caminho, depois de duas horas eles chegaram a cidade novamente. O sol começava a nascer no horizonte, mas com a chuva o céu continuava escuro. Eles pararam a caminhonete no centro da cidade. Tori e Clary desceram, ele deu a volta e abriu a porta de trás.

- Desçam.

Disse um pouco ríspido, Clary fazia uma varredura em volta, não havia ninguém.

- Tem um buraco no final da rua.


Ela disse para o irmão.

- Temos que ir já.

Ela os chamou e começou a andar pela rua, seu irmão e os outros a seguiram, ela puxou um bastão de choque da bolsa enquanto andava, parou na borda do buraco, seu irmão se colocou ao seu lado, ela olhou para os humanos.

- Eu sugiro que fechem os olhos antes de pular.

Dobrou os joelhos, abriu os braços e pulou.
Tudo ficou escuro por um instante, então ela sentiu os pés contra o chão e ficou reta, tudo estava escuro em volta, mas Clary conseguia ouvir os outros, acendeu a lanterna novamente.

- Silêncio.


Tori falou baixo, fazendo um sinal para que o seguissem, caminhavam devagar sem fazer barulho por um túnel estreito de terra, Clary apagou a lanterna quando se aproximaram do final do túnel onde havia iluminação. Tori fez um sinal para Clary e pediu para que os outros parassem.
Ela se juntou ao irmão na frente do grupo, tirou uma pequena esfera da bolsa, podiam ouvir um rosnado baixo vindo do final do corredor, Tori também tirou uma esfera de sua bolsa, em silêncio eles as jogaram na direção do final do corredor, houve um chiado alto, seguido de latidos e então o silêncio.
Tori se virou para os três.

- Lembrem-se, temos uma hora para entrar e sair.


Jogadores.

1 - César e Rayden vão acompanhar Tori

2 - Murillo vai acompanhar Clary

3 - Seguindo a explicação dada no último post vocês devem seguir para a prisão e para os aposentos de Lúcifer.

4 - César e Rayden não vão encontrar o Phill Donovan na prisão e Luka vai estar morto quando chegarem lá.

5 - Murillo, você vai dar um jeito de entrar na área de Lilith e resgatar o pai de Rayden

6 - Assim que abrirem a cela de Larih o alarme vai ser disparado e vocês terão cerca de 30 minutos para sair de lá, ou ficam presos com demônios.

7 - Nas celas vão ser atacados por cães demoníacos

8 - As cobras vão estar esperando nos aposentos

Boa sorte jogadores.
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Mensagem por Rayden Donovan Sex Mar 21, 2014 1:26 pm

Rayden Donovan

- Acha que eu não sei o que vão fazer com ela lá? Eu estava lá, eles estão com a minha filha de oito anos. O que você queria que eu fizesse? Eles me disseram que se entregasse Larih teria minha filha de volta. E quer saber de uma coisa? Você faria o mesmo, seu pai também está lá!

Ele parou de tentar se soltar ao ouvir, aquilo caiu como uma bomba em cima dele e ele ficou olhando pra Murillo.

- Eles estão com o seu pai e com o irmão dela, ela está morrendo de uma coisa que nós nem sabemos o que é. Se pudesse salvar seu pai eu duvido que você não faria o mesmo.

Ele viu Murillo sair em seguida e demorou um pouco pra se dar conta que era César quem estava ao seu lado, acabou indo para a tenda com ele sem se importar com os demais, pensava em seu pai, tinha a certeza que ele tinha morrido e agora não mais, entrou na tenda e se sentou na cama reservada a ele.

- Eles tem como ajudar a Larih, Rayden. Podem cuidar dela, mas precisamos busca-la, temos que ajudar a trazer a Larih de volta do inferno.

- Tem ideia do quão dificil vai ser isso?

- Eu não posso fazer isso sozinho, nem sei se posso contar com o Murillo, mas eu confio em você e sei que a Larih também confia, a primeira coisa que ela perguntou quando acordou na minha casa foi por você. Agora... o que vamos fazer?

Ele suspirou e olhou pra César que também o olhava, acabou se deitando.

- Temos de arriscar, Murillo vai atras da filha dele, temos de trazer a Larih e se meu pai estiver mesmo lá... eu o trarei.

Tiveram um pouco de tempo para descansar, era diferente ter um pouco de tranquilidade, sem toda aquela correria e monstros, aquele silencio o fez pensar e valorizar aquilo, acabou olhando pra César de novo, não sabia se ele estava dormindo ou só pensando, o vendo ali, se dava conta de que nada tinha sobrado, sem amigos, sem uma família, as únicas pessoas por quem sentia afeto agora eram somente ele e Larih, mas pensar em seu pai lhe trazia uma esperança, queria o ver de novo.

- Quando isso tudo acabar... vou pagar uma cerveja pra você, e vamos te arrumar uma namorada.

Disse soltando uma breve risada olhando pra César, olhou o topo da tenda e apos alguns instantes Clary entrava na tenda deles.

- Raziel quer vê-los, preciso que me acompanhem. Espero que esteja um pouco mais calmo...vou esperar aqui fora.

Ele se levantou da cama, Clary o olhava diferente dos outros e isso lhe trazia uma certa preocupação, não sabia se podia confiar nela, e porque ela o olhava daquele jeito, era gentil e agradável, olhou pra César e saiu da tenda seguindo a garota até a tenda de Raziel. Ao entrar viu o rapaz da moto, Raziel tambem os saudava. Após algumas explicações Raziel falou com Murillo, o rapaz olhou de lado para Murillo, conseguia entender agora os motivos dele, mas não disse nada, tinha batido nele mas não se arrependera, aquele momento com Miguel foi dos que lhe dara mais raiva.

- O pai de Rayden também está lá.

Olhou para a garota, não tinha se dado conta que ela tambem tinha assistido a briga, mas o sentimento de preocupação com seu pai voltara, tinha de tira-lo de lá, mesmo que fosse sozinho. Ouviu toda a explicação com atenção, nunca tinha se imaginado vendo um mapa do inferno, após todas as explicações, saíram sendo guiados por Clary novamente.Ela falou sobre os mantimentos e armas e Rayden continuou calado. Viu Murillo entrar primeiro em sua tenda e sorriu como despedida para a garota, viu César entrar e se virou mas fora puxado recebendo um beijo inesperado, arregalou um pouco os olhos e os fechou em seguida os abrindo ao vê-la se afastar.

- As vezes faz bem nos sentirmos humanos.

Ela disse baixo e se virou saindo, ele continuou olhando por um tempo, aquilo não era bom, iria lhe causar problemas, gostava de Larih e se importava com ela, acabou por dar um suspiro e se virou deixando escapar um breve sorriso, aquela garota era estranha, mas ja mostrou o que queria. Entrou na tenda e foi até a mochila preparar algumas coisas, olhou pra César e acabou rindo.

- Aquela garota... vai ser um problema.. ela me beijou cara.

Disse rindo e olhando nas caixas as armas que tinham la, Pegou uma faca, duas adagas, umas 10 shorikens e 5 frascos com agua benta, colocou-os na mochila com cuidado. Foi ate o canto da cama e pegou roupas que estavam lá e se trocou, viu um casaco e o pôs tambem, a noite estava esfriando, pegou tudo que tinha guardado na calça e passou para os bolsos da que agora vestia, e olhou pra César o esperando para encontrarem com os demais. Pôs a mochila e saiu sendo acompanhado por César, não via Murillo, o acampamento estava silencioso e o tempo parecia fechar.

- Isso vai ser difícil

Disse baixo chegando até a saída do acampamento, todos já estavam lá. Ouviu Clary e Tori dizerem algumas coisas mas não prestou atenção, estava nervoso e ansioso demais, piscou os olhos ao ver a luz em seu rosto, era a garota brincando com ele, acabou dando um sorriso de canto pra ela logo seguindo os dois. Entraram na caminhonete, o clima não era um dos melhores, Rayden estava no canto, César ao meio e Murillo no outro canto, a caminhonete deu partida de novo.

- Se é verdade o que disse, vamos tirar ela de lá...

Disse olhando pra Murillo em seguida, mesmo com tudo que tinha acontecido, não era hora de brigas entre eles, afinal, estavam juntos desde o início daquilo tudo, mas provavelmente amigos eles não seriam, não depois de ter batido em Murillo daquela forma, acabou encostando a nuca no banco.

- Me acorde quando estivermos chegando

Disse de olhos fechados enquanto cutucava em César, acabou pegando no sono de novo, era sua ultima oportunidade em muito tempo. Não viu o tempo da viagem passar, acordou com César o sacudindo, estavam entrando em Jericoh, esfregou os olhos olhando tudo em silencio, chegara a hora. Pouco tempo e a caminhonete parou, Tori mandou eles descerem e assim todos fizeram, viu a garota puxar um bastão de choque e tirou a vipertek do bolso, talvez choque funcionasse. Ela pulou o que o fez arregalar os olhos, não era muito confortavel pular num buraco que os levaria ao inferno, mas assim que Tori pulou ele fez o mesmo fechando os olhos, sentiu um frio repentino e logo bateu os pés no chão se desequilibrando um pouco, se recompôs e ficou quieto. Os irmãos jogaram as esferas fazendo os ruidos pararem.

- Lembrem-se, temos uma hora para entrar e sair.

Tori os chamou com a mão e eles o seguiram, deu uma ultima olhada em Clary e em Murillo e foi com o rapaz que os guiava, entraram no local onde ficavam as prisões, eram corredores que não pareciam ter fim, com diversas celas a parte, eles começaram a andar depressa olhando de grade em grade, Rayden ficava espantado com a quantidade de gente ali, todos vítimas do caos, queria libertar a todos, mas obviamente não podia fazer isso. Os três começaram a correr alternando entre as grades para tornar a busca mais rápida, viraram alguns corredores e após várias celas procurando Rayden parou vendo o garoto caído com o peito todo ensanguentado, estava com o rosto virado para a grade, Rayden ficou olhando, não tinha explicação, ele era o irmão de Larih, era idêntico a ela.

- Esse é...

Ouviu a voz de César atrás dele e olhou pra trás, Larih estava presa à grade da frente, totalmente machucada, ele encostou as mãos nas grades, ela não podia estar morta, não queria acreditar naquilo. Tori se adiantou abrindo a cela, o alarme começou a soar, era alto e extenso, aquilo o apavorou e olhou pra César e pra Tori confuso.

- Pelo que entendi você é o médico da equipe, pegue a garota, eu e o outro vamos dar cobertura, temos que sair daqui agora!

Tori disse olhando pra César enquanto quebrava de uma vez as correntes que prendiam Larih, viu César ir até ela e arrancou uma faca da mochila ficando com as duas mãos armadas, eles começaram a andar , Tori ia na frente deixando César com Larih no meio enquanto Rayden ia pela retaguarda, não demorou nada para aparecerem alguns cães correndo, eles eram rápidos, precisavam ser precisos, viu o primeiro pular sobre ele e disparou a Vipertek, o corpo da criatura voou contra o corredor com força, realmente funcionava contra aqueles seres, acertou um proximo que vinha, este no choque se bateu contra outro o derrubando e Rayden correu passando a faca pelo pescoço dele, olhou pra Trás rapidamente vendo que Tori tinha dominado os da frente.

- Vamos!!

Disse voltando a correr ficando atras de César olhando para a retaguarda, olhava para as celas enquanto passava, não via seu pai em lugar algum, mas se Murillo o tinha visto, ele estava proximo ao irmão de Larih.

- Eu tenho de achar meu pai..

Disse baixo correndo.
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Mensagem por César Nickols Qua Mar 26, 2014 1:16 am

César Nickols

- Temos de arriscar, Murillo vai atras da filha dele, temos de trazer a Larih e se meu pai estiver mesmo lá... eu o trarei.

César ficou olhando para o teto enquanto Rayden falava, ficou pensando em tudo o que tinha acontecido. Larih com o irmão, Murillo com a filha e Rayden com o pai, de repente percebeu que ele não tinha ninguém para procurar ou esperar, sua família tinha sumido sem deixar nenhum sinal, nenhuma mensagem, só uma casa vazia.
Fechou os olhos por um instante, sentia-se extremamente cansado, não só fisicamente, como mentalmente, pensou no que tinha acontecido em Jericoh, o embate com a mulher de cabelos azuis e de como tivera sorte, não tinha nenhuma relação com habilidades ou coragem, se Aletus não estivesse lá ela teria acabado com ele. Lembrou do pequeno elemental segurando seu braço, sentiu um leve formigamento em seu braço outra vez, a mulher atacando, a lâmina de energia atravessando seu corpo.
Sentiu-se enjoado. Tinha matado aquela mulher, a companheira de Caim, o anjo negro que vira decaptar pessoas em Lince, imaginou o que ele faria quando descobrisse o que tinha feito, sentiu um desespero tomar conta, cerrou os punhos com força, podia sentir a lâmina fria dele contra o seu pescoço. Pensou em contar a Rayden o que tinha acontecido, o que sem querer tinha feito.

- Quando isso tudo acabar...vou pagar uma cerveja pra você e vamos te arrumar uma namorada.

César deu um sorriso, resolveu que não era hora de contar o quanto estava ferrado.

- Uma boa cerveja gelada cairia bem.

Comentou bocejando, estava cansado, sentiu falta dos quinze minutos que tinha para fumar no estacionamento do hospital.

- Você é o cara que faz sucesso com as garotas.

Cobriu os olhos com o braço, sem querer lembrou da mãe e de como costumava deixa-la preocupada, de todos os filhos dele era o que tinha saído com defeito. Se metia em brigas desde pequeno na escola, enquanto os irmãos eram bem comportados ele tinha um quadro de honra na detenção, gostava andar com as companhias erradas, sempre se metendo com a policia, mas sua mãe nunca deixou que fosse preso, nem passar uma noite na cadeira. Na época os vizinhos, até seu pai e seus irmãos o chamavam de filho ingrato, ele nunca quis pensar nisso, parecia ridículo na época, então sempre dava de ombros e ignorava.
Até o dia que fez as malas e simplesmente foi embora, no começo até ligava pra casa, falava só com a mãe, a única que fazia questão de saber como ele estava, mas com o tempo foi simplesmente deixando de ligar, sempre arranjando uma desculpa atrás da outra, até que nos últimos dois anos não tinha ligado uma única vez. Se eles tinham ido embora a culpa era dele por tê-los esquecido primeiro. E embora nunca tivesse se dado bem com o pai e vivesse brigando com os irmãos, queria que estivessem bem, todos eles e se pudesse, queria vê-los de novo.
Não sabia se tinha pego no sono enquanto lembrava da mãe ou se nem chegou a dormir, parecia que tinha fechado os olhos por alguns minutos e a Clary estava lá na entrada da barraca para eles, com um sorriso irritante nos lábios, reprimiu um gemido irritado. Se ela estava ali significava que o descanso tinha acabado.

- Raziel quer vê-los, preciso que me acompanhem.

César sentou na cama tonto de sono, puxou as botas pra calça-las de volta e suspirou cansado. Olhou para Rayden e se levantou colocando um casaco.

- O jeito é ir né.

Resmungou saindo da barraca, foi com Clary e os outros pelo acampamento, não havia mais nenhum soldado andando por ai, entraram na barraca de Raziel, Rayden já o tinha visto antes, mas não contara como ele era, se deparou com um adolescente de asas brancas, ficou surpreso.

- Rayden, é bom vê-lo outra vez, quanto aos outros dois é um prazer conhecê-los pessoalmente César e Murillo.

César balançou a cabeça em cumprimento, estava cansado, queria voltar pra cama, teve que se esforçar o máximo para ficar acordado, seus olhos ardiam de cansaço, Tori começou a falar, falou sobre Madara, sentiu como se tivesse levado um soco no estômago, encolheu um pouco os ombros, iam resgatar Larih, Clary falou sobre o pai de Rayden, era informação de mais, percebeu que cochilava de pé, Tori começou a explicar sobre um mapa que parecia ser o do inferno, se esforçou ao máximo para manter os olhos abertos, eles falaram de cães infernais, serpentes e outras coisas, fechou os olhos sem querer, então Raziel os mandou embora, abriu os olhos um pouco assustado.

- Eu sei que meu irmão tocou o terror em vocês, mas não se preocupem, não vai ser tão ruim quanto parece.

César teve que reprimir um “Hã”, estavam indo para o inferno, de repente isso o atingiu como um tapa na cara e o sono foi embora, eles estavam indo para o inferno, o lugar onde Lúcifer, Caim e Lilith estavam, além de outros milhares de demônios, como aquilo podia não ser ruim? Quando chegaram a barraca de volta estava a ponto de começar a surtar. Clary entregou um frasco pequeno a ele, olhou para ela esperando uma explicação.

- Isso deve ser usado só em último caso, se vocês virem que estão sozinhos e sem saída alguma, quebrem esses frascos com a mão, a água benta dentro deles trará vocês de volta para o acampamento imediatamente.

Guardou o frasco no bolso do casaco e resolveu entrar na barraca, precisava pegar suas coisas, entrou e olhou em volta procurando uma mochila, viu algo que não queria, Clary e Rayden se beijando, sentiu o rosto ficar vermelho, virou pro outro lado procurando tudo o que ia colocar na mochila, pegou duas facas maiores, alguns frascos de água benta, fios de prata, um estojo com shorikens, além das pequenas lâminas de prata. Lembrou da época em que passava a noite no bar, treinar os dardos ia mostrar utilidade agora.
Rayden voltou pra barraca, não olhou pra ele, estava sem graça.

- Aquela garota... vai ser um problema.. ela me beijou cara.

- Eu não gosto dela.

Murmurou baixinho, fazendo uma careta, colocou a mochila nas costas e acompanhou Rayden para fora, sentiu o ar mais gelado quando saiu, parecia que ia chover, fechou o casaco, o acampamento estava silencioso, os outros soldados estavam dormindo, suspirou tentando imaginar o que estavam prestes a fazer.

- Isso vai ser difícil.

Ouviu Rayden dizer enquanto andavam pelo acampamento, olhou para ele e concordou em silêncio, estava se sentindo um pouco enjoado. Chegaram ao final do acampamento, onde os outros estavam, seguiu com eles pela trilha até as caminhonetes, tinha que prestar atenção para não tropeçar em nada, estava escuro e o sono não ajudava muito, bocejou umas quatro vezes antes de chegar. Murillo e Rayden não pareciam muito a fim de ficar perto um do outro, lembrou da briga dos dois mais cedo, era por causa de Murillo que estavam indo pro inferno, pensou na irmã mais nova e se faria a mesma coisa que ele tinha feito. Pensar em Kim não ajudava muito. Entrou na caminhonete e ficou entre os dois.
O banco estava confortável, até de mais, se encostou um pouco mais do banco, Rayden pediu para o acordar quando chegassem em Lince, alguns minutos depois tinha pego no sono também, abriu os olhos assustado, estava no carro, Rayden ainda estava dormindo do seu lado, Murillo olhava pela janela, a estrada do lado de fora estava escura.

- Eu sinto muito por sua filha...

Disse sem jeito para Murillo.

- Eu tenho uma irmã mais nova, fiquei pensando no que faria...

Encostou a cabeça no banco de volta, o carro parou e César percebeu que estavam chegando a cidade, cutucou Rayden para acordá-lo.

- Ei, estamos chegando...

O carro parou e logo Tori abriu a porta para eles descerem, ele parecia de mau humor, estava sempre de mau humor. Desceu do carro depois de Rayden e olhou em volta, tinha começado a chover, Clary já andava para longe deles, Rayden a seguiu, César vestiu o capuz do casaco e bufou irritado, foi atrás deles, quando voltasse do inferno iria embora do acampamento assim que pudesse, não gostava daquelas pessoas. Se colocou ao lado de Rayden e olhou para o buraco escuro. Clary disse para eles fecharem os olhos quando pulassem e sumiu na escuridão, Rayden pulou em seguida, César olhou para Murillo.

- Por que tudo tem sempre que ficar pior?

Pulou fechando os olhos com força. De repente seus pés bateram contra o chão e ele caiu sentado no chão, estava tudo escuro, se levantou devagar, tateando no escuro, os outros estavam lá, Tori mandou que eles ficassem em silêncio, foram andando sem fazer nenhum barulho até o final do corredor, podia ouvir rosnados no final do corredor, o bichinho de estimação de Lúcifer, Tori e Clary jogaram esferas na direção do barulho e de repente tudo ficou em silêncio.

- Lembrem-se, temos uma hora para entrar e sair.

Se separaram de Clary e Murillo, entraram por uma porta e se depararam com um labirinto, por um minuto se sentiu perdido, haviam celas de mais, pegou uma das facas de sua mochila precisava ficar preparado, andavam rápido, Tori ia na frente, haviam tantas pessoas presas ali, a maioria parecia ferido de mais, queria tirar eles dali, mas precisava encontrar Larih antes de qualquer coisa.
Andaram por um corredor, o tempo estava passando e eles ainda não tinham conseguido encontrar Larih em lugar nenhum, Rayden olhava para dentro de uma cela, passou por ele e parou, Larih estava presa a grade da cela a sua frente, seus braços pendiam a cima da cabeça presos a correntes, parecia desmaiada.

- Rayden!

Gritou correndo até ela, se ajoelhou na frente da grade, colocou as mãos no rosto dela e ergueu com delicadeza, ela estava machucada de mais.

- Larih...

Sentiu a pulsação em seu pescoço, estava viva, sentiu-se aliviado. Tori abriu a cela e o alarme começou a soar, César se levantou assustado e olhou para Rayden sem entender, Tori olhou para ele.

- Pelo que entendi você é o médico da equipe, pegue a garota, eu e o outro vamos dar cobertura, temos que sair daqui agora!

Tori quebrou a corrente dos pulsos de Larih, César se ajoelhou ao lado dela a segurando com cuidado, pegou ela nos braços e a ergueu do chão, não parecia pesar nada, assim que a ajeitou melhor para poder andar pelo corredor ela gemeu baixo de dor.

- Calma, vamos te tirar daqui.

Disse indo atrás de Tori, Rayden ficou na retaguarda, o alarme continuava soando, de repente os cães infernais apareceram dos dois lados do corredor.

- Droga.

Se colocou contra a parede com Larih nos braços, Rayden atacou os que vinham da direita e Tori da esquerda, se abaixou e colocou Larih deitada no chão, um dos cães veio para cima dele, se defendeu com sua faca cortando a jugular dele, outro veio em sua direção, puxou um frasco de água benta de dentro da mochila e conseguiu acertar dentro da boca dele, a criatura se contorceu no chão e se desfez em cinzas. Os outros tinham conseguido dar conta do resto, voltou para Larih deitada no chão, ela parecia semi consciente, olhou para ele de um jeito assustado sussurrou algo que ele não conseguiu entender.

- O que?

Perguntou se aproximando um pouco mais do rosto dela, ela disse algo parecido com eles estarem mortos, olhou confuso para ela, mas Larih parecia ter desmaiado outra vez.

- Eu tenho de achar meu pai...

Larih parecia tremer de frio, tirou sua jaqueta e a cobriu com ela, reparou nos pulsos dela, estavam com cortes profundos, sentiu raiva daquele lugar. Tori se virou irritado para eles.

- Temos que ir agora!

César olhou para Rayden enquanto pegava Larih no colo outra vez, dessa vez ela gritou de dor, tentou segurá-la de jeito que a não a machucasse tanto, precisavam sair logo dali, essa sirene chamaria a atenção dos outros demônios, não queria estar ali quando Caim aparecesse.

- Rayden precisamos ir, por favor não me deixe sozinho com eles, preciso da sua ajuda, Caim vai me matar quando me encontrar, eu matei a esposa dele!

Disse acompanhando Tori em direção a saída, mesmo Larih não pesando nada, estava ficando cada vez mais dificil, só pararam quando chegaram no corredor por onde tinham vindo, Clary e Murillo ainda não estavam lá. Se encostou a parede se sentindo exausto, olhou para Rayden, lembrou que ele tinha ficado olhando para dentro de uma cela quando encontraram Larih, tinha um garoto dentro dela, mas ele já parecia morto. A ficha caiu e ele quase deixou Larih dos seus braços.

- Aquele garoto era o Luka?

Ouviram barulhos de passos correndo pelo corredor, deitou Larih no chão atrás dele e pegou sua faca outra vez ficando em posição de ataque para o que quer que fosse.
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por Murillo Assassyh Qui Abr 03, 2014 10:33 pm

Murillo Assassyh

Murillo desistiu de ir a enfermaria no meio do caminho, irritado e com o rosto dolorido a última coisa que queria era alguém perguntando porque tinha entrado numa briga. Haviam lhe dado uma barraca, pensou em ir pra lá, passou pelo refeitório e sentiu um cheiro familiar de café, o lugar estava praticamente fazio, pegou um copo de isopor e colocou café, tomou um longo gole pensando no que Rayden havia dito.
Era mesmo um traidor, mas eles estavam com a sua filha, faria tudo de novo se tivesse que fazer. Terminou seu copo de café e bebeu outro antes de sair, pegou uma maçã e foi para sua barraca, o dia estava acabando e o lugar estava ficando mais frio. A barraca ao lado da sua era de Rayden e César, suspirou irritado.

- Só pode ser brincadeira...

Murmurou entrando na sua barraca, haviam roupas numa caixa, trocou sua camiseta por uma preta padrão, a calça militar e um casaco, passou os dedos na parte do rosto em que Rayden o havia acertado e sentiu uma pontada de dor, fez uma careta.

- Esse garoto sabe bater.

Suspirou cansado e sentou na cama, pensou em sua filha, na Larih, no velho e no garoto, tanta gente que estava no inferno, precisando de ajuda e eles não podiam fazer muita coisa, massageou as têmporas suspirando pesadamente. Precisava de ar. Sentou na entrada da barraca sentindo o ar frio da noite, os outros soldados iam se recolhendo, até que o acampamento ficou silencioso, Murillo continuou sentado lá observando a noite, então Clary apareceu e disse que Raziel queria falar com eles. Foi a contra gosto, principalmente quando viu que Rayden e César também foram convocados. Olhou para o garoto mais novo, ele parecia cansado de mais, a ponto de cair de sono em pé.
Raziel era igual a todos os outros anjos que tinha visto, estava começando a não gostar deles, de nenhum deles. Teriam que ir ao inferno, foi o que Tori e Raziel disseram, olhou para os outros dois querendo ver a reação deles, Rayden parecia irrirado, César dormia em pé.
Raziel falou sobre sua filha, sentiu um aperto no coração e confirmou com a cabeça concordando. A conversa continuou por mais um tempo, Tori mostrou a eles como entrar no inferno, Clary e ele iriam atrás de sua filha, enquanto os outros resgatariam Larih.
Eles foram dispensado, tinham meia hora para se preparar e encontrar Clary e Tori na saída do acampamento, entrou em sua barraca e começou a arrumar sua mochila, colocou suas armas e se virou para sair, viu Clary e Rayden se beijando e parou onde estava, deu um meio sorriso divertido, para quem até a tarde estava brigando por causa de Larih, agora parecia ter uma nova encrenca. Clary disse algo a ele e se afastou, Rayden voltou para dentro da barraca, Murillo saiu, com sua mochila no ombro. Aquelas armas que tinham não pareciam muito úteis, não depois de ter visto o que os demônios podiam fazer. Sorrateiramente passou pela barraca onde as armas ficavam guardadas e deu uma olhada, viu uma caixa escrito "explosivos", abriu sem fazer barulho nenhum e tirou duas pequenas granadas, conhecia o tipo, pequena por fora, explosiva por dentro. Colocou dentro da mochila, e saiu de lá antes que fosse visto por alguém. Encontrou com Clary e Tori na saída do acampamento, logo em seguida Rayden e César apareceram e eles seguiram pela trilha até os carros.
Entrou e se colocou ao lado de César, não queria muita conversa com ninguém. Rayden falou com ele sobre sua filha, deu de ombros e encostou a cabeça no vidro enquanto Tori dirigia o carro pela estrada.
Depois de um tempo tudo ficou em silêncio e Murillo ficou apenas com os seus pensamentos, lembrou de quando sua ex mulher foi embora, sempre soube que fora um erro casar com ela, mas quando ficou grávida pensou que talvez as coisas pudessem entrar em eixos mais tranquilos, então quando sua filha tinha por volta de seis meses ela fez as malas e foi embora. Até chegou a ir atrás dela, não queria que a sua filha crescesse sem mãe, mas ela nunca voltou, pelo contrário, a única vez que entrou em contato foi para dizer algo que ele nunca conseguiria esquecer.

“Acha mesmo que ela é sua filha?”

Ele nunca mais foi atrás dela, nem nunca quis saber se o que ela disse era verdade ou foi apenas para magoá-lo. Cuidou de Amelie como qualquer pai cuidaria de sua filha, levou para morar com sua mãe no Texas, onde ela cresceu com tudo o que queria. Assim que pudesse entraria em contato com sua mãe, se eles tinham pego Amelie precisava saber o que tinha acontecido no Texas.

- Eu sinto muito pela sua filha.

Ouviu César dizer a ele, ficou olhando pela janela em silêncio, aquele garoto era irritante as vezes.

- Eu tenho uma irmã mais nova, fiquei pensando no que faria...

Murillo suspirou.

- Ela não é minha filha, minha ex esposa fez o favor de me informar no divórcio.

César ficou em silencio e Murillo agradeceu por isso. Quando chegaram a cidade estava chovendo, suspirou irritado, saíram do carro, a chuva forte o deixou encharcado em um minuto. Seguiu os outros até um dos buracos, Clary estava na beirada e pulou. César olhou assustado para ele.

- Por tudo tem sempre que ficar pior?

E pulou, Murillo olhou para a escuridão lá em baixo.

- Eu me faço a mesma pergunta.

Murmurou antes de pular.
Quando seus pés tocaram o chão ele se lembrou da ultima vez que estivera ali, estava escuro de mais, ouviu a voz dos outros, Tori lembrou que eles só tinham uma hora para entrar e sair, seguiram pelo corredor, quando chegaram a entrada Murillo viu o tal Cérberus, não lembrava de muita coisa da ultima vez, talvez porque estivesse inconsciente. Tori e os outros foram em direção as celas, Clary o puxou pelo braço e eles foram na outra direção.

- Vamos logo...

Clary murmurou, ela se encostou a parede fazendo um sinal de silêncio, ele a imitou, os dois foram bem devagar, ouvidos apurados, pararam no final do corredor, Clary pediu para que ele parasse, tirou duas lâminas de sua mochila e se abaixou em posição de ataque, Murillo espiou por cima e viu uma daquelas enormes cobras que os tinham atacado um tempo atrás, não teve tempo de fazer nada, Clary saltou e correy, com uma graça igual a de um gato, silenciosa, saltou por trás dela e num único movimento enfiou as duas lâminas, uma em cada olho da criatura e ela se desfez em cinzas e Clary estava sozinha no corredor outra vez, fez um sinal para que Murillo viesse, os dois continuaram pelo corredor.

- Me lembre de nunca te provocar numa briga...

Murmurou baixo, Clary deu um sorriso, pararam na frente de uma porta grande.

- As crianças ficam aqui, matei aquela coisa, mas outras vão aparecer logo.

Abriu a porta e o puxou para dentro, havia várias camas numa sala enorme, várias crianças dormindo, Murillo ficou parado um instante, surpreso, como eles tinham feito isso? Eram crianças.

- Procure sua filha.

Clary ordenou em voz baixa, Murillo começou a andar entre as camas, então encontrou Amelie, ela parecia dormir tranquilamente, se ajoelhou ao lado da cama e colocou a mão em sua cabeça, preocupado.

- Filha...

Murmurou baixinho tentando acordá-la, mas ela não reagiu, olhou para Clary.

- É uma toxina que eles usam para deixa-las dormindo...

Ela começou a explicar, então parou olhando para porta, fez uma cara assustada.

- Droga.

Olhou para Murillo.

- Se esconde de baixo da cama, vai! Fica quieto!

Ela se abaixou e se enfiou de baixo de uma cama, Murillo fez o mesmo, no outro instante a porta se abriu, eles ouviram os passos andando entre as camas, Clary fez um sinal para que ele ficasse em silêncio.

- Qual delas vamos escolher senhora?

Ouviu uma voz, parecia um sibilo, igual ao de uma cobra.

- Pegue qualquer uma, não faz diferença.

Reconheceu a outra voz, uma voz feminina, era Lilith. Então a porta abriu outra vez.

- Minha senhora, Lúcifer deu novas ordens, ele quer que você teste a formula num velho.

- Num velho?

Lilith parecia descepcionada.

- São as ordens senhora.

Eles ouviram passos outra vez.

- Certo, deixe a criança, buscamos depois.

A porta bateu outra vez e a sala voltou a ficar em silêncio.

- Temos que sair daqui, agora.

Clary disse se levantando, Murillo se levantou e pegou Amelie no colo, os dois saíram da sala o mais rápido possível, então o alarme soou alto. Os dois pararam no corredor sem saber o que fazer, eles se olharam por um segundo.

- Precisamos encontrar os outros.

Eles começaram a correr. Murillo colocou Amelie em seu ombro a segurando com força para não cair, mas ela não teve reação nenhuma, continuava a dormir como se nada estivesse acontecendo, quando passaram com um corredor com celas menores ouviram o grito de alguém pedindo ajuda, Clary parou de uma vez e Murillo quase esbarrou nela.

- O que está fazendo!?

Gritou por cima do barulho do alarme, Clary olhava para uma cela, Murillo reconheceu a garotinha que estava lá dentro, era a mesma que o tinha levado de volta pra terra, Clary se aproximou das barras da grade.

- Me tire daqui, por favor Clary!!

- Se afaste Trevas.

Clary puxou a lâmina de sua bolsa outra vez, ficou segurando ela por um instante, então o metal começou a esquentar e a ficar vermelho, até parecer estar em chamas, com um golpe acertou o trinco da cela, que derreteu e a cela se abriu, a garotinha sai assustada, Clary a segurou pela mão.

- Vamos logo...

E voltou a correr, arrastando a garotinha junto, Murillo ia atrás com Amelie no colo, quando chegaram novamente ao hall podiam ouvir barulhos e gritos vindos dos corredores.

- Merda...temos que ir logo.

Clary disse olhando para o corredor que os levaria de volta a cratera. Murillo olhou para o corredor que deveria levar ao laboratório de Lilith, lembrou do velho que Lúcifer queria usar para o experimento e se lembrou do pai de Rayden, aquilo não podia ser coincidência e se fosse mesmo ele, Rayden jamais encontraria seu pai nas celas. Suspiro abraçando mais Amelie contra o seu corpo. Sabia o que tinha que fazer. Fechou seus olhos sentindo o calor do corpo de sua pequena, como ela gostava quando ele deitava ao seu lado pra dormir e ficava contando história até que os dois caiam no sono, se sentia sortudo, vira ela dar os primeiros passos, a falar a primeira palavra, a ir pra escola e tantas outras coisas que guardaria pra sempre com ele. Ouviu Clary dizer que eles deviam correr para o corredor e esperar os outros lá. Murillo deu um beijo na cabeça de Amelie.

- Papai te ama.

Sussurrou bem baixinho no ouvido dela, então se virou para Clary.

- Aqui, segure ela, eu preciso fazer uma coisa.

Clary segurou Amelie sem entender nada.

- O que você vai fazer?

- Preciso ajuda uma pessoa, vá pro corredor com elas, encontro vocês depois.

Disse já correndo pelo corredor que dava para os laboratórios, sem dar chance de Clary fazer alguma coisa. Torcia para não se pego antes de pelo menos chegar ao laboratório e ter certeza de que não era o pai de Rayden que estava ali, podia ouvir pessoas próximas a ele, pegou um dos frascos de água e quando fez a curva no corredor deu de frente com quatro demônios que perceberam sua presença e o atacaram, sem pensar duas vezes Murillo atirou os frascos contra eles, os vidros estouraram contra o chão e espirraram agua para todos os lados, os demônios pararam ao serem atingidos e caíram no chão se contorcendo, uma fumaça começou a sair de seus corpos, Murillo pulou por cima deles e continuou a correr, entrou na primeira porta que viu e por sorte deu com o laboratório, era enorme, cheio de aparelhos estranhos e até computadores.

- Olhe só...a tecnologia chega até no inferno...

Comentou andando pelo lugar, dali deviam ter saído todas as experiências de Lilith, aquela era a base zero, destruir ela significava uma grande barreira no avanço deles, encontrou um lugar onde ficavam as macas, havia um homem deitado em uma, Murillo se aproximou e reconheceu o pai de Rayden. Estava certo afinal. Ele parecia desacordado, deu uma leve chaqualada nele, que abriu os olhos assustado.

- Calma, sou eu. Lembra de mim? Conheço o seu filho.

Murillo ouviu um barulho crescente no corredor, logo chegariam ali, não tinha muito tempo. Ajudou o velho a se sentar na maca, ele parecia confuso.

- Eles fizeram alguma coisa com você?

O velho piscou e balançou a cabeça negativamente, Murillo tirou do bolso o pequeno frasco que Clary havia lhe dado.

- Use isso, vai te tirar daqui, vai te levar para o acampamento onde o seu filho está.

O velho pegou o frasco com a mão e ficou olhando para Murillo.

- Eu preciso que me faça um favor...diga a César que...que cuide de Amelie, por favor, ele vai entender e diga ao Rayden...diga a ele que eu sinto muito.

O velho confirmou com a cabeça, Murillo fechou a mão dele em volta do frasco, ouviu o vidrinho se quebrando e de repente o pai de Rayden já não estava mais ali. Murillo tinha ficado sozinho para enfrentar os demônios, respirou fundo colocando a mão na mochila e tirou outro frasco de água benta, assim que ouviu a primeira pessoa entrando no laboratório atirou o frasco. Acertando em cheio o rosto de Lilith, ela caiu de joelhos berrando de dor, logo atrás dela foram entrando mais e mais demônios, até que Murillo se viu cercado por eles.

- Acabem com esse desgraçado!

Lilith gritou, ainda de joelhos, o rosto escondido entre as mãos, dava para ver a fumaça que se desprendia entre seus dedos e o cheiro de carne queimada. Os demônios se aproximaram de Murillo, ele se colocou contra a maca que antes o pai de Rayden estava deitado. Sabia que de forma nenhuma escaparia daquele lugar com vida, levou as duas mãos a mochila e tirou dois pequenos objetos, olhando para os demônios, lembrou da frase de um de seus livros favoritos.

- Sabe o que se diz ao deus da morte?

Ele levou as duas mãos de volta a frente do corpo e mostrou as duas granadas que tinha trazido com ele, os demônios não entenderam o que era aquilo, ele puxou as travas com os indicadores, Lilith olhou para ele com o rosto desfigurado por causa da água benta e arregalou os olhos de espanto.

- Hoje não.

E o laboratório todo foi pelos ares.
Murillo Assassyh
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Mensagem por Amber Ludovick Seg Abr 07, 2014 8:40 pm

Amber Ludovick

Amber se colocou contra o fundo da cela quando sentiu a presença de seu pai, aquilo era algo assustador, ela nem podia vê-lo, mas só de saber que ele estava perto era motivo para deixa-la com medo. Precisava dar um jeito de sair daquele lugar antes que ele resolvesse lhe fazer uma visita. Com cuidado e muito silêncio foi até a grade, segurando a lâmina, enfiou a ponta no trinco e com cuidado deslizou o fecho interno para destravar a grade, começou ouvir gritos vindos do outro corredor, tentou ser mais rápida, quando ouviu o barulho do fecho destravando também ouviu passos vindo na direção do corredor, tratou de esconder a lâmina e se colocou contra o fundo da cela outra vez.
Caim e Lucifer passaram bem na sua frente, mas se sabiam que ela estava lá, simplesmente a ignoraram e isso a deixou aliviada, então Lucifer parou e olhou para dentro da cela, Amber congelou no lugar, de repente se sentia fria como pedra, ele deu um pequeno sorriso satisfeito e sumiu no corredor. Amber ficou parada, tentando voltar a respirar, em pânico, só depois de muito tempo é que conseguiu voltar a se mexer outra vez, se arrastou até a grade e experimentou puxa-la devagar para saber se estava mesmo aberta, ela não ofereceu nenhuma resistência e se abriu sem dificuldade. Amber nem conseguiu acreditar. Estava livre. Se apoiando na grade se levantou, tentando colocar um pouco de peso na perna que Caim havia quebrado, a dor foi horrível, fechou os olhos e mordeu o lábio para não gritar, sairia nem que tivesse que se arrastar, ainda se apoiando na grade saiu para o corredor, prendeu a lamina no cós da calça e saiu mancando pelo corredor, cada passo dado com sua perna pareciam milhares de facas cravando contra o seu osso, mas não podia fazer nada, tinha que continuar, conhecia todos os lugares e corredores de cor, precisava chegar até o arsenal de armas, com toda certeza Lucifer ainda mantinha sua foice guardada em algum lugar, ela era sua passagem para fora dali.
Cada vez que ouvia passos parava e tentava se esconder de alguma forma , até que conseguiu sair das celas, parou um segundo se apoiando contra a parede, precisava respirar, o arsenal de armas ficava do outro lado, mancando devagar de mais foi andando pelos corredores, desse jeito seria descoberta antes de chegar até o arsenal e seria morta, ouviu passos e tratou de se apressar, havia uma pequena porta, abriu e entrou, fechando a porta com rapidez, se encostou contra ela e ficou ouvindo enquanto os passos e vozes aumentavam conforme as pessoas se aproximavam, ouviu alguns sons que pareciam de luta, depois alguém disse sobre provocar uma briga e uma risada, torceu para que não resolvessem entrar, mas então os sons foram se afastando até que não havia mais ninguém no corredor, Amber abriu a porta e colocou a cabeça para fora, estava sozinha outra vez, tentou correr pelo resto do corredor, a dor subindo pela perna até chegar ao abdômen. Não ia aguentar por muito tempo.
- Vamos, vamos...
Murmurou tentando ignorar a dor, o arsenal ficava perto de mais da sala de Lucifer, mas correria esse risco, quando chegou ao arsenal nunca se sentiu tão aliviada, o único problema era que aquele lugar era enorme, tinha que ser silenciosa para não chamar a atenção de ninguém. De repente estava com raiva, aquela antes tinha sido sua casa e agora precisava se esconder como se fosse uma intrusa, andou pelas prateleiras tentando encontrar sua foice, ouviu passos e se abaixou, dois demônios menores entraram no arsenal, ficou abaixada em silencio, olhando por entre as prateleiras, se eles a descobrissem soariam o alarme, eles estavam de costas, procurando algo em outra prateleira, então viu presa em uma parede sua foice, precisava alcança-la, com cuidado foi se arrastando, os dois demônios conversavam e mexiam nos objetos da prateleira, estava quase próxima a parede quando perdeu o equilíbrio e esbarrou o braço contra uma prateleira, um estojo de lâminas caiu e fez um barulho alto, Amber congelou no lugar, os demônios pararam de falar.
- Maravilha...
Murmurou se levantando, os demônios pareceram não acreditar que ela estava ali, bem devagar foi colocando uma das mãos para trás para pegar a lamina presa a sua calça, tinha que impedi-los de soar o alarme, eles correram, Amber atirou a lâmina, acertando um deles, mas não foi rápida o suficiente para pegar outra lamina, o outro demônio tocou o alarme, que soou alto e estridente, Amber pensou no que devia fazer, então correu pro lado contrário, agarrou sua foice a tirou da parede, a arma sentiu o toque de sua dona e pareceu despertar, no mesmo instante Amber se sentiu mais forte, o suficiente para revidar qualquer ataque, o demônio que tinha soado o alarme a atacou e ela o rasgou em dois num único movimento, outros começaram a aparecer, ela não quis lutar, bateu o cabo de sua foice no chão e desapareceu.
Fazia muito tempo que não usava suas antigas armas ou poderes, quando a escuridão a envolveu não sabia exatamente para onde estava indo, quando tudo reapareceu estava no meio de uma floresta, olhou em volta esperando um ataque, mas estava sozinha, numa floresta estranha e com uma chuva que a deixou encharcada num instante. Ergueu a cabeça tentando ver o céu, mas com a floresta fechada foi impossível. Tinha que sair daquele lugar, era um alvo fácil, fechou os olhos tentando se concentrar, usando os poderes de sua foice rastreou uma presença angelical. Parou antes de ficar fraca de mais, não estava mais acostumada a controlar sua arma e isso a deixaria sem forças muito rápido. Sua perna estava ainda doía muito, mas iria se curar com o passar do tempo, se apoiando na foice foi andando pela floresta, mais tarde daria um jeito em suas asas cortadas.
A presença angelical estava a uma hora mais ou menos de distância, agora que havia rastreado sua foice ficaria emitindo um fraco sinal de direção, bastava segui-lo.
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por Narrador Ter Abr 08, 2014 1:34 am

Narrador

Raziel estava na sua barraca, sentado em frente a mesa analisando os mapas, tinha que confiar que havia ensinado tudo o que podia para Clary e Tori, continuou a olhar o mapa em silêncio, pensativo, tentando encontrar qualquer falha que tivesse deixado passar.

- Pare com isso, preciso de você acordado e aqui.

Gabriel chamou sua atenção, Raziel ergueu os olhos do mapa e olhou para ele, sentando numa cadeira um pouco afastada da mesa, ele parecia cansado e um pouco fraco, tinha um olhar sério. Raziel franziu um pouco o rosto.

- Você me disse que isso era o certo a se fazer, mas eu não sei se só eles dão conta...é o inferno lá em baixo.

A chuva caia do lado de fora, os soldados estavam mais recolhidos em suas barracas, parecia que todo o acampamento estava refletindo a preocupação de Raziel, Gabriel olhou para a entrada, dois soldados trouxeram Miguel e o deixaram dentro da barraca, Raziel se levantou, Miguel ficou em silêncio olhando para e ele e para Gabriel.

- Me chamaram?

Gabriel permaneceu sentado, com a mesma expressão séria.

- Sente-se.

Raziel disse, Miguel deu de ombros e se sentou ao lado de Gabriel, suspirou cansado.

- Não precisamos fingir que gostamos uns dos outros certos?

Disse olhando para Raziel.

- Você é obediente a Gabriel e eu não sou obediente a ninguém, creio que estou em desvantagem aqui e sei quando estou perdendo.

Gabriel virou o rosto para olhar para Miguel.

- Bom saber que você ainda tem um discernimento nessa sua cabeça.

- Pelo menos eu vou direto aos meus assuntos, sem rodeios.

Miguel respondeu com um sorriso. Raziel contornou a mesa, irritado e saiu da barraca, deixando os dois lá dentro, não se importava muito com a chuva, saiu andando pelo acampamento, alguns guardas estavam no refeitório e olharam enquanto ele passava, todos tinham um certo receio de Raziel, sabiam quem ele era e do que era capaz, embora ele nunca tenha dado motivos para nenhum deles, todos pareciam querer ficar afastado. Raziel sentiu que alguém estava chegando e parou, olhou para o centro do acampamento, de repente havia um homem ali, Raziel o segurou antes que caísse.

- Calma, segurei o senhor.

O homem parecia muito fraco, um soldado veio ajuda-lo e o segurou. Raziel olhou para ele e soube quem ele era.

- É um prazer conhecê-lo senhor Phill Donovan.

O homem parecia confuso, se o soldado não o segurasse desabaria no chão, Raziel olhou para ele.

- Leve-o para a enfermaria e cuidem bem dele.

O soldado o levou embora indo para a enfermaria, Raziel ficou parado onde estava, a chuva continuava a cair, ficou olhando para o lugar onde o homem tinha aparecido, aquela era uma das invenções de Clary e ele sabia, conseguia sentir, Murillo não voltaria.


Clary não conseguiu ir atrás de Murillo, então deu as costas, segurando a pequena garota em seus braços olhou para Trevas, que tinha um rosto assustado. Não sabia o que fazer, de repente os demônios começaram a sair dos corredores e Clary gritou para Trevas correr, correram para o corredor escuro, os outros três estavam lá, Clary olhou para o irmão.

- Cadê o Murillo?

- Disse que iria nos ajudar. Segure ela.

Clary deu a filha de Murillo para Rayden e olhou para César, puxou sua lâmina de dentro da mochila, Tori se colocou ao seu lado, podiam ouvir os demônios se aproximando, os rosnados, os gritos.

- Fiquem pra trás.

Ela disse, esticou sua mão quando os primeiros demônios apareceram no corredor, mas eles não conseguiram ataca-los, bateram contra algo que parecia uma barreira invisível. Clary ficou parada com a mão estendida.

- Não vou conseguir segurar isso por muito tempo, Trevas tem que nos tirar daqui.

Tori olhou para a garotinha assustada, ela olhou para eles em pânico, os demônios bateram outra vez contra a barreira e Clary deu um passo pra trás por reflexo.

- Vamos Trevas!

Clary gritou, Trevas abriu os braços e envolveu a todos na escuridão, todos estavam de volta em Lince, a chuva caia com força, Trevas tinha começado a chorar, Clary pegou a garotinha dos braços de Rayden.

- Ajude César com Larih.

Disse, Tori já ia na frente, levando Trevas com ele e abrindo a caminhonete, Clary esperou que Rayden e César entrassem no banco de trás e pulou atrás, colocou a filha de Murillo deitada no banco dos fundos, fechando a porta enquanto Tori já arrancava com o carro, Trevas ficou sentada no banco dos fundos chorando. Clary olhou para ela.

- Já chega Trevas, pare com isso.

Ela tirou uma seringa da mochila e entregou a César, olhou para Larih deitada no outro banco.

- Preste atenção garoto, isso aqui faz parte da nossa ajuda pra ela, o vírus se espalha pelo corpo, vai matando o organismo enquanto se alastra e se instala no lugar, essa injeção vai parar a evolução do vírus onde ele está. O problema é que não sabemos a que ponto está essa evolução, isso vai causar uma parada cardíaca nela.

Clary tirou outra seringa.

- Quando o coração dela parar aplique isso. Se o vírus já não tiver se alastrado por completo isso vai trazê-la de volta, se ela não voltar...

Tirou uma arma da mochila.

- Um tiro na cabeça será o suficiente para ela morrer sem dor nenhuma.
Trevas continuava a chorar, Clary balançou a cabeça.

- Eu preciso cuidar delas.

Disse pulando pro banco de trás, examinou a garotinha inconsciente melhor.

- Tori! Vai mais rápido!

Falou colocando os dedos no pescoço dela, ela continuava a dormir profundamente, Clary tentava consolar Trevas, deu uma olhada em Rayden, queria falar que sentia muito por não terem conseguido resgatar seu pai, esperava que Murillo já estivesse no acampamento quando voltassem.
O carro saiu da estrada e entrou na trilha de terra depois de um pouco mais de uma hora. Tori desligou o carro, Clary já descia com a filha de Murillo nos braços, Tori contornou o carro e pegou Larih nos braços.

- Pode deixar comigo, ajude Trevas por favor.

Disse para César, eles praticamente correram pela trilha, Tori olhou para a garota em seus braços, tentando entender porque Raziel a queria tanto com eles, ela parecia fraca a ponto de morrer a qualquer instante. Não queria que isso acontecesse.

- Aguente firme, vamos chegar logo.

Murmurou, logo avistaram o acampamento, Tori e Clary podiam ver a barreira que protegia todo o acampamento, Raziel o mantinha para cuidar de quem entrava e de quem saia, para isso era necessário a permissão dele.
Raziel os esperava na entrada do acampamento, ele estava sério, encharcado de chuva, pareceu satisfeito quando eles chegaram.

- Estou aliviado de vê-los aqui de volta.

Olhou para Tori com Larih em seus braços.

- Leve ela para minha barraca, vou cuidar dela pessoalmente. Leve Trevas e a filha de Murillo para a enfermaria, ela precisa de um antidoto e Aletus vai ficar feliz de ver a irmã.

Se virou para Rayden e César, ele voltou a ficar sério.

- Vocês foram muito bem, precisam de um descanso, César vá trocar de roupa, se alimente, descanse um pouco e venha depois a minha barraca quero que olhe os ferimentos de Larih.

Então parou um instante e suspirou pesadamente, olhou para Rayden.

- Seu pai está na ala um da enfermaria, sei que vai gostar de vê-lo, fique a vontade.

Pensou um instante antes de continuar.

- Foi Murillo quem salvou seu pai, acho que você tem com ele o que os humanos chamam de gratidão.

Então fez um sinal para Tori e os dois seguiram para sua barraca, então no meio do caminho ele parou e olhou para trás, para Rayden e César.

- Não contem a garotinha que o pai dela não vai voltar.


Jogadores.

Ordem de jogo:
César
Rayden
Larih

1 - César vai ter uma surpresa quando entrar na barraca de Raziel e encontrar Gabriel e Miguel lá.

2 - Rayden de presente te dou uma boa e longa conversa com o seu pai

3 - Larih Raziel vai aplicar a ultima injeção e você vai começar a se tornar como Tori e Clary. Vai precisar de uma injeção dessa por dia.

4 - Larih não tem permissão de sair do acampamento

5 - Descansem, se alimentem e recuperem-se para os próximos post.

Boa sorte
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por César Nickols Qua Abr 09, 2014 11:59 am

César Nickols

César estava em pânico, olhando para Rayden, tentando proteger Larih atrás de si, os passos se aproximando, segurou a faca com força em sua mão, se achou ridículo, o que era uma faca contra um demônio como Caim? Quem apareceu foi Clary com Amelie no colo, uma outra garotinha, mas Murillo não estava lá, olhou para Rayden sem entender nada, será que Murillo tinha traído eles outra vez? Ela entregou a filha de Murillo para Rayden e se virou para o corredor, César viu os demônios que vinham atrás deles e entrou em pânico. Clary pareceu barrá-los com algum tipo de força e falou com a garotinha, olhou para ela e achou que era familiar, lembrava alguém.
Clary gritou com ela quando os demônios atacaram outra vez. Então a garotinha abriu os braços, César segurou Larih nos braços outra vez e tudo escureceu. Quando se deu conta estavam de volta no centro de Lince, a chuva caia forte, César se levantou segurando Larih nos braços, olhou para ela, parecia mais pálida, não tinha muita reação, Rayden estava ao seu lado, olhou para ele preocupado.

- Eu não sei o que eles fizeram com ela, mas...e se for tarde?

Perguntou com medo, eles entraram na caminhonete, César deitou Larih num dos bancos com cuidado.

- Coloque a cabeça dela no seu colo.

Disse para Rayden, apoiando a cabeça dela, pegou sua mão com os dedos quebrados de forma delicada para que ela não sentisse dor.

- Não acredito que fizeram isso com ela...

Murmurou sentindo uma irritação crescer por dentro, Clary se colocou ao lado deles e estendeu uma seringa para César, ele a pegou olhando o conteúdo.

- O que é isso?

- Preste atenção garoto, isso aqui faz parte da nossa ajuda pra ela, o vírus se espalha pelo corpo, vai matando o organismo enquanto se alastra e se instala no lugar, essa injeção vai parar a evolução do vírus onde ele está. O problema é que não sabemos a que ponto está essa evolução, isso vai causar uma parada cardíaca nela.

Ela respondeu, César arregalou os olhos assustado.

- Eu não posso fazer isso. Não posso fazer isso com ela.

- Quando o coração dela parar aplique isso. Se o vírus já não tiver se alastrado por completo isso vai trazê-la de volta, se ela não voltar...

César pegou a outra seringa e viu a arma na mão de Clary, ela a deixou no banco e foi cuidar de Trevas no banco dos fundos, César olhou para Rayden, segurando as seringas, não fazia idéia do que fazer, aquilo podia matá-la.

- O que...eu não...

Olhou para Larih com a cabeça em seu colo, se aquilo não a matasse podia salvá-la, respirou fundo, precisava fazer isso.

- Segure-a com cuidado por favor.

Disse tirando a tampa da seringa, exitou um instante e aplicou a injeção no pescoço de Larih, ela franziu o rosto um instante, mas foi apenas essa reação, César esperou, talvez o virus não tivesse se alastrado tanto assim, talvez não precisasse da segunda seringa. Então Larih engasgou parecendo estar com falta de ar, abriu os olhos um instante, tossindo, tudo durou poucos segundos, então seu corpo estremesseu e ela voltou a fechar os olhos ficando imóvel.
César colocou dois dedos em seu pescoço e tentou sentir se havia pulso, não havia nada. Olhou para Rayden naquele segundo de pânico que sempre tomava conta dele quando isso acontecia no hospital, lembrou da outra seringa, mais do que depressa tirou a tampa e aplicou em Larih torcendo para que desse certo, ela tinha que acordar, se não acordasse...olhou para a arma no banco, balançou a cabeça tentando afastar a idéia. Colocou as mãos no rosto de Larih.

- Vamos Larih...não faça isso...

Olhou pra Rayden com medo, se tivesse matado ela nunca conseguiria se perdoar por isso, então de repente Larih começou a tossir outra vez, tentando respirar, César a ergueu um pouco ajudado por Rayden.

- Calma Larih...

Ela tossiu ainda um pouco conseguindo respirar melhor, César sorriu aliviado. Larih pareceu desmaiar de volta e César a deitou no colo de Rayden outra vez. Sua pulsação estava acelerada. César se encostou ao banco se sentindo esgotado, tapou os olhos com as mãos e suspirou.

- Agora só podemos esperar.

Massageou a cabeça com as mãos.

- Me faça um favor? Só me acorde quando chegarmos lá.

E tratou de tentar dormir. Talvez o medo e a adrenalina tivessem esgotado o que lhe sobrava de forças, então acabou pegando no sono antes de conseguir pensar em qualquer outra coisa.
Acordou com Rayden o chaqualando pelo ombro, abriu os olhos assustado um instante, morto de sono, havia chegado. Tori abriu a porta da caminhonete e pegou Larih no colo e disse para que ele ajudasse Trevas, ele olhou para a garotinha no fundo, tinha parado de chorar, mas ainda parecia assustada de mais, se aproximou dela com cautela para não deixá-la com mais medo.

- Oi, não precisa ter medo, vem comigo...

Trevas ficou olhando para ele e esticou os braços, César a pegou no colo e ela o abraçou com força, a abraçou de volta.

- Tudo bem...tudo bem...

Olhou para Rayden e foi andando pela trilha com cuidado para não cair com ela, olhou para Clary com a filha de Murillo nos braços.

- O que aconteceu com Murillo?

Perguntou em voz baixa para Rayden.

- Será que ele nos traiu outra vez?

Eles chegaram ao acampamento, Raziel veio recebê-los. Mandou que Larih fosse levada para a barraca dele e os outros fossem para a enfermaria, olhou para ele e Rayden.

- Vocês foram muito bem, precisam de um descanso, César vá trocar de roupa, se alimente, descanse um pouco e venha depois a minha barraca quero que olhe os ferimentos de Larih.

César confirmou com a cabeça, um soldado pegou Trevas de seu colo e a levou junto com Clary e a filha de Murillo. Raziel permaneceu lá, olhando para eles. Havia mais alguma coisa, podia sentir.

- Seu pai está na ala um da enfermaria, sei que vai gostar de vê-lo, fique a vontade.

César ficou surpreso e olhou para Rayden para ver sua reação. Raziel continuou.

- Foi Murillo quem salvou seu pai, acho que você tem com ele o que os humanos chamam de gratidão.

Aquilo deixou César em choque. Murillo não os tinha traido, tinha ido salvar o pai de Rayden, olhou Raziel e Tori se afastarem com Larih, Murillo devia estar na enfermaria com ele, pedir desculpas por ter feito um mal juizo dele, se virou para ir na direção da enfermaria quando ouviu Raziel.

- Não contem a garotinha que o pai dela não vai voltar.

César parou onde estava. Murillo não ia voltar, aquilo só podia significar uma coisa, a mesma coisa que tinha acontecido com Natasha e Luka. Ele não ia voltar e pra ele não tinha um resgate. Ficou sem saber o que fazer, olhou para Rayden.

- Eu...

As palavras não vinham direito.

- Eu vou...

Suspirou balançando a cabeça e se afastou dando pelo acampamento, passou pelas barracas, não queria descansar, não queria comer, só queria se afastar daquilo tudo, saiu do acampamento e parou no meio das arvores, caia uma chuva fina ainda, olhou em volta, sentia um peso no peito, todos estavam morrendo, apoiou uma mão na árvore ao seu lado e ficou se perguntando qual deles seria o proximo. Percebeu que ainda estava com a mochila, puxou uma das laminas de dentro dela e riscou o nome dos três companheiros no tronco. Ficou olhando para eles um instante.

- Vocês não tiveram um enterro, nem uma homenagem...desculpem...

Deu as costas pra arvore e voltou para o acampamento, não queria ir até a enfermaria, Rayden devia estar com seu pai lá e não queria falar com nenhum deles. Resolveu que iria para a barraca de Raziel cuidar de Larih como ele tinha pedido. Entrou na barraca.

- Raziel?

Disse vendo Larih deitada num pequeno sofá no canto, o anjo estava proximo a ela, mas não estava sozinho, arregalou os olhos quando viu que Gabriel estava ali.

- Gabriel, mas o que...

- É garoto, parece que todo mundo guarda surpresas não é?

Miguel disse em outro canto da barraca, César olhou de um para o outro sem entender o que estava acontecendo. Miguel devia estar preso, era um traidor. O arcanjo riu.

- Parece que meu par de asas me coloca um padrão a cima garoto.

Disse como se tivesse lido seus pensamentos, César deu um passo para trás. Na direção da saida, olhando para eles chocados.

- Eu não acredito nisso...

Raziel se aproximou devagar.

- César está tudo bem, estamos aqui por um bom motivo.

César olhou para ele irritado.

- Você é um mentiroso!

Raziel parou, Larih gemeu de dor e César olhou preocupado para ela, mas não conseguia se aproximar.

- Você precisa ajudá-la César, por favor.

O anjo disse também olhando para ela, então estendeu a outra seringa para ele.

- Por favor César, por ela.

César ficou parado olhou para a seringa e depois para Larih, sabia que Raziel estava escondendo alguma coisa, não era para Gabriel estar ali e Murillo era um traidor, mas Larih precisava de ajuda ou ia morrer. Pegou a seringa e se ajoelhou ao lado de Larih.

- O que isso vai fazer com ela?

Perguntou olhando para Larih.

- Vai congelar o desenvolvimento do virus onde ele está, em definitivo, vai dar força a ela, vai torná-la...

- Igual aos seus experimentos.

César terminou a frase, Raziel ficou em silêncio e não comentou nada. Gabriel e Miguel seguiram seu exemplo. César suspirou e aplicou a ultima injeção.

- Muito bem.

Sentiu a mão de Raziel em seu ombro e se levantou.

- Ela vai precisar de uma dessas todos os dias, por hora isso ela precisa descansar e você também devia.

- O que ele quer dizer garoto é que precisamos conversar e não queremos você aqui.

Miguel disse de uma forma até um pouco divertida, César não olhou pra ele, só deu as costas e foi pra saída da barraca. Olhou para Raziel.

- Não conte pra ela sobre o irmão se ela acordar, não ainda.

Raziel confirmou com a cabeça, César olhou para Gabriel mais um vez e depois para Miguel, balançou a cabeça e saiu. A chuva estava forte outra vez, mas se sentia sufocado, não conseguia respirar direito, foi andando sem pensar pra onde, esbarrou em Rayden que saia da enfermaria, cambaleou pra trás achando que ia cair, mas segurou no ombro do amigo, precisava respirar fundo, mas o ar não parecia querer entrar.

- Desculpa, eu não te vi.

Disse se afastando de Rayden, olhou para a enfermaria.

- Como seu pai está?

Perguntou tentando mudar de assunto, mas não conseguia prestar atenção no que ele estava dizendo, sentia um zumbido nos ouvidos, o ar sem recusando a entrar em seus pulmões, precisava se deitar.

- Rayden, desculpa, eu preciso ir, falamos depois.

E se afastou ignorando o que ele estava falando, foi andando devagar para não cair, tentando respirar, chegou a sua barraca e se deitou na cama, sem se importar com a roupa molhada, fechou os olhos tentando se acalmar, tentando respirar mais devagar.

- Vai ficar tudo bem.

Murmurou tentando se acalmar, apertou as mãos com força contra o seu rosto, estava apenas nervoso, era informação de mais de uma vez. Só precisava de tempo para digerir tudo.
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Mensagem por Rayden Donovan Qua Abr 09, 2014 4:34 pm

Rayden Donovan

O rapaz continuava correndo pelo corredor, o alarme tocava alto e eles tinham de sair dali depressa.

- Rayden precisamos ir, por favor não me deixe sozinho com eles, preciso da sua ajuda, Caim vai me matar quando me encontrar, eu matei a esposa dele!

Rayden o olhou de relance enquanto corriam, eram tantas preocupações que não tinha se dado conta de como César estava apavorado, se sentiu um péssimo amigo naquele momento, ambos tinham estado juntos desde o inicio da confusão e César era o unico amigo que sobrara sem estar infectado ou com ódio dele.

- Não vou deixar ele chegar em você.. só cuide da Larih esta bem?

Tentou lhe passar algum conforto embora fosse dificil e voltou a olhar pra trás vigiando a possível chegada de novos demonios, pararam ao chegar no corredor de onde chegaram, os outros ainda não estavam lá e nesse momento todos ficaram em guarda esperando pelos demais, sua cabeça estava a mil, era tanta coisa pra pensar, com aquele alarme não tinha como sair para procurar pelo seu pai, seria morto sozinho, e não podia deixar os demais daquele jeito, Larih estava inconsciente e César em pânico, não havia tempo pra pensar em si, só queria tira-los dali e acabar com aquilo.

- Aquele garoto era o Luka?

Voltou seu olhar pra César e depois pro chão, se lembrava da cena do rapaz caído na cela, com os olhos arregalados e a boca sangrando, não tinha dúvidas de quem era, e isso era mais um problema, como diria aquilo à Larih, olhou pra ela se certificando que ela permanecia inconsciente.

- Chegamos tarde demais... era ele.

Logo ouviram alguns passos e Rayden segurou a arma de choque com força, automaticamente se colocou à frente de César, estava sério, tinha de tirar os dois dali, suspirou aliviado ao ver Clary vindo com duas garotinhas, não reconheceu nenhuma das duas, com a cabeça cheia mal se lembrava de todo mundo que encontrava no caminho. Ouviu perguntarem de Murillo, ele não estava ali, se perguntava a todo momento o que ele tinha feito, e isso o fez olhar a garotinha que foi colocada em seus braços, ela tinha traços de Murillo, seria sua filha? Não esperava ter uma criança em seus braços, a tempos não pegava uma. Os rosnados vieram outra vez e Rayden apertou a garota contra seus braços, Clary se pos a frente e de alguma forma parou os demônios, o rapaz olhou por cima dos ombros para César, ele estava em pânico e isso era um grande problema, se sentia totalmente impotente naquele momento.

- Droga...

Disse olhando pra frente novamente, Clary gritava com a outra garotinha e de repente todos foram envoltos pela escuridão, por reflexo apertou a garota e logo pôde sentir a chuva cair, estavam em Lince novamente. Olhou pra checar se todos estavam ali, seu coração doeu ao pensar em seu pai, doeu de uma forma que não tinha sentido até então, ele olhou pra garota em seu colo e ouviu a voz de César.

- Eu não sei o que eles fizeram com ela, mas...e se for tarde?

Aquilo o fez olhar pra Larih, até então tinha deixado-a por conta de César, era muito com o que se preocupar, ao vê-la daquele jeito se preocupou, nao sabia como ela tinha tido forças pra suportar tudo.

- Ela não vai morrer... ela não pode morrer.

Foi interrompido pela garota que pegou a garotinha e pediu para que ajudasse Cesar, ele confirmou com a cabeça, estava todo molhado e logo entraram na caminhonete. Pôs a cabeça dela em seu colo como César pedia e a caminhonete começou a andar.

- Não acredito que fizeram isso com ela...

Olhou em silencio para a mão dela, passou a mao pela testa tirando o cabelo dali e olhou para o rosto de Larih, finalmente tinham conseguido tirar ela de lá, em meio à toda aquela preocupação se sentiu feliz por terem conseguido. Clary e César começaram um diálogo que o fez prestar atenção em silencio, viu as seringas e as orientações dadas à César, olhou pra ele de novo, o que aquele garoto estava passando não era brincadeira, tinha tomado muita responsabilidade e isso parecia o estar enlouquecendo. Ia dizer algo para ele mas foi interrompido pelo pedido de César para que a segurasse, fez conforme o que ele pedira e viu a aplicação da seringa. A reação de Larih assustou os dois, ela voltou a cair e César checou sua situação, Rayden não entendia muito dessas coisas e isso lhe dava raiva, aquele momento era terrivel, o medo de perde-la foi maior que tudo e a reação de César o deixava mais com medo.Ele aplicou a outra sertinga mas nada acontecia.

- Vamos Larih...não faça isso...

- César... César!...

Tentou fazer ele se acalmar em vão e foi surpreendido com a reação de Larih, a levantou de imediato a vendo respirar e não teve como expressar o alivio que sentiu naquele momento. Viu ela o olhar assustada antes de ficar inconsciente de novo e a deitou em seu colo. Rayden suspirou um pouco ofegante vendo César se encostar, era tudo muito pesado, ver Larih daquela forma e César tão apavorado, não podia se desesperar tambem.

- Me faça um favor? Só me acorde quando chegarmos lá.

- Deixa comigo.

Disse baixo, César dormiria agora e as coisas ficaram mais calmas, voltou seu olhar para Larih de novo e passou a mão em seu rosto, como ela tinha sido forte, aquilo o impressionava, mas todo aquele sofrimento tinha acabado por hora.

- Está comigo agora...Prometo que vou cuidar de você...

Disse baixo a olhando, se sentia cansado também, mas não queria dormir, ficou o restante da viagem checando Larih, por hora olhava para César para se certificar que ele estava bem. Após um bom tempo a caminhonete parou, o rapaz sacudiu César pelos ombros o vendo acordar.

- Cara acorda

Tori pegou Larih e Rayden desceu da caminhonete, andava ajeitando a mochila enquanto César levava a outra garotinha, andou do lado dele, a chuva começava a incomodar.

- O que aconteceu com Murillo? Será que ele nos traiu outra vez.

Olhou para César e lembrou de Murillo, olhou pra filha dele nos braços de Clary.

- A filha dele está aqui... não acho que ele trairia, só não sei onde ele foi parar.

Logo chegaram no acampamento, sentiu um alivio ao ver Raziel, Larih seria cuidada e os demais tambem.

- Seu pai está na ala um da enfermaria, sei que vai gostar de vê-lo, fique a vontade.

Seu coração acelerou de imediato ao ouvir aquilo e ele olhou para Raziel imediatamente.

- Foi Murillo quem salvou seu pai, acho que você tem com ele o que os humanos chamam de gratidão.

Ele olhou pro chão começando a andar, por que Murillo tinha salvado seu pai? Ele tinha todas as razões para odiar Rayden, por que teria feito aquilo?

- Não contem a garotinha que o pai dela não vai voltar.

Ele parou quase ao mesmo tempo que César, seus olhos se fixaram em um ponto do chão e sua mão tremia, Murillo tinha morrido, morrido pra salvar seu pai, como aquilo era possível? César se afastou e Rayden acabou correndo pro outro lado e se abaixou encostando na parte de tras de uma das tendas vomitando, sentiu uma dificuldade grande para respirar, era mais um que haviam perdido e se sentia mais culpado do que nunca, lembrou-se de como havia batido nele e tossiu tentando se recompor; não conseguia parar de tremer, e a culpa provavelmente não o deixaria tão cedo, ele voltou a andar pelo corredor, já não via Raziel ou César e aquilo o aliviou, podia chorar nem que fosse um pouco e foi isso que fez. Andava com as lágrimas escorrendo e fechou os punhos com raiva, as lágrimas se misturaram com a chuva enquanto o mesmo andava até a enfermaria, entrou lá devagar, a ficha ainda não havia caído de como aquilo havia acontecido e o rapaz parou ao ver seu pai de costas, o homem se virou o olhando.

- Ray...

- Pai..

Ele disse baixo correndo até seu pai e o abraçando, então tudo tinha mesmo acontecido, Murillo havia morrido e salvado seu pai, não acreditava naquilo, mas como era bom poder abraçá-lo de novo, achou que nunca mais faria isso.

- Quando soube que você estava vivo, não tinha como sentir mais orgulho de você... você é um Donovan, é um sobrevivente.

Phill dizia enquanto Rayden chorava o abraçando, após alguns instantes se soltaram e Phill segurou o rosto do filho com as mãos sorrindo.

- Pai... como você ficou vivo? o que fizeram com você lá? e como saiu?

O homem se sentou em um banco e Rayden em um outro à sua frente.

- Eu estava com Margareth e caí em uma das crateras, mataram ela na minha frente...

- Eu sinto muito...

- Mas eu estou bem, fiquei preso com um garoto o tempo todo, meu filho.. temos de tirar ele de lá.. eles estavam torturando a irmã dele na nossa frente e..

- Pai...

Ele disse baixo olhando pro chão.

- A irmã dele está aqui... conseguimos trazer ela, mas não chegamos a tempo pro Luka...

Phill olhou pro lado suspirando e Rayden o observou, pela reação dele, tinham ficado muito tempo juntos e Phil se importava com ele.

- Eu fiquei com ele lá o tempo todo, mas no fim me tiraram de lá.. iam me usar para um experimento e se não fosse seu amigo eu não teria escapado.

Rayden abaixou a cabeça de novo, não conseguiu segurar algumas lágrimas ao ouvir aquilo. Phil percebeu a reação do filho.

- Ele me pediu pra te dizer que sente muito...

O homem disse baixo e aquilo foi como uma outra paulada em sua cabeça e ele tossiu algumas vezes, Phill o abraçou de novo. Nunca teria como agradecer a Murillo, e nem se desculpar mais, porem sua filha estava salva, e naquele momento sabia que teria de cuidar dela tambem, devia isso à Murillo.

- Não sou o único Donovan aqui... você sobreviveu ao inferno, e agora que estamos aqui, isso não vai mudar. Descanse pai, e deixe que cuidem de você, eu volto depois.

Disse dando um beijo na testa do pai enquanto alguns dos homens vinham até Phill, ele saiu da enfermaria e levou uma trombada de César, ele quase caiu e Rayden o olhou, ele estava acabado, parecia ainda pior do que mais cedo, parecia ter visto um fantasma.

- Desculpa, eu não te vi. Como seu pai está?

- Ele está bem, só algumas esfoliações e..

- Rayden, desculpa, eu preciso ir, falamos depois.

Viu César se afastar andando para a tenda, estava nítido que ele não estava bem, Larih estava na tenda de Raziel então não podia ir lá. Ainda procuraria Tori e Clary para agradecer mas naquele momento ainda tinha com o que se preocupar. Foi até a tenda que estava designada à ele e a César, a chuva ainda caía e ainda estava encharcado, ao entrar viu César pálido deitado na cama, Rayden suspirou entrando.

- Você devia se trocar e dormir, essa são as unicas camas que temos, não encharque ela.

Disse dando um leve sorriso e abriu uma das caixas próximas às camas pegando dois uniformes e colocou um na cama dele e tratou de começar a tirar as proprias roupas que estavam molhadas.

- Você foi muito corajoso... sério, aguentou tudo aquilo, você é mais forte do que todos nós.

Disse vestindo o uniforme seco.

- Estamos mais seguros agora, tente relaxar um pouco... e o que te falei la em baixo era sério, não vou deixar ele chegar até você.

O rapaz se deitou na própria cama ainda olhando pra César.

- Perdemos Murillo e agora somos nós dois para segurar as pontas aqui, mas também preciso que você me ajude porque não consigo segurar tudo sozinho. Estamos juntos nisso, certo?

Disse e abriu um sorriso fazendo um sinal de positivo para César.
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Mensagem por Larih Spencer Qui Abr 10, 2014 12:42 am

Larih Spencer

Larih ficou acorrentada a grade e chorou até esgotar o que havia sobrado de forças para ela, a perda de sangue, a falta de alimento e todas as lesões que tinha sofrido finalmente estavam fazendo efeito e ela sentiu que agora iria morrer, seus braços estavam dormentes de ficarem erguidos e presos, era obrigada a ficar de joelhos, ouviu seu irmão chamar por um bom tempo, mas até ele parecia distante, distante de mais, virou a cabeça um pouco para o lado e viu Rayden sentado ao seu lado, com as costas encostada a grade, um olhar vago, a garganta cortada, escorrendo sangue, a cabeça um pouco erguida e ao lado dele estava César, com o mesmo olhar, Larih ficou olhando para eles. Ninguém disse nada, não era necessário, Larih encostou a cabeça a grade, se desmaiou ou pegou no sono não fazia diferença, a última coisa que se lembrava era de ouvir passos e então gritos, talvez sua hora tivesse chegado.
A inconsciência pareceu durar segundos, quando de repente foi trazia outra vez por vozes a sua volta. Não conseguia se manter inteiramente consciente, as vezes não fazia sentido, não conseguia nem abrir seus olhos, sentiu algo tocar seu rosto, ouviu o que parecia ser seu nome, mas isso não era o suficiente para mantê-la acordada, eram Lúcifer e Caim com toda certeza e a última coisa que queria era estar consciente de alguma forma para o que eles iam fazer.
Quando acordou outra vez havia um barulho alto e repetitivo, alguém puxou seus braços e a dor foi como um balde de agua gelada escorrendo por seu corpo, de repente haviam braços a sua volta, a erguendo do chão, as feridas em suas costas foram pressionadas e um gemido escapou de seus lábios. Ouviu uma voz próxima, tinham vindo busca-la, desmaiou outra vez.
Havia barulho de mais quando voltou a ficar consciente, ouvia gritos, rosnados e um som alto e insistente, dessa vez abriu os olhos, embora isso fosse tão doloroso quanto as chicotadas que havia recebido, o mundo parecia de lado ou seria ela que estava deitada? Com a vista um pouco embaçada via três pessoas a sua volta, tentou ver melhor, mas achou que estava delirando outra vez, era Rayden que estava de pé no corredor lutando com uma fera, viu também César, com toda certeza eram alucinações, eles estavam mortos. César se aproximou dela.

- Não é possível

Tentou dizer, embora sua voz não saísse. César aproximou o rosto um pouco mais. Ela sentiu a fraqueza tomando conta outra vez, sendo puxada novamente para a escuridão. Caim estava brincando com a sua mente outra vez.

- Vocês estão mortos.

Sussurrou fechando os olhos outra vez, sentiu os braços a sua volta outra vez e suas costelas quebradas se chocaram uma contra as outras, gritou de dor por reflexo, a dor foi suficiente para fazê-la desmaiar outra vez.
E dessa vez a escuridão parecia que não teria fim, não conseguia mais sentir seu corpo, não havia nada a sua volta, apenas o escuro frio e pesado, pelo menos assim não havia dor, pensou nos seus amigos, que tinham morrido por sua causa, no seu irmão preso, não podia fazer mais nada por eles, na verdade nunca pudera, desde o começo estava condenada a terminar daquela forma, talvez fosse mesmo o seu destino, de repente sentiu uma leve picada em seu pescoço, algo quase importância, poucos segundos depois estava morrendo, literalmente, a dor que sentiu no peito foi inexplicável, seus pulmões pareciam brasas queimando por dentro, perdeu o ar, engasgou quando tentou gritar, imediatamente pensou em Lúcifer e na seringa, ele tinha mesmo feito, seu coração pareceu explodir dentro do seu peito e junto com ele todo o resto pareceu morrer. Então veio um segundo choque, algo frio correndo por suas veias, como se tentasse reanimar um corpo já morto, trazer um pouco de alívio, seu coração deu um pulo ao ser atingido pela onda gelada e seus pulmões quiseram ar outra vez e ela se viu tossindo, viva. Ouviu a voz de César, como sentia falta do amigo. De repente percebeu que se sentia melhor, um pouco melhor, o suficiente para pegar no sono outra vez.
Dessa vez teve a certeza que tinha dormido e não desmaiado, a sensação de frieza ainda estava em seu corpo, mas ela trazia alivio, não incomodo. Da próxima vez que abriu os olhos estava num lugar que nunca tinha visto antes.
Larih ficou um instante olhando para cima, estava deitada num lugar confortável, estava quente, embora suas roupas estivessem molhadas, tentou se lembrar porque estaria com as roupas molhadas, mas não conseguiu, o lugar era claro, e isso incomodou seus olhos, acostumados a escuridão das celas, por reflexo ergueu a mão e tapou os olhos, sentiu ela um pouco rígida e viu que estava enfaixada da ponta dos dedos até o pulso.

- Você não está mais no inferno.

Alguém falou ao seu lado, Larih virou a cabeça por reflexo e viu um cara, mais ou menos da sua idade, ele estava sentado próximo a ela, não fazia idéia de quem seria.

- Desculpe, mas não te conheço...

Se ouviu falando, sua voz estava baixa e um pouco fraca, ele não tirou os olhos dela.

- Sou Tori, você está no acampamento de Raziel, senhor do deserto e do fogo.

Larih piscou confusa, estaria delirando outra vez?

- Como cheguei aqui?

Perguntou tentando se sentar, Tori a ajudou com cuidado. Seu corpo reclamou um pouco de dor, mas não o quanto já estava acostumada a cada vez que se mexia.

- Resgatamos você, eu, minha irmã e os seus amigos.

- Meus amigos?

Olhou para ele, agora tendo a certeza de que realmente estava delirando.

- Meus amigos estão mortos.

Dessa vez Tori olhou para ela, como se fosse uma maluca, chegou a abrir a boca para responder, mas outra pessoa apareceu e essa surpreendeu Larih, era um garoto, de uns dezessete anos, cabelos bem claros e asas brancas, deu um sorriso amigável para ela.

- Veja quem acordou!

Larih piscou confusa, olhou para Tori outra vez e depois para o garoto, não fazia idéia do que estava acontecendo. O anjo se aproximou e lhe entregou uma caneca com um líquido escuro e quente.

- Beba isso, aproveite que está quente, vai te fazer muito bem.

Ela pegou a caneca e bebeu um gole, o gosto era doce e muito bom, antes que percebesse havia tomado toda a caneca, ele não só aquecia seu corpo, como parecia deixa-la mais desperta, Tori ficou olhando em silêncio para ela, parecia procurar algo ou esperava alguma reação. Larih olhou para o garoto de asas.

- Quem é você?

- Sou Raziel minha criança. E fico muito feliz de tê-la aqui comigo.

Aquelas palavras saindo da boca de um garoto de dezessete anos chegavam a ser engraçadas, mas ela não riu, ficou olhando para ele esperando pelo resto da explicação e Raziel percebeu isso, porque sorriu.

- Sei que isso pode parecer confuso, muito confuso, mas antes de mais nada você precisar que nem tudo o que te disseram no inferno é verdade, seus amigos estão bem, estão aqui e é graças a ele que você também está.

Larih ficou em silêncio, digerindo aquelas palavras. Tori continuava apenas observando, aquilo começou a irritá-la, estava quase perguntando qual era o problema dele, mas Raziel continuou.

- Teremos tempo para conversar mais a fundo, tratar de assuntos importantes com você, por hora você pode acreditar que está bem, que está tudo bem.

Raziel continuou sorrindo e Larih entendeu ao que ele se referia, olhou para a mão enfaixada, lembrou de Lilith quebrando seus dedos, lembrou do quanto apanhou de Caim e de que tinha a absoluta certeza de que jamais sairia do inferno, agora estava ali, numa cena completamente diferente do que vivera nos últimos dias. Raziel sentou-se ao seu lado e segurou suas mãos com delicadeza, continuava sorrindo.

- Larih, isso acabou.

Ela olhou para ele e de repente percebeu que também estava sorrindo, Raziel se levantou.

- Bom, creio que essas três horas de sono tenham sido suficientes por hora, você deve estar querendo tirar essa roupa molhada, ver seus amigos, comer alguma coisa. Tem algumas roupas pra você aqui.

Larih olhou para a beira do sofá que estava deitada, havia um conjunto de panos pretos e uma camiseta branca, ela pegou as roupas.

- Pode se trocar ali atrás.

Raziel apontou para uma cortina no canto da barraca.

- Consegue ficar de pé?

Larih colocou as pernas para fora do sofá, elas pareciam mais leves do que lembrava, Tori a ajudou a ficar de pé, mas não foi tão difícil manter o equilíbrio, conseguia andar sozinha. Larih não conseguia entender o que tinham feito com ela, mas de uma semi morta tinha virado quase uma pessoa normal, pegou a roupa e foi para trás da cortina, tirou a roupa velha e rasgada que estava usando, nem se lembrava qual fora a ultima vez que tinha trocado de roupa, colocou a calça preta e a camiseta branca, havia também um casaco, vestiu por cima, seu cabelo estava úmido, deu um jeito que fazer uma trança nele e saiu de trás da cortina, Tori lhe entregou um par de botas e só então percebeu que estava descalça, sentou-se de volta no sofá para calçá-las, aquilo tudo ainda parecia muito estranho. Quem eram aqueles dois? O que estava acontecendo? Eles tinham dito que seus amigos a haviam resgatado. O que quer dizer que Rayden e César estavam bem e se a tinham trazido de volta, quer dizer que seu irmão também estava ali, eles não teriam deixado ele pra trás sabendo o quanto ela tinha lutado por ele.

- Onde estão meus amigos?

Raziel olhou para Tori e esse respondeu, sem nunca tirar aquele olhar dela.

- Umas cinco barracas menores a frente.

Ele respondeu, Larih se levantou e olhou para Raziel.

- Gostaria de vê-los...

- Claro, fique a vontade.

Tori fez menção de acompanha-la, Larih saiu da barraca e a claridade a cegou por um instante, ela tapou os olhos outra vez.

- Nossa, não achei que fosse ver algo tão claro novamente.

Comentou tentando abrir os olhos, caia uma garoa e estava um pouco frio, Larih fechou seu casaco e colocou o capuz, olhou para as outras pessoas que estavam por ali, todas vestiam uniformes parecidos com os dela, haviam barracas por toda parte.

- Isso é um...

- Acampamento militar, todos eles foram recrutados por Raziel para lutar contra Lúcifer.

Tori respondeu antes que ela terminasse a pergunta, larih percebeu que haviam barracas bem maiores que as outras.

- E essas barracas maiores?

- Temos o refeitório, o arsenal de armas e a enfermaria.

Larih olhou para Tori ficando um pouco ansiosa. Provavelmente seu irmão estava na enfermaria, depois de tudo o que ele tinha passado. Ou será que o tinham curado tão milagrosamente que nem ela.

- Enfermaria...meu irmão deve estar lá, Luka Spencer, devem ter trazido ele junto comigo.

Tori parou de andar e olhou para ela de um jeito estranho, Larih também parou.

- O que foi? O que aconteceu? Ele não está na enfermaria?

- Não...

- Então onde ele está?

Ela perguntou olhando em volta, Tori ficou olhando para ela, como se não soubesse o que dizer. Larih percebeu que havia alguma coisa errada. Sentiu um aperto no peito.

- Ele veio...não veio?

Tori desviou o olhar e Larih se afastou um passo dele.

- Quando chegamos onde você estava seus amigos disseram que era tarde de mais pra ele...não tínhamos como trazê-lo...

Larih se afastou dele sem acreditar no que estava ouvindo. Tori percebeu e olhou para ela.

- Ele...ele...

Não conseguia formular aquela frase que a havia atormentado desde que Luka havia caído naquela maldita cratera, o silêncio de Tori só pareceu confirmar.

- Não...meu Deus....por favor não...

- Eu sinto muito, nós tentamos....espera!

Larih não quis ouvir mais nada dele, ela se virou e correu, passando pelas barracas e pelas pessoas sem nem olhar se estava esbarrando em alguém, ouviu Tori gritar atrás dela, mas apenas o ignorou, parou um instante se sentindo perdida, aquilo não podia ser verdade, ele devia estar enganado. Precisava falar com Rayden ou com César, eles contariam a verdade, foi correndo entre as barracas, contando elas até a achar a certa, entrou sem cerimônia nenhuma e deu de cara com Rayden e César. Estava ofegante pela corrida e tinha certeza que ia começar a chorar. Eles olharam como se o fato de ela estar ali fosse algo inacreditável. Ela não tinha tempo pra isso.

- Meu irmão...

Começou, mas o silêncio e o choque deles tornou-se claro pra ela. Do lado de fora Tori gritava seu nome a procurando, Larih sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e ficou olhando para os dois.

- É verdade não é?

E quando eles não disseram nada ela percebeu que aquilo era mesmo real, então saiu da barraca, tapando a boca com as mãos para não gritar, Tori correu ao seu encontro.

- Fica longe de mim!

Gritou para ele, Rayden e César tinham saído da barraca.

- Vocês todos fiquem longe de mim!

Berrou se afastando deles, correu outra vez, ouviu eles gritarem seu nome, tapou os ouvidos com as mãos e continuou correndo, passou pelas barracas, pelos soldados, até que estava entre as arvores, mas ainda assim queria continuar correndo, correr até se afastar de tudo e para isso sabia que teria que correr pra sempre. Caim havia avisado pra ela o que ele era capaz de fazer, mas ela não tinha dado ouvidos e a consequência disso fora que seu irmão estava morto, ela tinha estado tão perto dele e ainda assim não conseguira protegê-lo.

- Cuidado!

Alguém gritou, de repente Larih se chocou contra algo duro igual a uma parede e caiu sentada pra trás. Olhou sem entender, não havia nada ali, Larih se levantou.

- Você está bem?

Havia uma garota próxima a ela, olhando um pouco assustada. Larih esticou sua mão para frente e tocou em algo duro e invisível.

- O que é isso?

Perguntou sentindo o desespero subir por sua garganta.

- É a barreira de Raziel, mantém o perigo fora e algumas pessoas dentro.

A garota respondeu, Larih colocou as duas mãos contra a barreira invisível, estava presa outra vez.

- Tenho que sair daqui.

Disse tentando se manter calma, a garota olhou como se ela fosse louca.

- Sem a permissão de Raziel você não vai conseguir.

- Eu tenho que sair daqui!

Larih gritou batendo as mãos contra a barreira, a garota ficou em silêncio, Larih bateu contra a barreira outra vez.

- Eu preciso sair daqui! Me deixem sair dessa droga de lugar!

Mas a barreira continuou lá e a garota continuou em silêncio, Larih perdeu as forças que tinha, caiu de joelhos apoiada contra a barreira invisível, ofegante, tentando não chorar.

- Eu preciso sair...

Disse quando as lágrimas começaram a escorrer, ela bateu a testa contra a barreira.

- Meu irmão...eu preciso ir...

Percebeu que tinha começado a chover outra vez, a garota não se aproximou ou fez menção de dizer alguma coisa, apenas ficou lá, para olhando. Larih olhou para a floresta a sua frente, sem poder alcança-la e percebeu que tudo o que precisava alcançar sempre fugia dela, escorria pelos seus dedos como água. E dessa vez, não tinha volta.
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por Narrador Qua Abr 16, 2014 4:21 pm

Narrador

Depois que César saiu da barraca, Raziel sentou-se na beira do sofá e ficou olhando Larih.

- Ela é mais forte que os outros.

Disse, Miguel se largou numa cadeira e suspirou relaxado, Gabriel estava atrás do sofa.

- Já sabiamos disso.

Comentou olhando para Raziel.

- O virus está evoluindo como previmos que aconteceria.

- O que significa que também podemos usá-lo.

Miguel disse.

- Usariamos as armas que eles criaram contra eles mesmos.

Raziel ficou chocado.

- E nos tornariamos igual a eles!

- Isso não é problema pra você não é Miguel?


Gabriel contornou o sofa, tinha uma expressão tão fria quanto o som da sua voz. Miguel sorriu sem parecer se afetar com isso. Encarou Miguel.

- Você manipula pessoas, exerce seu poder como se fosse lei, ninguém escapa de você, não é irmão?

Os dois ficaram se encarando. Raziel se levantou e se colocou entre eles.

- Bem, nós temos o que queriamos certo?

Disse tentando mudar de assunto.

- Agora preciso saber como vamos fazer para que ela coopere, ainda mais agora que o irmão está…

- Você tem os amigos dela, torne isso útil.


Miguel respondeu.

- Você deve ter aprendido bem com o seu mestre a como manipular…

- Já basta!


Gabriel gritou furioso, perdendo a frieza.

- Saia!

Apontou para a entrada.

- Agora!

Miguel deu uma risada suave e se levantou, colocando as mãos nos bolsos da calça, deu um sorriso para Gabriel e saiu. Raziel olhou ele sair e suspirou.

- Não deixe que os amigos dela contem sobre o irmão.

Gabriel disse, Raziel se virou para ele.

- Peça a um dos seus para contar antes.

- Mas César pediu…


- Se eles contarem a ela, Larih vai perder a confiança neles e eles são tudo o que ela tem, agora se Tori ou Clary fizerem isso, não só vai livrá-los de assumir uma culpa, como vai fortalecer a aliança entre Larih e eles.

Raziel olhou para Larih dormindo no sofá e concordou silenciosamente com a cabeça, Gabriel suspirou.

- Eu preciso ir, vou encontrar Uriel, ele vai nos ajudar com o círculo.

- Tudo bem, eu vou cuidar das coisas por aqui.

Raziel respondeu e saiu da barraca com Gabriel, havia um soldado na entrada, que ficou numa posição mais rígida e um pouco nervosa quando os viu.

- Avise Tori, que eu preciso vê-lo.

O soldado confirmou com a cabeça e se afastou, Gabriel fez o mesmo e Raziel se viu sozinho, entrou na barraca outra vez, Larih ainda dormia profundamente, ele foi até a mesa do canto, onde havia uma garrafa térmica e pequenos potes, além de canecas de porcelana, começou a preparer uma bebida quente. Tori entrou na barraca.

- Mandou me chamar?

- Larih sera sua responsabilidade.


Tori ficou confuso.

- O que?

Raziel continou a preparer a bebida.

- Preciso que a ajude a se adaptar, a entender seus poderes, se controlarm tudo o que for necessário.

Tori olhou para ela dormindo e ficou pensando até onde iria essa responsabilidade, não queria cuidar de ninguém.

- Tudo bem, farei o melhor que puder.

- Otimo.


Raziel sorriu separando a bebida em duas canecas.

- Ela é mais forte do que você imagina, isso é bom, mas se não tivermos cuidado ela pode sair do nosso controle.

- O remédio não vai funcionar?

Tori perguntou.

- Vai, claro que vai.

Raziel respondeu pegando as canecas.

- Mas sera mais difícil para ela, preciso levar isso a enfermaria, fique aqui.

Tori sentou ao lado do sofa e ficou olhando para Larih, ela parecia dormer profundamente, bem melhor do que na hora que a tinha trazido, ainda estava com as roupas molhadas, tirou seu tênis e as meias, ela já estava fraca, não precisava de um resfriado, pensou em colocar um casaco mais quente nela, só que para isso teria que tirar a camiseta suja e molhada, não estava com a minima vontade de fazer isso, ela que trocasse a própria roupa depois. Olhou para sua mão com os dedos quebrados, levantou e foi até o outro canto, onde Raziel guardava os curativos, pegou rolos de gaze e esparadrapo, sentou-se de volta e com muito cuidado começou a imobilizar sua mão, olhou para o rosto dela, Larih devia estar muito cansada porque não reagiu em momento algum. Terminou o curative e pegou um cobertor para colocar em cima dela e esperou que ela acordasse.

Raziel foi até a enfermaria e entregou uma caneca para um enfermeiro.

- Dê isso para Phill Donovan e assim que ele estiver melhor coloque-o na antiga barraca do senhor Assassyh. E como vai a filha dele?

- Injetamos o antidote para a toxina, ela estará bem logo.


- Otimo, coloque-a na mesma barraca que a senhorita Spencer e quero que ela seja próxima a do senhor Donovan e Nickols.

Depois de dar mais algumas ordens voltou para sua barraca, onde encontrou Larih acordada, lembrou o que Gabriel havia dito, precisava seguir o plano. Quando ela e Tori saíram da barraca ele ficou na entrada observando os dois. Viu Larih corer para longe dele e soube que ele tinha feito, deu um pequeno sorriso e voltou para dentro da barraca.

O inferno estava silencioso, todos estavam com medo e apreencivos de qual seria a reação de Lúcifer após o ultimo ataque. Lilith ainda carregava as feridas, da água benta e da explosão, o lado direito do seu rosto permanecia queimado e um pouco deformado, mas ninguém tinha coragem de falar alguma coisa.

Num acesso de raiva, depois da explosão, ela matara todos os seus servos.

Agora ela e Caim estavam no laboratório destruido.

- Três anos…

Ela disse com a voz borbulhando de ódio, Caim olhou para o chão, não sobrara quase nada dos corpos mais próximos as bombas.

- Lúcifer quer vingança.

- Eu quero vingança.

Os dois ficaram em silêncio um instante, Lilith se virou para Caim.

- Eles vão pagar muito caro, está na hora de mostrarmos a eles do que esse jogo é nosso.

Caim viu a seringa em sua mão, os olhos dela brilhavam de ódio. Gostava quando ela ficava assim.


Quando as coisas se acalmaram no acampamento Clary resolveu voltar para lá, estava irritada não sabia exatamente com o que, mas sentia que parte disso era por causa de Larih. Não gostava daquela garota. Ela era igual a ela e seu irmão, mas ainda assim parecia ser tratada diferente, até Raziel olhava para ela de um jeito diferente. Aquilo não era justo.
Foi para o refeitório, pouco soldados ainda jantavam, pegou uma bandeja e sentou-se num canto, Tori apareceu um pouco depois e se sentou de frente pra ela.

- Te procurei até agora. Onde estava?

Clary deu de ombros e deu uma mordida em seu sanduiche, Tori balançou a cabeça, sabia exatamente o que estava acontecendo.

- Não faça isso por favor, Larih é uma de nós, não pode dar as costas pra ela.

- Ela não é uma de nós, até Raziel sabe disso.

Clary respondeu com mais desprezo que pretendia.

- Ele me mandou treiná-la, ela ainda é fraca, precisa que a ajudemos.

- Ajuda? Pra que? Pra depois que ela se tornar mais forte que nós achar que tem algum direito de dar ordens?

Tori parou de falar e olhou para a irmã, ficou sério.

- Isso é por causa dele? É por causa do humano?

Clary deu de ombros outra vez.

- Clary, ele é um humano, você não pode querer que seja diferente, você não pode ser diferente…

- Só que eu acho que com ela vai ser diferente e não é justo!

Clary respondeu com raiva e se levantou.

- Eu não pedi pra ser assim, mas aceitei as regras como disseram que deviam ser, mas agora com ela parece que a coisa vai ser diferente e isso não é justo!

Tori olhou em volta para ver se alguém prestava atenção, geralmente os soldados nem olhavam para eles por medo.

- Clary…sente-se…

- Espero que quando for treiná-la, lembre-se de mostrar que as regras também valem para ela.

Ela disse saiu do refeitório, deixando a comida quase intocada. Tori ficou sentado em silêncio, pensando nas palavras da irmã. Aquilo ia ser um problema, sempre ficou preocupado com o fato de isso ter acontecido a ela quando era nova de mais, é claro que jamais mudaria o fato de Raziel tê-la salvado. Mas ainda assim, as vezes Clary parecia infeliz e Tori sabia que ela tinha seus motivos, assim como ele também tinha os dele. Pegou o lance da irmã e deu uma mordida, faria aquilo pela irmã, daria um jeito de manter Larih afastada do humano, devia um pouco de alegria a Clary.


Jogadores

1 – Phill Donovan vai receber alta e vai para a barraca dele.

2 – César vai saber sobre o ultimo desejo de Murillo.

3 – Amelie vai acordar e também vai para a sua barraca.

4 – Larih e Tori terão uma boa conversa e ela vai iniciar seu treinamento.

5 – Rayden e César também começaram a treinar com Clary.

Ordem da rodada: Rayden, César e Larih.
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por Rayden Donovan Qui Abr 17, 2014 2:00 pm

Rayden Donovan

Os dias estavam sendo corridos, não tinham tempo certo para dormir, comer ou descansar um pouco, as coisas ao mesmo tempo que estavam calmas, podiam explodir a qualquer instante. No momento a calmaria da tenda lhe trazia um pouco de sossego, e saber que César estava ali tambem lhe dava certo alívio, podia ficar de olho no amigo enquanto descansavam, ele estava passando por problemas, e se Caim viesse atrás dele mesmo as coisas iam ficar complicadas. O rapaz se sentou na cama e pegou a calça que tinha tirado, estava encharcada, abriu os bolsos e pegou as coisas que vinha guardando, queria ter tudo consigo e colocou nos bolsos da calça que agora vestia. Como de costume o momento calmo durou pouco, Larih abriu a tenda entrando, estava ofegante e assustada, Rayden ao vê-la não soube como reagir, queria tanto vê-la acordada, conversar com ela, mas nem teve tempo de dizer nada.

- Meu irmão... é verdade não é?

Aquilo foi como um soco em seu estômago, estava se preparando desde que voltaram para contar a ela e agora ela já sabia, por meio de outros, ele olhou um pouco pro chão, não sabia o que dizer, aquilo seria doloroso demais pra ela, a viu correr pra fora e olhou pra César de relance se levantando imediatamente para ir atras dela, ao sair viu Tori.

- Fica longe de mim! Vocês todos, fiquem longe de mim!

Ela começou a correr e ele olhou para Tori.

- César vá atrás dela... Vai!

Ele viu César correr e se aproximou de Tori o olhando com desprezo.

- Qual é o seu problema? Você sabe o que fez? Ela tinha de saber por nós não por um ninguem como você...

- Eu vi o que você pode fazer... com Murillo, com os demônios...

Tori disse o interrompendo.

- Sugiro que tome cuidado ao falar comigo.

Tori o olhou friamente e Rayden respirou ofegante de raiva, Tori era um dos principais ali, mesmo que quisesse, não podia ter confusão com ele, não naquele momento; decidiu se virar e correu para onde Larih tinha ido, enquanto corria foi pensando, o estado que Larih ficou quando soube, tinha medo que César não tivesse a alcançado. Não correu muito e viu César com Larih, ele parecia estar tentando acalmá-la, parou de correr enquanto Clary veio em sua direção.

- Você não precisa ir lá, venha comigo... César está com ela e eles estão bem juntos e...

- Pode ir sozinha...

Ele disse baixo passando por Clary e indo até Larih enquanto Clary saía, chegou perto dos dois, Larih chorava muito, olhou para César e suspirou.

- Larih, eu sei que não temos o que dizer pra que você fique bem, mas nós estamos aqui por você, como sempre estivemos.

Ele disse pegando na mão dela a levantando e começou a leva-la pro acampamento junto com César.

- Será que pode nos dar só alguns minutos César?

O olhou e balançou a cabeça devagar a levando para a tenda proxima à deles, ao entrar lá não havia ninguem, a sentou na cama vendo ela chorar e se sentou ao lado dela.

- Larih olha pra mim...

Ele disse baixo levantando o rosto dela devagar.

- Nada vai substituir o Luka, eu sei disso... e não posso imaginar tudo o que você passou, mas acabou.

O rapaz passava a mao no rosto dela tentando limpar suas lágrimas.

- Nada vai ser fácil, mas nós vamos passar por tudo com você, pois somos uma família agora, eu, você, o César... estamos lutando por você desde o início e não vai ser diferente agora.

Ele a abraçou de novo, como tinha sentido falta de tê-la ali, passou a mão na nuca da mesma enquanto lhe dava um beijo na testa.

- Vai ficar tudo bem... não vou deixar nada acontecer a você eu prometo.

Ele levantou o rosto dela olhando em seus olhos, embora a tristeza e os olhos marejados, era nítida a melhora no corpo dela, estava mais corada, mais forte e isso o aliviou um pouco. Seus dedos tocavam as palpebras dela limpando as lágrimas enquanto ele olhava para o seu rosto, como alguém tinha coragem de machucar uma mulher tão linda com ela, mas aquilo tinha que acabar, naquele momento só conseguia ter essa certeza. Por um momento parou de pensar apenas olhando pra ela e num instinto fechou os olhos e a beijou, de uma forma lenta e carinhosa, o afeto que tinha por ela havia aumentado e a cada vez que a via podia perceber isso; de repente sua mente foi invadida pela lembrança do beijo que Clary havia lhe dado, não era certo fazer aquilo, não enquanto não esclarecesse as coisas com Clary e por isso ele parou o beijo se afastando um pouco, olhou pra baixo um pouco perdido e a olhou em seguida.

- Eu.. preciso resolver mais algumas coisas e olhar meu pai... fique aqui okay... te vejo mais tarde.

O rapaz lhe deu um beijo rápido no rosto e se levantou saindo da tenda, passou um dos dedos no lábio olhando pros lados e foi até sua tenda novamente.

- César, fique um pouco com a Larih por favor, não quero que ela fique sozinha.

Logo ao dizer para César saiu da tenda, queria procurar Clary e acabar com aquilo de uma vez, mas viu seu pai chegando na barraca que Murillo estava, foi até ele.

- Pai... o senhor está bem?

- Sim meu filho, não se preocupe. Vi uma garota, estava procurando você e seu amigo e...

- Rayden...

Ambos foram interrompidos por Clary que vinha passando pelo corredor de tendas, Phil acenou com a cabeça e entrou em sua tenda e logo a garota parou em frente a Rayden e olhou para César que estava passando por ali.

- Nickols... nos encontre do lado leste do acampamento daqui a alguns minutos, temos de iniciar o treinamento de vocês.

Rayden a olhou, seria o momento de conversar com ela, tocou nas costas da garota e foi na direção do local em que iam treinar, ela o olhou e sorriu.

- Você e César fizeram um ótimo trabalho lá embaixo... quando você disse que faziam uma boa equipe, não estava mentindo.

Ele a olhou e lhe deu um pequeno sorriso.

- Obrigado, César é muito bom... mas..

- Poucos teriam a coragem que tiveram sabia? Poderia apostar que quase nenhum dos soldados daqui iriam até lá. Não é só o César que é bom, já vi você em ação... você é forte Ray, e o que faz pelos seus amigos é muito admirável.

A garota dizia enquanto chegavam ao campo de treinamento, era um espaço até grande, com algumas árvores em alguns cantos e outras ao centro.

- Aqui será onde vou treinar você e César... sei que são bons mas com treino certo, você pode se tornar um dos melhores aqui Rayden, sei que você tem potencial pra isso.

Ela se pôs à frente dele o olhando e pegou em sua mão, num movimento lento ela se aproximou dele que por sua vez  andou um pouco pro lado ainda segurando a mao dela a trazendo, não queria ser grosseiro, aquilo era difícil, mas não podia deixá-la pensar coisas erradas, naquele momento se via perdido, e gostaria muito de um conselho.

- Obrigado.. na verdade nunca pensei que podia existir um lugar como esse por aqui, até uns dias atrás eu estava sendo professor numa academia e olha agora, prestes a treinar para matar demônios... isso é loucura.

O rapaz soltou a mão dela andando pelo local, a chuva havia parado, só um vento um pouco gelado batia pelo local, andou proximo a uma das árvores ao centro e se abaixou em uma mochila bolsa que estava ali, pegou algumas lâminas, sua cabeça fervia em uma forma de acabar com aquela situação com Clary.

- As lâminas são super importantes, em fugas e ataques multiplos, um ataque a média distância sempre vai favorecer vocês, por isso precisa treinar a precisão dos seus arremessos, tente nessas árvores.

Ele pegou a bolsa e andou pra trás se afastando das árvores, após tomar alguma distância parou e pegou algumas lâminas, ele suspirou olhando pras árvores e Clary foi pra trás dele, ela tocou em seus ombros passando as mãos de leve ali.

- Alinhe o tronco e respire, você tem de se acostumar com a ideia de lançá-las.

Ele suspirou se sentindo um pouco incomodado e atirou uma das lâminas errando a árvore.

- Você não precisa ter medo Ray... eu...

Ela disse baixando as mãos pelas costas dele e logo parou se virando e dizendo com uma voz de desaprovação.

- César...

O rapaz olhou pra trás vendo seu amigo chegar e suspirou mais pesado do que gostaria sentindo um grande alivio por ele estar ali.
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por César Nickols Sex Abr 18, 2014 9:36 pm

César Nickols

César tentou relaxar depois do que Rayden disse, tirou a roupa molhada e sentiu-se bem melhor ao colocar um uniforme seco, passou a camiseta molhada pelos cabelos e tirou o excesso de água, estava esgotado, precisava dormir um pouco, deitou na cama de volta e suspirou deixando o corpo relaxar, ficou olhando para o teto, seu estomago roncou de fome, mas isso teria que esperar, nem se uma orda de demônios atacasse o acampamento agora ele conseguiria levantar da cama, se virou um pouco e olhou para Rayden, talvez ele quisesse saber da Larih.

- Ah... talvez Raziel nos deixe ver a Larih depois, ela estava dormindo quando eu fui até lá.

Lembrou de Gabriel e Miguel e sentiu seu estômago revirar, o que estava acontecendo? Achava que o arcanjo estava morto, por que estava na tenda de Raziel com um traidor? Pensou em contar a Rayden, mas eles precisavam tanto de um descanso, contar aquilo só o deixaria mais preocupado e não ajudaria em nada, resolveu que contaria depois de tirar um bom cochilo, fechou os olhos e em poucos minutos tinha pego no sono.
Não percebeu quanto tempo tinha dormido, mas acordou assustado quando de repente alguém entrou na barraca, num pulo estava sentado na cama outra vez, com o coração disparado, já esperava um ataque, mas era Larih que estava parada em pé na entrada, parecia assustada, esfregou os olhos com as mãos sentindo a cabeça reclamar por ter levantado tão rápido.

- Larih, o que...

- Meu irmão...

César congelou, com as mãos no rosto, ela sabia, sabia do irmão, lembrou do garoto morto na cela, ergueu a cabeça e olhou para Rayden.

- É verdade não é?

Ele não sabia o que responder, olhou para ela, tinha pedido a Raziel para não contar, por que ele tinha feito isso? Larih saiu da barraca, ele se levantou e foi atrás dela.

- Larih espera.

Larih gritou para que ficassem longe dela, César viu Tori e ficou furioso, aquele idiota tinha contado, Larih correu e César não soube se ia atrás dela ou se metia um soco no meio da cara de Tori, Rayden pediu para que ele fosse atrás dela, com um último olhar de raiva ele foi.
O dia estava frio por causa da chuva, ele tinha esquecido a jaqueta na barraca, mas não tinha tempo pra pensar nisso, precisava encontrar Larih, passou correndo pelas barracas e chegou a entrada da floresta, olhou em volta.

- Larih!

Gritou, Clary surgiu do meio das arvores e olhou para ele.

- Sua amiga parou na barreira, ela não vai conseguir passar nem se quiser.

- Ótimo.

César respondeu passando por ela.

- Agora fique bem longe.

Ele correu pelas arvores e encontrou Larih ajoelhada, apoiada contra algo invisível, a barreira que Clary havia dito, se aproximou devagar ouvindo ela chorar, se ajoelhou ao seu lado, não sabia muito bem o que dizer, se lembrou de como se sentia desconfortável quando precisava dar uma notícia assim no hospital e Larih era sua amiga, alguém de quem gostava muito.

- Não queria que soubesse assim.

Disse baixo, triste, ela continuou chorando , colocou o braço em volta dos seus ombros e a abraçou, deixando que ela encostasse a cabeça em seu ombros e chorasse o quanto for necessário.

- Tudo bem Larih, tudo bem, pode chorar.

Disse acariciando suas costas, ficou em silêncio esperando ela se acalmar. Sentiu seu cabelo úmido contra o rosto dele, ela estava tremendo um pouco, estava frio e o melhor a fazer era leva-la para um lugar mais quente, mas não fazia a mínima idéia de como faria isso enquanto ela estivesse nesse estado. Rayden apareceu e ele olhou para o amigo aliviado, Rayden falou com ela e juntos a levantaram do chão a levando de volta para o acampamento, Rayden se colocou ao lado dela e César foi um pouco atrás, os soldados olhavam para Larih com um pouco de medo, ficou irritado com isso, queria que a deixassem em paz.

- Será que pode nos dar só alguns minutos César?

Rayden perguntou quando pararam próximo a barraca deles, César olhou para Larih e depois para o amigo, de repente ficou sem graça, sem saber porque.

- Ah, claro...

Encolheu um pouco os ombros e coçou a nuca.

- Eu vou pegar alguma coisa pra comer.

E se afastou em direção ao refeitório, mudou de idéia no ultimo segundo e resolveu ir até a enfermaria ver a filha de Murillo, entrou na tenda e perguntou a um enfermeiro onde encontraria a garota e ele apontou para o fundo da tenda, César se dirigiu para lá.

- César?

Alguém o segurou pelo braço e chamou seu nome, ele se virou e viu um homem já um pouco mais velho, devia ser o pai de Rayden, deu um pequeno sorriso.

- Como sabe o meu nome?

- Deduzi quando te ouvi perguntando pela filha dele.

Respondeu, César ficou olhando para ele, percebeu uma certa tristeza.

- Ele me pediu para te dar um recado em relação a ela.

César sentiu a boca seca e um peso na garganta, falou baixo.

- Diga...

- Ele queria que você cuidasse dela.

Os dois ficaram em silêncio, o peso da morte de Murillo pairando sobre eles, uma tristeza por saber que ele não voltaria e tinha deixado a filha. Um enfermeiro veio buscar o pai de Rauden e César foi encontrar Amelie, Murillo tinha pedido para que ele cuidasse dela. Por que? Por que ele? Era novo de mais para ser responsável por alguém assim. Onde Murillo estava com a cabeça quando pediu isso? lembrou da última conversa com ele, tinha contado sobre sua irmanzinha, sua família toda tinha sumido, talvez nunca mais os encontra-se, Murillo tinha lhe dado a chance de ter uma nova família, pensou em Rayden e Larih, também os considerava uma família, sua família, agora tinham mais um integrante. Ouviu uma conversa animada e risadas, para sua surpresa viu Aletus e Trevas sentados em uma cama e Amelie em outra. Eles riam de alguma coisa. César parou olhando para eles e deu um leve sorriso, como era bom ser criança.
Aletus olhou para ele e sorriu.

- Hey garotão, você parece bem melhor.

Disse se sentando ao lado de Amelie, ela olhou para ele com um pouco de curiosidade.

- É...

Aletus colocou a mão contra o peito.

- Graças ao Rayden e a você.

Ele apontou para Amelie.

- O enfermeiro disse que ela podia ir, mas ela não quer.

César olhou para Amelie, ela encolheu os ombros.

- Quero o meu pai...

Aquilo foi como uma facada no peito de César, se esforçou ao máximo para continuar descontraído e sorriu para ela.

- Seu pai não está aqui, mas me pediu para cuidar de você.

- Onde ele está?

César sentiu o peso em sua garganta outra vez, fez um carinho no cabelo dela.

- Ele está...numa missão muito especial, mas eu vou cuidar de você ok?

Amelie parecia triste, mas confirmou com a cabeça, César olhou para Aletus.

- Eu vou levar ela comigo está bem?

Ele levantou e Amelie pulou da cama.

- Até depois Amelie.

Aletus se despediu enquanto os dois saíam da enfermaria. César olhou para ela ao seu lado, pequena de mais para estar num lugar desses. Foi informado de qual era a barraca dela e ficou feliz de saber que era próxima a dele.

- Olha, vamos ficar pertinho.

Disse sorrindo, passaram pela barraca dele quando Rayden apareceu, ele parecia um pouco agitado, mas estava sozinho, abriu a boca para perguntar se estava tudo bem e apresentar Amelie para ele, mas Rayden nem o deixou falar, disse para ele ficar com Larih porque não queria que ela ficasse sozinha e antes que César pudesse responder já tinha se afastado. Estranhou o jeito do amigo, ele geralmente não era assim. Olhou para Amelie ao seu lado e sorriu.

- Bem, vamos levar você para a sua barraca e te roubar um chocolate da cozinha, o que acha?

Ela confirmou com a cabeça sorrindo e o seguiu, Cérsar ia deixa-la na barraca dela e depois veria se estava tudo bem com Larih. Viu Rayden conversando com Clary e reprimiu uma careta, ela olhou para ele.

- Nickols...nos encontre do lado leste do acampamento daqui a alguns minutos, temos que iniciar o treinamento de vocês.

- Certo.

César respondeu sem olhar para ela, continuou a andar com Amelie até a barraca que era dela e viu Larih lá dentro, entrou sorrindo.

- Puxa, isso é ótimo! Vão ser colegas de quarto.

Sorriu para Larih, que olhou para ele sem entender nada.

- Essa é Amelie, filha de Murillo.

A garota se sentou na cama vazia e ficou olhando para Larih, Larih olhou para César querendo uma explicação do que estava acontecendo ali, mas César não podia e nem queria contar sobre Murillo, não agora, não queria outro ataque, o sobre a morte de Luka já fora o suficiente para um dia.

- Amelie, essa  é minha amiga Larih.

Larih continuou olhando para ele querendo uma explicação.

- Sabe de uma coisa? Acho que vocês duas devem estar com fome, vou até o refeitório pegar alguma coisa pra vocês.

Disse saindo da barraca antes que Larih pudesse dizer alguma coisa, se afastou um pouco e só então respirou aliviado, passou a mão pela testa, não podia cuidar da garotinha mentindo sobre o seu pai, mas não podia contar a ela que o pai estava morto. O que ia fazer? Foi andando pelo acampamento, Clary tinha dito que ele devia encontrar a ela e a Rayden na parte leste para começar o treinamento, pensou no que devia fazer, tinha prometido levar comida para Amelie, mas se voltasse lá agora Larih iria enchê-lo de perguntas que ele não queria responder, foi andando na direção leste. Mais tarde levaria algo para Amelie, tinha que pensar um pouco mais sobre essa nova idéia de ser pai.
Quando se aproximou do local marcado por Clary ouviu ela e Rayden conversando, não queria ser treinado por ela, não gostava do jeito que aquela garota agia, sentia que tinha algo errado com ela, foi andando em silêncio e parou quando viu os dois bem perto um do outro, perto até de mais e se lembrou do beijo que eles tinham dado na noite anterior. Clary olhou para ele não parecendo muito feliz de ele ter chegado nessa hora, ela estava com as mãos nas costas dele e Rayden olhou para ele um pouco aliviado. Sentiu mais raiva do que imaginou que sentiria. Murillo havia morrido, a filha pequena dele estava ali sem ninguém, Larih estava chorando pelo irmão que eles não tinham conseguido salvar, um demônio louco estava atrás dele por ter matado sua mulher e Rayden estava de namorico com aquela...coisa?

- Estou atrapalhando?

Perguntou num tom bem frio, Clary parecia que queria sorrir.

- Não, eu só tinha começado o treinamento com Rayden antes de você...

- Sem ofensas, eu já vi vocês treinando e não quero treinar isso com você.

César a interrompeu, Clary ficou um pouco sem ação e olhou para Rayden, aquilo só enfureceu mais a ele.

- Ah, por favor parem com isso.

Apontou para Rayden.

- Você devia ter um pouco mais de vergonha sabia? Murillo acabou de morrer, a filha dele está sozinha, o seu pai está aqui, o irmão da Larih morreu porque não resgatamos ele e você fica com ela?! Viu o que o irmão dela fez com a Larih!

Resolveu ir embora antes que acabasse batendo num dos dois, deu as costas irritado, sem dar ouvidos ao que Rayden estava dizendo. Se arrependeu de ter vindo, devia ter levado a comida para Amelie e enfrentado as perguntas de Larih. Passou pelo refeitório, pegou dois sanduíches, potinho com frutas picadas e conseguiu uma barra de chocolate, voltou para a barraca da garota, quando entrou Larih não estava, Amelie estava deitada, mas quando viu ele se sentou e sorriu.

- Oi.

- Oi.

Ele respondeu se sentando na beira da cama, tentando afastar a raiva, olhou para ela sorrindo, talvez ficar perto dela fosse o melhor a se fazer, deu um pequeno sorriso e colocou a comida na cama, ela arregalou os olhos de fome.

- Eu te trouxe umas coisinhas.

Amelie pegou o sanduiche e mais do que depressa tirou do envelope e deu uma bela de uma mordida, César deu uma risada.

- Vai com calma, pode comer esse e o outro, depois pego algo para Larih.

- Um moço veio chamar ela.

Amelie disse de boca cheia, dando outra mordida em seguida.

- Disse que ela precisava treinar, ai ela me pediu para ficar quietinha aqui porque você já voltava.

E voltou a comer o lanche, César pegou um dos potes com fruta picada, abriu e começou a comer, Amelie terminou o primeiro lanche e pegou o segundo, comendo com a mesma rapidez.

- Pode comer devagar, sério, a comida do acampamento não vai acabar.

César deu outra risada enquanto ela encolhia os ombros sem graça, mas sem deixar de morder o lanche, em poucos minutos ele tinha terminado, César abriu a embalagem do chocolate e deu a ela, dessa vez ela comeu um pouco mais devagar, ele ficou olhando para ela enquanto comia, lembrava um pouco a sua irmã menor. Amelie terminou o chocolate e bocejou.

- Acho que alguém está querendo dormir.

Ela olhou para ele.

- Eu não quero dormir sozinha.

- Eu posso ficar...

Antes que ele tivesse terminado de falar ela já tinha deitado a cabeça em seu colo, César ficou sem ação olhando para ela.

- Ok então.

Esticou o braço e pegou o cobertor dobrado na beira da cama e a cobriu, ela se ajeitou mais e suspirou. Percebeu que nunca tinha feito isso com sua irmã e de repente se sentiu triste, queria ter dado mais atenção a ela, queria ter dado uma de irmão mais velho, agora era tarde.

- Quando meu pai volta?

Amelie perguntou, César sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, não sabia se por Murillo ou por sua irmãzinha, mas se conteve, ficou fazendo carinho nos cabelos da garotinha.

- Eu não sei Amelie...tente dormir...
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por Larih Spencer Qui Abr 24, 2014 1:50 am

Larih Spencer

Larih ficou ajoelhada contra a barreira chorando, de repente tinha a consciência de que não tinha mais uma família, havia perdido seus pais com dezoito anos e tinha assumido o cargo de cuidar do irmão, mesmo com todos indo contra, ninguém colocando fé de que ela seria capaz, Larih nunca cogitou a idéia de abrir mão da guarda de Luka, era a única família que tinha, iam se apoiar um no outro, sempre fizeram assim. Mas agora ele estava morto, seu irmão mais novo estava morto, ela não tinha conseguido protege-lo de tudo, como tinha prometido que faria, a sensação de ter falhado com ele doía muito.

- Não queria que soubesse assim.

Não reparou que César estava ao seu lado, tinha gritado com ele, César não tinha feito nada, então lembrou de Lúcifer e de Caim e de como eles haviam dito que seus amigos estavam mortos, as imagens de suas alucinações vieram a sua cabeça, César tão pálido, sem vida alguma, era aquilo que Caim ia fazer, se ainda não tinha feito faria na primeira oportunidade, agora ela tinha realmente entendido que eles não tinham limites, Luka fora só o primeiro, fora o aviso de que ela devia se manter longe. Pensar nisso a fez começar a chorar, seus amigos jamais deviam tê-la resgatado do inferno, tinha condenado a todos eles.
César a puxou para perto dele e a abraçou, Larih até quis se afastar, mas não teve forças, escondeu o rosto contra o seu ombro e o seu ombro e o abraçou de volta, continuando a chorar, queria contar a ele o quanto se sentia mal, que a morte de Luka era culpa dela e que se ele não se afastasse dela poderia ser o próximo, mas nada saiu, só o choro.

- Tudo bem Larih, pode chorar.

E foi o que Larih fez, só continuou a chorar, chorar até toda aquela tristeza sair dela.

- Larih, eu sei que não temos o que dizer pra que você fique bem, mas nós estamos aqui por você, como sempre estivemos.

Ela ergueu a cabeça e olhou para Rayden, o tempo todo quando estava no inferno pensou nele, com medo de que tivesse acontecido, tudo o que queria era vê-lo bem.

“Você gosta dele.”

A lembrança de Caim em sua cabeça apareceu sem que ela quisesse e foi só para aumentar o peso em seu peito, eles sabiam sobre Rayden, algo que nem ela entendia direito, ela não sabia o que sentia por ele, mas era o suficiente para Caim cortar a garganta dele. Ele estendeu a mão e ela segurou para se colocar em pé, a tristeza era tão profunda e por tanta coisa que já parecia ter aberto um buraco dentro do seu peito, ela seguiu os dois para o acampamento olhando para o chão, com um peso tão grande em seus ombros que parecia ir consumindo aos poucos. Logo estava sentada numa cama, as lágrimas ainda escorriam silenciosas e pareciam que nunca iam acabar.

- Larih olha pra mim...

Rayden ergueu seu rosto e ela olhou para ele, da última vez que fizera isso ele parecia tão cansado, tão triste, sentiu os dedos deles secarem suas lágrimas suavemente, ela não reagiu, continuou a olhar nos olhos dele, mais uma vez tinha a certeza do quanto eles eram lindos.

“Você gosta dele.”

A voz de Caim zombou em sua cabeça outra vez e Larih desviou um pouco o rosto, ele a abraçou e beijou sua testa.

“Você gosta dele.”

O peso em seu peito só aumentou, não podia gosta dele assim, era coloca-lo num risco grande de mais, olhou para ele outra vez, tinha que afastá-lo, mas quando encontrou seus olhos perdeu a falha outra vez, ele também olhava para ela, ficaram assim em silêncio, Larih sentia a mão dele em seu rosto, sentiu ele se aproximar, sua respiração mais próxima, fechou os olhos.

“Você gosta dele.”

Sentiu os lábios deles encostar nos seus e de repente o mundo parou, como que congelado no tempo, e tudo sumiu, o peso em seu peito, a tristeza, foi tudo embora, sentiu-se bem, pela primeira vez em muito tempo e teve forças pra admitir para sí.

“Você gosta dele.”

“Sim, gosto”

Então de repente ele se afastou e larih ficou com medo de ter dito aquilo em voz alta, olhou assustada para ele.

- Rayden, eu...

- Eu...preciso resolver mais algumas coisas e olhar meu pai...fique aqui okay...te vejo mais tarde.

Ele lhe deu um beijo no rosto e saiu antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ficou sentada olhando para a entrada, suspirou profundamente, depois de chorar tanto uma dor de cabeça havia se instalado em sua testa, deitou na cama e massageou o lugar com uma certa força, olhou para sua mão enfaixada e flexionou os dedos, sentiu uma dor subir pelo braço, mas não foi nada comparado ao que sentira antes, a dor de agora era bem sustentável. Ficou deitada pensando no último acontecimento o beijo de Rayden fora algo inexplicável, não devia ter deixado isso acontecer, sabia disso, mas ao mesmo tempo algo dentro dela queria outro, suspirou outra vez. Agora que tinha admitido o que sentia por ele não sabia o que fazer, e pior, nem como agir perto dele. A entrada da barraca se abriu outra vez e Larih se sentou achando que Rayden tivesse voltado, mas era César e uma garotinha vinha com ele.

- Puxa, isso é ótimo! Vão ser colegas de quarto.

Larih piscou sem entender nada, olhou de César para a garotinha, não fazia idéia de quem era, ela sentou na outra cama e ficou olhando, parecia pequena, ficou imaginando quantos anos ela teria. César a apresentou como Amelie, filha de Murillo, então percebeu que não o tinha visto em lugar nenhum. O que teria acontecido com ele? Da última vez ele acertara sua cabeça com força e a entregado para Caim, mas também tinha prometido que iriam busca-la, o que de fato tinha acontecido. Onde ele estava? E por que sua filha estava ali? Olhou para César pedindo uma explicação, mas ele não parecia querer falar no momento, evitando olhar muito para ela deu um sorriso e disse que ia buscar comida, sumiu da barraca num piscar de olhos deixando Amelie sozinha com Larih.
Larih olhou para a garotinha sentada na sua frente e não soube muito bem como agir.

- Você conhece o meu pai?

Amelie perguntou olhando para ela sem piscar, séria.

- Conheço.

Larih se perguntou onde estava Murillo.

- César disse que meu pai está numa missão e por isso não está aqui comigo.

- Ele te trouxe pra cá?

- Não sei, quando acordei estava aqui.

Larih ficou olhando para ela, queria que César voltasse logo, não se sentia bem com aquela garotinha ali, não quando o pai dela fora o motivo de ter ido parar nas mãos de Caim. A entrada da barraca se abriu e Tori colocou a cabeça para dentro.

- O que está fazendo aqui?

A pergunta saiu ríspida de mais, Tori pareceu recuar um pouco, sem jeito.

- Eu...queria pedir desculpa por mais cedo e...precisamos conversar.

Larih ficou olhando para ele em silêncio, Amelie olhava para os dois com seus olhos curiosos, ela olhou para a garotinha e suspirou se levantando.

- Amelie fique aqui, César já vai voltar.

Amelie não respondeu nada, apenas se deitou na cama, Larih deu as costas e saiu seguindo Tori pelo acampamento, a tarde estava mais fria, fechou seu casaco, enquanto andava olhou em volta procurando por César ou por Rayden, mas eles não pareciam estar em lugar nenhum, ela seguiu Tori até percebeu que estavam saindo do acampamento, parou onde estava.

- Pra onde está me levando?

Perguntou cruzando os braços, ele se virou para ela.

- Raziel me pediu para treiná-la, não podemos fazer isso no meio do acampamento, podemos?

Larih continuou parada no lugar, estreitou os olhos desconfiada. Tori revirou os olhos e suspirou.

- Escuta, seus amigos estão aqui, meu mestre gosta de você e nós dois sabemos que se eu tentasse fazer algo contra você, seria mais do que capaz de acabar comigo.

Ele não pareceu feliz em constatar esse fato e Larih ficou surpresa de ele pensar assim, ela não conseguiria acabar com ninguém, mas isso a convenceu a ir com ele, lembrou de quando atacou Caim no inferno, se não estivesse tão fraca na época poderia tê-lo machucado muito mais, talvez o suficiente para conseguir salvar o irmão...balançou a cabeça afastando esse pensamento, não queria pensar em Luka agora, se começasse a chorar poderia fazer com que Tori mudasse de idéia a respeito de ela conseguir acabar com alguém. Pararam de andar quando só havia arvores em volta deles, Larih percebeu que haviam marcas nos troncos e o chão já era bem pisado, mostrando que aquele lugar já era usado para treinos. Tori tirou a jaqueta e larih se assustou, soltando uma exclamação sem querer. Um dos braços de Tori era feito de metal, a mão, o antebraço e sumia para dentro da manga da camiseta, um metal meio prateado, ele percebeu a surpresa dela e riu.

- Ganhei isso aqui graças a uma das cobras de metal, o ataque dela foi certeiro aqui no meu ombro, perdi o braço na hora, nem tive tempo de sentir muita dor.

Larih levou sua mão ao seu próprio ombro, lembrando do ataque daquele demônio na loja em Lince, agora se sentia com um pouco mais de sorte, pelo menos seu braço ainda estava no lugar. Tori colocou o braço metálico dentro de um tronco aberto de uma arvore e puxou dois bastões de madeira compridos, jogou um para Larih, ela o pegou no ar por reflexo.

- Acho que não precisamos começar do básico certo? O que você sabe sobre matar demônios?

Ele disse com uma certa curiosidade. Larih se lembrou por tudo o que tinha passado, cada cena mais surreal que a outra, o ataque em Lince, as cobras venenosas, a infectada, as torturas no inferno, qualquer que tivesse contado a ela uma história maluca dessas teria mandado internar num hospício, mas ali estava ela, sobrevivendo a uma infecção feita por um demônio e de volta a terra depois de um longo passeio no inferno. Tinha alguma experiência.

- Matei um demônio com um taco de beisebol e uma infectada com uma machadinha.

Tori riu, o que não a deixou muito feliz. Ele girou o bastão em sua mão.

- Puxa, então estou falando com uma profissional, acho que subestimei você.

Larih estreitou os olhos ficando irritada.

- Isso não tem graça, fiz o que podia pra sobreviver.

- Certo...

Ele disse pensativo, então de repente a estava atacando, sem aviso nenhum, estava em cima dela desferindo um golpe com o bastão, Larih se desviou por um tris de ter o ombro atingido, jogando o corpo para o lado, deu um salto pra trás, enquanto Tori passava direto por ela e se virava na sua direção com um largo sorriso no rosto.

- O que está fazendo?

Larih perguntou ofegante do susto, ele a atacou outra vez, ela tentou se proteger colocando seu bastão na frente do corpo, o impacto da batida a empurrou para trás, Larih chocou as costas contra o tronco de uma árvore.

- Você não sabe lutar.

Tori ergueu o pé para atingí-la na altura do peito, Larih se abaixou segundos antes de a sola da bota dele acertar o tronco, arrancando lascas de madeira, ela rolou pelo chão e se colocou em pé em guarda, mantendo o bastão a sua frente para se proteger.

- Até hoje você só teve sorte.

Ele disse girando o bastão em sua mão, se colocou em posição de ataque outra vez, Larih não fazia idéia do que fazer e ele atacou outra vez, desferindo um golpe com o bastão, Larih tentou se desviar, girou o bastão em sua mão e acertou com precisão as mãos de Tori, que soltaram o bastão, Larih aproveitou a oportunidade e tentou acertar um golpe mirando seu pescoço, mas ele se desviou e segurou a outra ponta do bastão, deu um puxão com força e ela se aproveitou disso, assim que ele deu o puxão ela também empurrou na direção dele, o que fez com que Tori se desequilibrasse pra trás e caísse de costas do chão, Larih se colocou em cima dele, prendendo seu bastão contra os ombros dele, ele riu e agarrou os pulsos dela.

- Posição errada.

Num instante a puxou pra baixo, girando seu corpo no chão e Larih ficou com os pulsos presos contra a grama, com Tori em cima dela.

- Não pense, só siga seu instinto.

Larih rosnou de raiva, num golpe rápido ergueu um dos joelhos e acertou contra a virilha dele, Tori a soltou e caiu de lado no chão se encolhendo de dor, ela se levantou pegando seu bastão do chão, encostou no ombro dele com um pequeno sorrisinho nos lábios.

- Não baixe tanto a guarda achando que ganhou ou vou achar que foi sorte, de novo.

Tori deu uma risada, mas que saiu muito mais parecido com um gemido de dor. Larih ia estender a mão para ajuda-lo a se levantar, mas foi atingida na cabeça com força, por algo extremamente duro e caiu no chão achando que haviam rachado sua nuca, colocou as mãos na cabeça gritando de dor, viu Amber de pé, próximo a ela, com uma expressão séria, segurando o que parecia ser uma foice.

- Qual é o seu problema!?

Larih gritou de raiva sentindo a dor se espalhar por sua cabeça. Amber olhou para Tori, que ainda estava deitado no chão.

- Está tudo bem? Ela te machucou?

Tori se colocou de joelhos com uma certa dificuldade.

- Por que você fez isso? Só estávamos treinando Amber.

Amber piscou confusa, então olhou para Larih.

- Eu achei que ela estava...

- O que?

Larih a interrompeu com raiva, se levantando do chão, achando que ia desmaiar.

- Achou o que? Que eu estava atacando ele? Que tinha perdido o controle?

Tori se levantou e se colocou entre as duas, colocando as mãos nos ombros de Larih.

- Ei, ei calma, foi só um engano.

Ela se desvencilhou das mãos dele, queria ir pra cima de Amber e rachar a cabeça dela, Tori a segurou pelo braço, Amber de um passo pra trás na defensiva.

- Engano coisa nenhuma! Ela já queria ter me matado a muito tempo atrás. O que está fazendo aqui?

Amber deu de ombros.

- Na época eu bem me lembro que você queria que eu fizesse isso.

Larih rosnou de raiva, Tori continuou a segurá-la pelo braço.

- Vamos Larih, fique calma, ela não sabia. Vamos pro refeitório, eu pego um pouco de gelo pra você.

Ele olhou para Amber.

- Você sabe encontrar Raziel sozinha, fique a vontade.

Amber foi para um lado e os dois para o outro. A cabeça de Larih latejava por causa da pancada, Tori ia do seu lado e deu um sorriso solidário, ela continuou mau humorada, os dois voltaram para o acampamento.

- Você luta bem.

- Você não me deu muita escolha pra ser de outro jeito.

Ela respondeu e o sorriso dele ficou maior. Larih sentou num canto enquanto Tori foi até a cozinha buscar o gelo, ela ficou olhando os outros soldados que estavam jantando e ficou imaginando onde estariam Rayden e César, não os tinha visto mais, parecia até que a estavam evitando. Lembrou do beijo de Rayden e sentiu um frio no estômago, mas ao que parece aquilo só tinha ajudado para que ele a evita-se depois, suspirou cansada, não fazia idéia do que fazer. Tori voltou com um saquinho de gelo e entregou a ela, Larih encostou o gelo contra a parte dolorida da nuca e fechou os olhos sentindo o frio descer pela espinha e se espalhando pela cabeça, aquilo dava uma sensação boa. Ouviu um barulho metálico contra a mesa.

- Vamos conversar.

Larih abriu os olhos e viu uma seringa de metal na mesa, olhou para Tori sem entender.

- Isso aqui é que vai te manter no controle a partir de agora.

Ela baixou os olhos para a seringa outra vez. Aquilo fazia lembrar de Lúcifer com aquela ampola e as promessas de que tudo acabaria bem.

- O que tem nisso?

Perguntou desconfiada da resposta. Tori empurrou a seringa na direção dela.

- Raziel tentou criar uma cura, mas não conseguiu, então chegou a isso, uma fórmula que é capaz de controlar o vírus dentro da pessoa...

- E ele usou isso em mim.

Larih constatou lembrando do garoto sorridente dentro da barraca dizendo que agora tudo estava bem, não conseguia acreditar nisso agora que sabia o que tinha feito.

- isso vai te ajudar Larih, confie em mim, eu e minha irmã fomos os primeiros a usar. Quando os demônios desenvolveram o vírus a idéia nunca foi que as vitimas morressem, eles queriam que o vírus evoluísse e se desenvolvesse dentro da pessoa viva, mas eram poucos que sobreviviam ao processo.

- Devo me considerar com sorte?

Larih perguntou sem humor nenhum, pegou a seringa na mão sentindo o metal gelado contra a sua pele.

- O seu caso foi...especial. nunca o vírus evolui tanto no corpo de alguém que ainda estava vivo. O vírus conforme se espalha pelo corpo vai matando as células e se instalando no lugar, então mesmo que a pessoa morra o vírus continua vivo e é daí que surgem as aberrações. Você não morreu e o vírus foi se espalhando pelo seu corpo, quando trouxemos você para Raziel a sua transformação estava quase completa, mais um pouco e você teria virado algo que chegaria bem próximo ao que eles queriam.

Ela não gostou de ouvir aquilo, Tori continuou.

- Raziel não conseguiu desenvolver algo que seja permanente, então todos os dias precisamos aplicar uma dose, para termos o controle.

- Só que pelo visto minha dose terá que ser maior?

Perguntou olhando para ele, Tori balançou a cabeça negativamente.

- Não. A sua força de vontade é que vai, Larih você não entende o quanto as coisas vão mudar pra você, o que você passou não tem volta, essa injeção vai te ajudar a te deixar mais forte, impedir as alucinações, mas não vai te fazer voltar a ser humana, sinto muito. O vírus se espalhou o suficiente para te tornar num deles.

Larih tentou não parecer chocada, mas aquilo foi um golpe pior do que o dado em sua cabeça. Ela nem humana mais era. Tinha se transformado em algo parecido com um demônio, podia ouvir as risadas de Caim e Lúcifer, mais uma vez eles tinham vencido. Mesmo não estando no inferno, era um deles.

- Larih...mesmo você sendo forte o que está dentro de você é mais, a perda de controle fica mais fácil, você vai ter que abrir de algumas coisas, para a sua segurança e dos outros.

Ela não entendeu.

- Do que você está...

- Você não vai poder se aproximar dos seus amigos.

Tori a interrompeu, Larih ficou em silêncio sem entender onde ele queria chegar com aquilo.

- Eles são humanos, todos os soldados aqui, seus amigos, não são como nós, por isso não nos aproximamos deles, porque um segundo de descuido nosso pode causar a morte de um deles.

- Mas...eu posso me controlar, posso tentar...

Larih tentou argumentar, não podia se afastar de Rayden e César, eles eram a única família que tinha sobrado para ela.

- Assim como se controlou quando quase matou Rayden?

Tori perguntou de um jeito que atingiu Larih em cheio, de repente ela se sentiu completamente desarmada. Encolheu os ombros. Olhou para a mesa.

- Aquilo foi um acidente, eu não...

- Um acidente que poderia ter causado a morte de um companheiro seu, porque você perdeu o controle por um minuto. E se da próxima vez não houvesse ninguém pra ajudar? E se for tarde de mais quando você recuperar o controle?

Larih fechou os olhos tentando não imaginar a cena de César ou Rayden mortos por sua culpa, o sangue deles nas suas mãos. Agora as coisas faziam sentido, eles sabiam que ela era perigosa, sabiam que ela podia mata-los se perdesse o controle, por isso a estavam evitando, por isso Rayden havia ido embora depois do beijo, aquilo tinha sido um erro. Ela tinha passado tanto tempo tentando achar uma forma de protege-los de Lúcifer ou de Caim, que não tinha percebido que devia protege-los dela. Olhou para Tori, ele se levantou.

- Pense no que eu te disse e...aplique isso amanhã cedo.

Ele saiu do refeitório e a deixou lá sozinha, haviam pouco soldados por ali, Larih guardou a seringa no bolso do casaco e saiu também, alguns soldados viraram a cabeça para olhá-la quando passou, eles tinham medo dela, agora entendia isso. As palavras de Tori ficaram em sua cabeça, ela não podia ficar próxima dos seus amigos, estava sozinha de verdade dessa vez. Chegou até a sua barraca e entrou, César estava lá dentro com Amelie, parou assustada na porta.

- Ah, minha nossa, eu não sabia que você estava aqui, desculpa...

César olhou para ela, Larih deu um passo pra trás.

- Eu volto depois, desculpa.

Ela saiu o mais depressa possível. Tinha que manter distância. Talvez fosse melhor não dormir na mesma barraca que a filha de Murillo, passou pelas barracas pensando no que faria e outra vez estava na beirada da floresta, já estava escuro, mas isso não parecia preocupa-la, não agora que fazia parte daquele cenário sombrio, passou pelas árvores sem se importar muito para onde estava indo, o tronco de uma arvore chamou sua atenção, alguém tinha riscado algo ali, apertou um pouco os olhos para enxergar e passou os dedos pelos sulcos fundos. Reconheceu os nomes. Natasha, Luka...Murillo. Ficou parada olhando para a inscrição. Natasha e Luka estavam mortos, mas por que o nome de Murillo estava junto com o deles? Amelie havia dito que ele estava numa missão especial. Passou os dedos pelo nome dele outra vez. Já devia ter desconfiado quando não o tinha visto em lugar nenhum e depois quando foi César quem estava com Ameli e não o próprio pai dela, sentou-se no chão com as costas encostada na arvore, puxou o capuz do casaco e cobriu a cabeça, suspirou profundamente. Era mais seguro ficar com os mortos. Sentiu a seringa dura em seu bolso, ela afastaria as alucinações, mas de repente estava sentindo uma falta enorme de Luka, mesmo que aquilo fosse só uma alucinação e o verdadeiro Luka não estivesse mais ali, era uma companhia. E no momento qualquer companhia estava valendo.
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Mensagem por Narrador Qui Abr 24, 2014 10:31 pm

Narrador

Raziel estava em sua barraca pensando no próximo passo que tinha que dar. Olhando para as anotações e estratégias em sua mesa, ele sentia que a hora do confronto se aproximava. Gabriel e Miguel formariam o circulo junto com Uriel condenando Lúcifer a tortura eterna, a conexão com os céus voltaria a ser estabelecida e eles tomariam o controle da terra outra vez.
Mas para isso sacrifícios deveriam ser feitos. E era isso que pesava para Raziel.
A muito tempo atrás, quando o mundo tinha pouco tempo de vida, quando Lúcifer fora posto na terra e expulso da Graça de Deus, os arcanjos fiéis aos céus havia lhe oferecido o cargo de cuidar do inferno, sendo ele o anjo das chamas e senhor dos elementais estaria mais próximo a eles e impediria Lúcifer de um próximo levante, mas o Mestre decidiu que seria o diabo a cuidar do inferno e Raziel foi designado a olhar pela terra junto com seus elementais. Agora a proposta havia sido feita outra. Quando a batalha terminasse e Lúcifer fosse derrotado ele poderia assumir seu lugar que devia ter sido seu desde o início.
Mas Raziel não sabia se queria aceitar.
Depois de tantos anos andando pela terra, havia acabado por se afeiçoar a ela e as pessoas, sempre tão perdidas, tão más e boas ao mesmo tempo.
No entanto, o que devia ser feito, devia ser feito. Pensou em todas as vidas que ainda perderia antes que aquilo chegasse ao fim. Uma alma deverá se sacrificar pelas outras. Estava escrito no livro antigo, mas depois de tudo, será que teria que haver mesmo mais um sacrifício? Pensou no humano que morrera no inferno para salvar os outros, aquilo fora um sacrifício. Um sacrifício genuíno. Então por que não era aceito?

- Porque não foi feito dentro do círculo celestial...

Murmurou sozinho, respondendo a própria pergunta. Muitos humanos poderiam morrer, mas ainda assim não valeria, aquilo deveria ver de algo mais alto, mais puro. Raziel deu uma risada pensando nos anjos e arcanjos que tinha ao seu lado, qual deles era puro? Um mentiroso, um manipulador e ele. Pensou nos elementais e seu coração doeu, não queria que nenhum deles fizesse isso, eram seres tão puros, tão inocentes, machuca-los seria um grande pecado.

- Mas você vai cuidar do inferno, já vai pagar por tudo isso.

Disse baixo se afastando da mesa, cabia a ele escolher. Sabia que qualquer um deles aceitaria sem questionar, eram fiéis a ele e sempre seriam. Saiu da barraca, já era noite, atravessou o acampamento em direção a enfermaria, os soldados baixando a cabeça quando ele passava, ele sorriu e cumprimentou alguns. Passou por toda a enfermaria até chegar onde Aletus e Trevas estavam, os dois se colocaram em pé quando ele chegou.

- Olá minhas crianças.

- Mestre.

Disseram juntos fazendo uma reverência, Raziel sentiu tanta pena que quase desistiu de que devia fazer, sentou-se numa maca.

- Fiquem a vontade minhas crianças...eu preciso falar com vocês...

Tori estava na entrada dos domínios do acampamento, tinha feito sua ronda depois de conversar com Larih e sentia-se mal pelo que tinha feito, mas tentava ignorar isso. Sentiu que havia alguma coisa errada naquela noite, fechou os olhos farejando o ar, estava inquieto e não sabia porquê.

- Está sentindo isso?

De repente sua irmã estava ao seu lado, ela também parecia inquieta.

- O cheiro da chuva atrapalha...

Respondeu olhando para a floresta escura depois da barreira, havia algo, uma força estranha que vinha como uma brisa ruim. Pensou de Larih também podia sentir. De repente algo se mexeu no meio das arvores e se aproximou, os dois deram um passo para trás por reflexo, a pessoa veio caminhando devagar saindo das sombras, era um garoto, pálido, a camiseta manchada de sangue, parecia cambalear um pouco, como se tivesse acabado de acordar, os dois olharam em silêncio enquanto ele se aproximava da barreira.

- Um infectado...

Clary sussurrou. Tori olhou bem para ele e soube exatamente quem era, o garoto morto que eles tinham visto no inferno. O irmão de Larih, o tal Luka. Ele parou a um passo da barreira e esticou a mão, parecia saber exatamente o que tinha ali, seus dedos encostaram na superfície invisível e dura e deslisaram, como se estivessem arranhando o lugar. Luka olhou para o dois, tinha um sorriso sinistro, de repente ele gritou, assustando Clary e Tori, suas mãos pareciam garras afiadas, que atacaram a barreira fazendo um barulho alto ao arranharem a superfície.
Atrás dele outras pessoas começaram a surgir.

Amber andava pelo acampamento e encontrou com Raziel saindo de uma das barracas grande, ele deu um sorriso cansado, mas feliz ao vê-la.

- Amber, como é bom ver um rosto amigo.

Ela sorriu, um pouco aliviada também de estar ali.

- Depois de tudo pelo que passei é bom te ver também. Gabriel está aqui?

- Está voltando, com Uriel e...Miguel...

Os dois andaram pelo acampamento, os soldados reparavam em Amber e na foice que ela carregava. De repente eles pararam, um pouco antes do espaço central do acampamento, sentiram que havia alguma coisa, Raziel fechou os olhos ao sentir que algo atacava a barreira, mas algo pior parecia vir do centro do acampamento.

- Não é possível...

Murmurou quando uma coisa negra tomou forma e revelou um homem, ele vestia um manto negro, cabelos brancos longos, parecia algo ameaçador. Os soldados se afastaram assustados. Amber e Raziel ficaram congelados no lugar. Mesmo sendo apenas um holograma, lúcifer conseguia assustar qualquer um. Ele olhou para Raziel e sorriu.

- Olá meu pequeno irmão.

Disse com uma serenidade fria, Raziel deu um passo a frente.

- O que faz aqui Lúcifer? Você não é bem vindo.

Ele riu alto, sua imagem tremulando um pouco.

- Ah irmão ingênuo, tudo isso me pertence. Você é que está invadindo, eu apenas vim tomar o que é meu por direito, você tem três coisas minhas com você.

Raziel sabia exatamente de quem ele estava falando, ergueu o queixo mostrando arrogância.

- Eles não são seus.

- Mas serão.

Lúcifer se virou para o resto do acampamento e falou alto.

- Se vocês me entregarem os três infectados que vocês mantém aqui, eu deixarei com que quase todos sobrevivam.

Então apontou para Raziel.

- Se recusar minha oferta, não haverá uma única pessoa viva nesse acampamento para que você alivie sua culpa Raziel.

E sem dizer mais nada desapareceu.
Raziel sabia que tinha chegado a hora.

Jogadores.
A batalha final se aproxima.
1 – Larih você vai encontrar seu irmão na barreira.
2 – Rayden, lugar errado na hora errada. Você vai ver os infectados que se aproximam.
3 – César, você vai ver o que Lúcifer disse.
4 – A batalha começa a ser preparada. Durante essa rodada vou interagir entre os turnos de vocês com Clary, Raziel e Tori.
5 – Acabou o descanso!
Boa sorte jogadores.

Ordem do jogo.
Rayden, César, Larih
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por Rayden Donovan Sex Abr 25, 2014 2:18 pm

Rayden Donovan

O alivio que sentira com a presença de César fora quebrado com as palavras que o mesmo disse.

- Sem ofensas, eu já vi vocês treinando e não quero treinar isso com você.

O rapaz arregalou um pouco os olhos com o que ouviu, Clary tentou argumentar alguma coisa mas não conseguiu, Rayden o olhou sem entender, César parecia irritado e olhou pra ele tambem.

- Ah, por favor parem com isso. Você devia ter um pouco mais de vergonha sabia? Murillo acabou de morrer, a filha dele está sozinha, o seu pai está aqui, o irmão da Larih morreu porque não resgatamos ele e você fica com ela?! Viu o que o irmão dela fez com a Larih!

César apontou o dedo pra ele dizendo com raiva, aquilo lhe trouxe uma certa raiva tambem, seja o que fosse que houvesse irritado César, estava explodindo ali agora.

- Você ficou maluco? Você sabe que...

Tentou argumentar mas César virou as costas o deixando a falar sozinho, Clary o olhou e Rayden fechou a cara vendo César se afastar, não pôde por pra fora a raiva que sentira naquele momento.

- Nossa... o que aconteceu com ele?

- Clary... só faça o que tem de fazer... te agradeço por me ajudar mas eu e você não temos nada.

O rapaz disse passando por ela indo em direção ao centro do acampamento de novo, Clary ficou o olhando e Rayden não viu a reação que a mesma teve, só se afastou e voltou a passar pelas tendas, estava furioso e tinha certeza que se encontrasse com César por ali, ia explodir com ele. Resolveu ir até a enfermaria, talvez passar por lá e ver como Aletus estava o acalmasse um pouco e foi isso o que fez. Ao chegar nas tendas brancas entrou olhando para os lados e viu o garoto sentado em uma das macas conversando com a garotinha que resgataram tambem do inferno.

-Rayden!

O garotinho exclamou logo ao o ver e Rayden sorriu para ele se aproximando e sendo recebido por um breve abraço.

- Desculpa não vir antes, as coisas tem estado um caos desde que voltamos... como você está?

O rapaz perguntou se sentando ao lado do garotinho.

- Está tudo bem agora.. tenho uma dívida de gratidão com você é César, se você não tivesse me encontrado naquela hora eu não estaria aqui.

Rayden sorriu de leve e passou a mão na cabeça do garoto bagunçando um pouco seus cabelos, mesmo sendo seres poderosos, eles pareciam tão inocentes e frágeis.

- Não tem de me agradecer, é muito bom ver que está bem.

- Ah... essa é a Trevas. Trevas esse é o outro humano que te contei, Rayden.

A garotinha só acenou e Rayden fez o mesmo sorrindo e se levantou.

- É muito bom ver vocês, Aletus nós conversamos com mais tempo depois.

Abraçou o garotinho novamente e saiu da enfermaria, a noite caía novamente e o frio começava a apertar, resolveu fechar a jaqueta do uniforme e passou as mãos por cima dos bolsos da calça, queria ter suas vantagens consigo o tempo todo, quem sabe seriam uteis. O rapaz andava pelos corredores, os soldados interagiam por ali tambem.

- Donovan.

Alguns soldados diziam apenas acenando com a cabeça e ele fez o mesmo, todos ali eram humanos e ele se sentia bem com isso, nos ultimos tempos era dificil ver humanos. Estar num local como aquele lhe trazia certa tranquilidade, sem invasões e ataques demoníacos, as coisas finalmente começavam a se ajeitar, pensou em Larih enquanto andava, aquele beijo tinha sido tão bom, mas a forma como saiu, devia ter assustado ela, queria encontra-la de novo mas se lembrou de César e o que ele jogou em sua cara, ouvir aquilo dele não tinha sido nada fácil, sabia que se fosse à tenda de seu pai ouviria um bom conselho, mas o melhor a se fazer por hora era ficar sozinho, se lembrou do local que foi treinar, as lembranças de Clary e César entraram em sua mente mas provavelmente nenhum dos dois estaria lá agora, resolveu caminhar pra lá lentamente, ao se afastar das tendas tudo ficava escuro, a floresta, tudo ali estava em plena escuridão e ao chegar no campo de treinamento foi ate uma das árvores centrais e se encostou lá, o que faria agora? Tinha de falar com César, não podia ficar brigado com ele nem se quisesse, tinha feito uma promessa pra ele, e era o unico amigo neutro que tinha. Aquele silencio ajudava a faze-lo pensar, o vento gelado, a pouca chuva caindo, nem se incomodava pelos cabelos molhados, parecia já ter se acostumado àquela sensação. Num instante um ruido quebrou aquele silencio, parecia um pequeno urro, um gemido, não soube descrever, olhou na direção do barulho e olhou um vulto que se mexeu e um barulho de arranhão alto foi ouvido, Rayden se aproximou devagar, não conseguia enxergar direito, quando se aproximou de leve reconheceu o que era, um infectado, provavelmente já morto, estava deformado e arranhava algo que os bloqueava, mas não tinha nada ali, num instante outros surgiram pelas árvores arranhando o local, eram muitos, não sabia como todos tinham ido parar ali, mas tinha de avisar os demais, naquele passo, seja o que for que estava os segurando, não ia durar muito tempo. O rapaz se virou e começou a correr entre as árvores, foi pela lateral correndo ali, tinha que encontrar Tori, ou Clary, pra que eles soubessem o que fazer, ao correr entre as árvores foi olhando para o local da barreira, tinha infectados, muitos deles em vários lugares, Rayden arrancou a Vipertek do bolso se prevenindo, aquilo não pôde o acalmar quando viu alguns infectados passarem pela barreira, ele se enfiou mais entre as árvores correndo, corria o mais rápido que pudia e ao passar algumas árvores o que viu o surpreendeu, um infectado prestes à atacar Larih, mas ela não parecia reagir, com o embalo da corrida Rayden segurou pela camisa rasgada que o mesmo vestia e girou o corpo o jogando com força contra algumas árvores.

- Larih... você está bem?

Ele a olhou depressa, ela parecia muito assustada, mais que o normal, Rayden olhou para o infectado que se levantada e entendeu o motivo, era Luka, a imagem dele morto na cela veio à sua mente, e vê-lo ali era estranho, estava bem palido, com um grande corte ao peito e sangue pelo queixo.

- Saia daqui...

Ele disse baixo pra ela vendo Luka atacar, correu na direção do infectado e se abaixou quando ele fez um golpe com o braço e acertou uma joelhada em sua barriga, voltou a puxa-lo pela camisa em suas costas e o jogou com força contra outra árvore, olhou para Larih, ela parecia não querer ir, ainda estava em choque por Luka estar ali, sabia que ela não conseguiria lutar com ele e então correu ate ela e segurou com força em seus ombros.

- Larih olha pra mim!! Eu preciso que saia daqui agora e avise aos outros, eles estão invadindo por todos os lados. Encontre o César, preciso que proteja ele pra mim.

Ele olhou pra tras vendo Luka se levantar de novo.

- Vai agora!! eu preciso que faça isso por mim.

Disse a interrompendo e a soltou, voltou a tirar a Vipertek do bolso, tinha que dar um fim naquilo o quanto antes. Luka o atacou com tudo, era rápido, lembrava Natasha, mas os movimentos eram os mesmos, sabia que se fosse ferido por ele, seria infectado também, então tinha de ser cauteloso. Conseguia desviar das investidas de Luka com mais facilidade, era incrível como todo esse tempo enfrentando criaturas assim tinha lhe dado uma melhoria; usava as aberturas para atingir o peito e barriga dele com socos, mas aquilo parecia não surtir efeito, se afastou e bateu com as costas numa árvore, se abaixou por pouco não sendo atingido pelas garras de Luka, Larih já não estava mais ali e isso lhe deu um certo alívio, Rayden jogou seu corpo pro lado e o girou erguendo a perna dando um chute giratorio nas costas de Luka que bateu o rosto com força contra a árvore, Rayden mirou a Vipertek na nuca dele com força fazendo um grande estouro, o impacto fora tão forte que o tronco da árvore fora arrancado junto com o corpo de Luka que voou com o impacto. O rapaz correu ate o corpo de Luka, sua cabeça estava carbonizada e o corpo imóvel, aquilo seria demais para Larih ver, se sentiu aliviado de ter sido ele a enfrentar-lo. Rayden voltou a correr agora em direção ao centro do acampamento, podia ouvir os gritos e tiros.

- Droga...

Só pensava em encontrar os outros, tinha de achar seu pai, César, Larih, Amelie... como era difícil proteger todos, com aquela confusão não sabia o que fazer.

"Você devia ter um pouco mais de vergonha sabia?"

A voz de César bateu como um soco em sua cabeça se lembrando daquilo, estava longe dos amigos agora e não sabia o que se passava com eles. Viu algumas barracas se aproximando mas fora atingido por um chute em seu braço o fazendo cambalear pro lado e quase cair; parou e viu que era uma garota, parecia ter uns 15 a 16 anos, ela o atacou e ele tentou atingí-la com o choque mas ela desviou para o lado e atingiu o rosto dele com o chute, seu corpo fora pro lado com o impacto, ela era rápida e o chutou nas costas novamente, virou o braço para acertá-la de novo com o choque mas ela chutou sua mão numa hagilidade grande. O corpo da garota se elevou em um salto e o seu pé veio em direção ao rosto de Rayden que se defendeu colocando os braços em X na frente, começou a desviar dos chutes da garota mas era impressionante o que a infecção havia feito com ela, era muito rápida e conseguiu acertar as costelas dele algumas vezes.

-Tsc... desgraçada

Disse baixo sentindo a dor ao lado do corpo, ela voltou a atacá-lo sem deixar brechas pra que Rayden a atacasse, só conseguia se defender e seu corpo começou a reclamar dos movimentos sem pausa alguma, essas investidas o levaram a se aproximar da tenda mais proxima, parecia ser de um soldado ou mais, com um chute no rosto Rayden fora arremessado pra dentro da tenda caindo com as costas no chão, soltou um urro baixo de dor com a batida e seus olhos olharam ao lado vendo algo embaixo da cama. Ela pulou de novo pra cima dele e Rayden se levantou jogando a mão contra o pescoço dela, a garota caiu de joelhos com o pescoço cortado pelo golpe e Rayden olhou pra mão com a faca achada embaixo da cama, estava ensanguentada. O rapaz não pensou duas vezes e agarrou o cabelo da garota por tras e puxou com força pra tras batendo ao mesmo tempo o pé nas costas dela em um chute forte; o barulho de quebra fora alto e a garganta da garota totalmente estourada, ela caiu para o lado com a cabeça pendurada e o rapaz se afastou segurando a lâmina, respirava ofegante e pos uma das maos de leve na costela, parecia estar machucada. Ao sair da tenda olhou para o centro do acampamento, o caos parecia estar se espalhando. Onde estariam seu pai e os outros? tinha de achá-los.
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Arcade of the damned. - Página 5 Empty Re: Arcade of the damned.

Mensagem por Larih Spencer Sex Abr 25, 2014 11:22 pm

Larih Spencer

Larih ficou sentada encostada a arvore com os nomes dos amigos mortos por um bom tempo, não viu a hora passar, puxou o capuz para cobrir mais a cabeça enquanto a garoa caia, estava frio, mas isso não a incomodava, se encolheu um pouco mais e abraçou os joelhos, ficou olhando para as arvores em volta e de repente percebeu que mesmo no escuro era capaz de ver muito bem, bem até mais. Piscou algumas vezes confusa e isso não mudou a visão perfeita. Mais uma regalia de ter virado uma criatura perigosa. Lembrou da voz de Tori, lembrou dos amigos, do beijo de Rayden, do irmão, abraçou mais seus joelhos. Sabia o que era certo a se fazer, mas não queria.
A floresta estava silenciosa, então resolveu que ficaria por ali, melhor que voltar ao acampamento e dar de cara com César ou pior, com Rayden, não fazia a mínima idéia do que falaria para ele.
De repente foi tomada por uma sensação estranha, ergueu a cabeça olhando em volta, era como se pudesse sentir que algo perigoso se aproximava, mas tudo continuava silencioso e solitário a sua volta, tentou ignorar a sensação, mas só ficou mais forte e de repente um alerta de perigo parecia gritar dentro dela. Larih se levantou e resolveu dar uma volta para tentar afastar a sensação, foi andando entre as arvores com as mãos nos bolsos do casaco. Então ouviu um grito e parou alerta. Não parecia um grito humano, parecia algo assustador, uma criatura ferida, Larih foi na direção do grito, a sensação de perigo aumentando cada vez mais, foi quando sentiu, como um golpe atravessando seu interior, que alguma coisa estava invadindo o acampamento, não sabia explicar como, só sabia, então correu na direção de onde vinha a sensação.

- Ah não...

Clary e Tori também estavam lá, mas haviam outras coisas, criaturas correndo e atacando. Infectados.

- Sai daqui!

Tori gritou tentando se livrar de um infectado que o atacava.

- Corra pro acampamento, avise os outros!

Clary desapareceu sendo perseguida por um grupo de infectados, Tori foi para o meio das arvores lutando com três que estavam em cima dele, alguns infectados perceberam a presença de Larih, ela se virou pra correr, mas não conseguiu, havia um infectado um pouco mais a frente que a obrigou a ficar onde estava.

- Luka...

Seu irmão olhava para ela como se a não a estivesse reconhecendo, estava pálido e sujo de sangue, havia uma ferida em seu peito.

“Então foi assim que você morreu...”

Pensou com tristeza, Luka rosnou mostrando os dentes, Larih ficou parada sem tirar os olhos dele, os outros infectados se afastaram, esperando pela briga.

- Luka...

Nem em suas alucinações ele nunca pareceu tão assustador, tão monstruoso, ele não fazia idéia de quem estava prestes a atacar, ele não fazia ideia de mais nada. Sabia que precisava se defender dele ou pelo menos correr, mas não conseguiu se mexer, ali na sua frente estava a última pessoa que tinha que cuidar na sua vida, a pessoa que tinha colocado pra dormir quase todas as noites, que tinha visto crescer, que tinha sido seu companheiro por toda a sua vida, mas ele ia ataca-la e ela sabia disso.
Então ele atacou, foi para cima dela e Lari só conseguiu fechar os olhos.
Ouviu um barulho de ataque e abriu os olhos, viu Rayden jogar seu irmão pro outro e se virar pra ela.

- Larih...você está bem?

Larih olhou para ele sem acreditar no que ele tinha feito, Rayden não devia estar ali, devia estar fugindo, aqueles infectados iam mata-lo, seu irmão se levantou atrás dele e Larih deu um passo na direção de Rayden por reflexo, seu irmão não podia machuca-lo.

- Saia daqui...

Ouviu ele dizer e os dois se enfrentaram, ela quis gritar, mas não conseguiu, ver Rayden e Luka lutando daquele jeito era mais perturbador do que se ela tivesse lutado com ele, por que não conseguia reagir? O que estava acontecendo com ela? Rayden a agarrou pelos ombros e a balançou.

- Larih olha pra mim!! Eu preciso que saia daqui agora e avise aos outros, eles estão invadindo por todos os lados. Encontre o César, preciso que proteja ele pra mim. Vai agora!! eu preciso que faça isso por mim.

Ele se virou para Luka, que vinha na direção deles outra vez, Larih não queria deixá-lo lá sozinho para enfrentar o irmão, mas haviam outros infectados, eles iam atacar o acampamento, pensou nos outros, César e Amelie, eles não ia conseguir, então deu as costas e correu pra longe do irmão, não podia fazer nada por ele agora, já o tinha perdido no inferno, apenas torceu para que Rayden voltasse vivo para ela. Enquanto corria pela floresta chamou a atenção de outros infectados que vieram ao seu encalço, Larih aumentou a velocidade tentando deixá-los pra trás, mas como ela, eles também eram rápidos, chegou até o lugar onde tinha treinado com Tori mais cedo e parou, não podia levar aqueles monstros para o acampamento, teria que acabar com eles antes, encontrou o bastão que havia usado mais cedo caido no chão e o agarrou no mesmo instante em que uma das criaturas saía do meio das arvores e pulava contra ela, Larih ergueu o bastão girando o corpo e o atingiu com força nas costas. A criatura perdeu o equilibrio e caiu, mas duas sairam do meio das arvores, rosnando e prontas para atacar, ela se viu cercada, permaneceu com o corpo inclinado um pouco para baixo, em posição de defesa, o bastão firme em sua mão um pouco atrás do corpo, ficou com os olhos bem alerta nos três, atenta a todos os movimentos.

“Não pense...”

Lembrou de Tori falando, Larih tentou esvaziar sua mente de qualquer coisa que pudesse atrapalhar. Ele tinha dito que ela era perigosa, estava na hora de usar isso a seu favor, respirou fundo e se preparou pra briga. Os três atacaram de uma vez, sem cordenação nenhuma nos movimentos e Larih parecia sentir exatamente o que tinha que fazer. Quando o primeiro saltou sobre ela, se abaixou deixando que ele passasse por cima, ao mesmo tempo em que girava o corpo acertando o bastão contra o rosto do outro e dando uma rasteira no último, com um pulo estava de pé já se defendendo do infectado que tinha saltado por cima dela, se desviou quando ele tentou acertá-la com suas garras, usou o bastão como apoio no chão e acertou os dois pés contra o rosto dele, os outros dois infectados atacaram, mal Lari tocou os pés no chão girou o corpo com o bastão nas mãos e os acertou de uma vez. Precisava dar um jeito de acabar com eles. Largou o bastão quando o primeiro deles atacou outra vez, Larih correu ao seu encontro e no ultimo segundo tomou impulso pulando por cima dele, agarrando seu pescoço com as duas mãos, virou o corpo acertando os joelhos em seus ombros, puxou seu queixo com força para o lado ouvindo um estralo, o corpo caiu mole no chão e Larih ficou de joelhos em suas costas, os outros dois infectados ficaram olhando, um pouco receosos, ela se levantou.

- Podem vir.

Os dois atacaram, Larih ergueu o bastão do chão com o pé e o virou, atravessando um infectado com ele, a criatura se debateu, o sangue espirrou contra Larih, ela o derrubou no chão enquanto a outra criatura a puxava pelo capuz da blusa para trás e atirava contra uma arvore, Lari se chocou contra ela e o infectado pulou em cima dela. Larih perdeu o equilibrio e caiu no chão, se protegendo com os braços da criatura, tentou se livrar, mas o infectado ficou em cima dela rosnando e tentando acerta-la com os dentes, Larih a segurava pelos ombros, sentiu as garras delas afundarem em seu braço. Então ouviu o barulho de um tiro e a criatura tombou para o lado. Larih olhou na direção do disparo, havia um homem ali, com a arma ainda erguida, se levantou, era o mesmo homem que estava na cela de seu irmão no inferno.

- Você está bem?

Ele perguntou, Larih confirmou com a cabeça, o infectado que tinha atravessado com o bastão se contorcia no chão tentando se livrar do pedaço de madeira atravessado no seu peito.

- Foi você que fiz isso?

Ouviu o homem perguntar um pouco surpreso, Larih virou o infectado no chão, fazendo ele ficar de barriga para cima, segurou na ponta do bastão, a criatura rosnou, Larih pisou em seu queixo com força e quebrou seu pescoço sem exitação.

- Estou só me aquecendo.

Ela respondeu e olhou para ele, o homem parecia um pouco assustado.

- Você estava naquela cela com o meu irmão, não estava?

- Phill Donovan.

Ele respondeu e Larih ficou surpresa de saber que ele era o pai de Rayden, ele estava vivo, achou que o homem que fizera companhia para Luka tinha morrido junto com ele.

- Larih Spencer.

Os dois se olharam em silêncio por um instante. Larih ouviu gritos e tiros e se lembrou que precisava procurar César.

- Eu preciso que fique aqui, lá é perigoso de mais, seu filho virá pra cá, preciso buscar meus amigos.

Ele confirmou com a cabeça, um pouco nervoso.

- Atire em qualquer coisa que chegar perto.

Larih falou e voltou a correr pro acampamento. Quando chegou lá estava uma bagunça, soldados e infectados correndo e lutando por todos os lados, gritos, tiros, algumas pessoas mortas pelo chão.

- César!

Gritou correndo por entre as barracas que ainda estavam inteiras. Conseguia sentir um cheiro forte de sangue se espalhando pelo lugar todo, isso a deixou enjoada, balançou a cabeça se concentrando no seu objetivo. Chegou até a barraca em que ele estava com Amelie, era uma das que ainda conseguia se manter em pé, entrou e viu que as camas tinham sido erguidas como uma parede de proteção no fundo.

- César?

Ele ergueu a cabeça de trás das camas e Larih ficou aliviada de ele estar ali.

- Temos que dar o fora agora.

Disse puxando a cama para o lado, ele a seguiu para fora com Amelie, o acampamento estava um caos, Larih olhou em volta tentando encontrar Rayden, mas no meio daquela bagunça toda era quase impossivel.

- Venham.

Larih disse contornando a barraca ficando o mais longe possível dos ataques dos infectados, se abaixou andando de joelhos, se escondendo atrás das barracas, fez um sinal para que César e Amelie o seguissem. Os três foram se arrastando de joelhos até a beirada da floresta.

- Sigam reto, vão encontrar um homem armado mais a frente, se escondam, eu preciso achar o Rayden.

Os dois obedeceram e Larih olhou outra vez para o acampamento, estava na hora de entrar no meio da briga, foi então que avistou Rayden de longe, correu na direção dele.

- Rayden!

Um infectado o atacou por trás, sem que ele visse, Larih agiu rápido, puxou a faca que estava cravada num corpo caido no chão.

- Se abaixa!

Gritou atirando atirando a faca que passou por Rayden por um triz e acertou a criatura no meio dos olhos a derrubando no chão sem vida. Larih olhou para Rayden e deu um meio sorriso para a cara de surpresa dele.

- Acho que isso nos deixa quites.

Disse olhando em volta, estavam rodeados de infectados, Larih se aproximou um pouco mais de Rayden, se colocando ao lado dele.

- Pelo menos seu pai e César estão em segurança.

Falou baixo se preparando para se defender do primeiro que atacasse.

- Eu só quero que nós dois também saiamos vivos disso, pra eu dizer o quanto gosto de você.
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